quarta-feira, 20 de setembro de 2017






CORRIDA PRESIDENCIAL


A corrida presidencial está em curso. Os institutos de pesquisas já aferem a preferência do eleitorado. A quase um ano da data do primeiro turno da eleição (7 de outubro) alguma considerações iniciais podemos fazer. Os nomes de políticos conhecidos são lembrados espontaneamente nas consultas de preferências. O ex-presidente da República Lula (PT) segue liderando todas as enquetes, apesar de já ter uma condenação em primeira instância na Justiça Federal do Paraná. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) aparece com regularidade na segunda posição das pesquisas, e  se credencia a ser a candidatura de extrema direita. O PSDB, que teve candidatos que protagonizaram disputas polarizadas com candidatos do PT desde 1994, ainda não escolheu quem será seu candidato, mas poderá ser um político paulista.

No cenário político atual parece que a disputa presidencial terá vários pré-candidatos, como foi na primeira eleição direta para presidente, restituída em 1989,  com a última redemocratização do país. A primeira novidade nesta eleição de 2018 será a candidatura com a disposição de se identificar com uma agenda conservadora, por iniciativa do capitão (militar da reserva) Bolsonaro, deputado federal pelo Rio de Janeiro.

Sabemos que as pesquisas de preferência do eleitorado refletem a fotografia do cenário daquele momento. Entretanto, elas vão registrando as tendências do eleitorado. O cenário pode se modificar por composições políticas, impedimentos judiciais, desistências ou outras circunstâncias. Os políticos em situação desfavorável nas pesquisas costumam desvalorizar seus resultados, mas internamente fazem suas avaliações com base nelas.







quinta-feira, 14 de setembro de 2017






Um ano de sombras



Qual será o papel dos partidos políticos no processo eleitoral de 2018? Terão força e prestígio suficientes para a campanha, depois das graves intempéries que vêm enfrentando eles e a Nação a seu reboque? Há quem observe que no rastro desse desprestígio esteja a primeira porta a se abrir a candidaturas novas e inovadoras, a começar pela presidência da República, onde seu titular hoje navega em braçadas para tentar chegar ao fim da acidentada viagem em que está embarcado.

A indagação inicial faz sentido porque todos os partidos, sejam eles compostos de que letrinhas forem, estão condenados ou sob suspeita nesse lamaçal em que o País afunda. Os três que abrigam os maiores escândalos de corrupção e tráfico de influência são exatamente os mais fortes – PT, PMDB e PSDB – sem que fiquem incólumes os menores, esses de aluguel, que sobrevivem à custa de alianças permanentes ou episódicas e circunstanciais, como as que se formam para facilitar a vida do Executivo no Congresso Nacional.

De maneira que não há salvados no naufrágio que hoje atormenta o Brasil. O que então autoriza a expectativa de algo novo no processo eleitoral que se avizinha, caso os partidos realmente signifiquem pouco no ânimo do eleitorado.

Razão haveria, pois, para condenar o 2018 a uma caixa de surpresas e ineditismo. O que pode ser bom, por um lado, com o aceno de renovação em um quadro político de lideranças envelhecidas e  viciadas;  como também pode se tornar um grande risco, pois, esvaziadas as legendas, abrem-se as portas aos aventureiros e falsos profetas, que constituem eles, mais que  outros criminosos políticos, a pior classe  de gente aproveitadora.