quarta-feira, 9 de julho de 2014

Atualidade
Há treze anos, a Revista do Tribunal de Contas de Minas Gerais publicava artigo do jurista Miguel Reale, que, sem qualquer mudança, adequa-se à realidade política dos nossos dias e com absoluta perfeição. Considerando-se que o autor isnpirava-se em situações bem anteriores a ele, conclui-se que era tudo continua como dantes. “A vida política no Brasil é uma competição de cúpula, com reduzida participação do eleitorado. E dois vícios fundamentais inquinam nossa vida partidária: a falta de confronto entre ideias e programas e o alheamento dos eleitores à existência dos partidos”, explicou . E conclui que tal situação, tão perniciosa numa sociedade plural, “interessa a grande número de parlamentares, habituados a se reelegerem com partidos de aluguel”. Para o jurista, o começo para a solução de tal problema pode estar na adoção do voto distrital misto. “É claro que tal sistema é incompatível com a existência de partidos sem estrutura e sem programa definido”. E aí a coisa vai se complicando.
A receita
Há uns cinco meses, participando de reunião do diretório municipal do PSB, o ex-prefeito Tarcísio Delgado recomendava que a militância se reunisse mais frequentemente e buscasse uma atuação mais ostensiva nos bairros. Agora, candidato a governador, ele tem redobrada razão para insistir nesse apelo, pois em Juiz de Fora é que deve esperar sua maior votação.
Terceira via
Uma candidatura alternativa ao governo de Minas, como agora no caso de Tarcísio Delgado, parte naturalmente com 4 ou 5% do eleitorado. Qualquer que seja a previsão de abstenção e votos válidos, a experiência autoriza prever que ele começa com 350 mil ou 400 mil votos.
Passo seguinte
Esgotado o interesse nacional pela Copa do Mundo, onde o Brasil teve desempenho melancólico, a campanha eleitoral ganha espaço para ser tratada objetivamente. O que não impede a discussão sobre se o desastre do futebol terá reflexo sobre o ânimo do eleitorado. A pergunta é se a grande decepção popular empurra ou não o voto para candidatos oposicionistas.
Seja como for, tratando-se da disputa presidencial já não há dúvida de que vamos para o segundo turno.
Compromisso
Betinho Duarte, uma das principais figuras de Minas na luta pelos direitos humanos, acha que Juiz de Fora, mais que a capital do estado, tem razões para desvendar os casos de tortura que foram praticados durante a ditadura militar. Diz ele que se os primeiros passos do golpe de 64 foram dados aqui, também aqui se escreveram algumas das grandes páginas da história das liberdades.
Ponto alto
Prepara-se o prefeito Bruno Siqueira para marcar a data de inauguração (certamente em agosto) da obra que, iniciada pelo antecessor, Custódio Mattos, ficará como a maior e mais importante dos últimos tempos: a quarta adutora, que colocará à disposição da população água suficiente para o consumo nos próximos 25 anos.
Henrique Duque
Em véspera de deixar o comando da Universidade Federal, o reitor Henrique Duque define algumas reflexões que traz dos oito anos em que esteve no cargo: conscientizou-se de que a universidade federal deve mesmo ser gratuita; que as cotas raciais são mais importantes em alguns estados do que em Minas; que a UFJF ajudou Juiz de Fora a se consolidar como capital da inteligência regional; que o ensino a distância, no qual não acreditava muito, subiu de 300 alunos para 6.000; que os 700 professores que encontrou são agora 1.700; considera que o Parque Tecnológico é responsável pelo grande impulso da Zona da Mata; reconhece que alimenta aspirações políticas no campo executivo. Enfim: está certo de que o problema do Brasil é que falta gente que faça acontecer.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Para decidir

O comando estadual do PMDB, tendo à frente o presidente Antônio Andrade, desembarca em Juiz de Fora nesta quinta-feira, e à tarde estará reunido com a executiva municipal. Nesse encontro a pauta se resume no posicionamento dos peemedebistas locais em relação à eleição de governador em outubro. O partido tem projeto de estender a Minas a aliança que reeditou em plano federal com o PT, mas quando se trata de atrair as lideranças municipais não há unanimidade quanto a isso.
A previsão é de uma  conversa franca e decisiva. De forma que o comando estadual possa retornar a Belo Horizonte sem maiores dúvidas quanto à disciplina dos correligionários da cidade.


Risco repetido

Já se sabendo que deverão ser 12 os candidatos da cidade à Assembleia Legislativa, assegura-se a cidade de que se tornam remotas as possibilidades de se fazer representar por uma bancada numerosa.  Os votos se diluem e o pouco que se dá aos muitos postulantes afunila os espaços para a chegada.


O retorno

A decisão do ex-prefeito Tarcísio Delgado de autorizar ao PSB o lançamento de sua candidatura ao governo do estado já sinaliza para dois detalhes:
1) a inesperada candidatura de um juiz-forano dá ao prefeito Bruno Siqueira, ainda que de outro partido, condições de se confessar constrangido para estar contra o conterrâneo, esquivando-se assim das pressões do PMDB e do PSDB, que o querem posicionado entre Pimenta e Pimentel. E adia a definição para o segundo turno.
2) Com essa candidatura, Tarcísio se reinscreve, em estilo, no quadro político estadual, sejam lá quais forem os resultados das urnas de outubro.


Substituto

O vereador Jucélio Aparecido vai substituir seu colega Betão como representantes da Câmara na Comissão Municipal da Verdade. Betão se vê forçado a optar pela desincompatibilização, e assim poder disputar, pelo  PT, uma cadeira na Assembleia Legislativa.


Velha praga

O colégio de 400 mil eleitores é mais que suficiente para transformar Juiz de Fora num pomar atraente aos candidatos distantes. Em eleições passadas um jornal da cidade definia como gafanhotos esses aventureiros. Eles chegam em bando, arrasam, vão embora e só voltam no próximo  generoso.