segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Voto que sobra

Há sempre uma razão para alavancar o otimismo dos candidatos a deputado, principalmente os que entram na disputa pela primeira vez. Uma das motivações está na esperança de vencer a barreira da abstenção e dos votos em branco, o que seria suficiente para eleger em Juiz de Fora mais dois deputados federais.
O raciocínio não deixa de ser pertinente. Tome-se como exemplo a eleição 2010: subtraída a votação dada aos quatro candidatos mais votados, sobraram 130 mil votos não aproveitados. É nesse manancial que os novos candidatos podem navegar.
Adiamento
Por imposição de interesses administrativos, o secretário estadual de Saúde, Antônio Jorge Marques, ainda permanece no cargo. Decidido a disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa, em outubro, pretendia estar desincompatibilizado já a partir de dezembro. Mas até o último dia deste mês terá saído, para entrar logo em campanha.
Gratuidade
Lei sancionada pela presidente Dilma estabeleceu novas regras para facilitar o acesso de estudantes e idosos a espetáculos públicos. A lei teve como detalhe mais importante a fixação do limite de 40% dos espetáculos sujeitos a gratuidade ou cobrança de meio ingresso.
Bom peso e boa medida, no entendimento do superintendente da Funalfa, Toninho Dutra. Acha que com os 40% estimula-se a frequência aos espetáculos artísticos, sem inviabilizar as produções.
Peso pesado
O senador Aécio Neves ainda tem um caminho a percorrer para a consolidação de sua candidatura à presidência da República. Mas já se cerca de gente experiente e competente para ajudá-lo. As primeiras três peças de apoio: a irmã Andreia, que vai cuidar da área de comunicação, Antônio Anastasia na coordenação geral, e Djalma Morais, que tem uma carreira política de êxitos nesse campo.
Escolas de samba
A antecipação dos desfiles das escolas de samba, principal novidade do carnaval deste ano, mesmo que tenha o sucesso esperado, não encerra a discussão sobre a incômoda vizinhança do carnaval do Rio, o maior espetáculo do gênero em todo o mundo. O desfile antecipado elimina a comparação imediata entre os dois desfiles, mas resta considerar que a melhor forma de impedi-la é levar para nossa avenida enredos inspirados nas tradições populares da cidade e da região.
Já se tentou isso em passado recente, sem que as escolas soubessem explicar por que tal inovação exigiria verbas mais generosas.
Plebiscito
Está decidido que, a partir de agora e sempre, a realização de qualquer plebiscito se fará junto com as eleições, no mesmo dia. Portanto, os brasileiros já não correm mais o risco de serem chamados à urna só para dizer se concordam com coisa qualquer que lhe for submetida.
Acertou o relator do projeto, senador Cícero Lucena, ao afirmar que o eleitor pode, a um mesmo tempo, votar em seus candidatos e se pronunciar sobre as questões que lhe são colocadas.

Um comentário:

  1. Caro Wilson,

    Sobre o "risco" que os brasileiros correm de se pronunciar sobre questões diversas, há aí interessante discussão.

    Começando por saber se isto constitui algum "risco" ou se, ao contrário, é importante e democrático mecanismo de manifestação da vontade popular. Há inúmeros países que fazem consultas permanentemente aos cidadãos, e não só em nível nacional, mas no plano municipal mesmo. Para muitas coisas, com frequência, lá vem uma consulta ao eleitorado. E não se vai encontrar isto em países exóticos ou em ditaduras ou democracias frágeis, claro. E sim em países avançados, bem mais igualitários e com suas democracias consolidadas. É coisa de Suíça, Inglaterra, e por aí vai. Nos EUA também há algo similar, inclusive o famoso "recall" (possibilidade de retirar o mandatário do poder), que não deixa de ser uma consulta popular.

    Será que estão errados e correm "riscos"? A meu ver, estão certíssimos e nós aqui no Brasil é que ainda estamos a anos-luz de entender os benefícios disso.

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