quinta-feira, 14 de setembro de 2017






Um ano de sombras



Qual será o papel dos partidos políticos no processo eleitoral de 2018? Terão força e prestígio suficientes para a campanha, depois das graves intempéries que vêm enfrentando eles e a Nação a seu reboque? Há quem observe que no rastro desse desprestígio esteja a primeira porta a se abrir a candidaturas novas e inovadoras, a começar pela presidência da República, onde seu titular hoje navega em braçadas para tentar chegar ao fim da acidentada viagem em que está embarcado.

A indagação inicial faz sentido porque todos os partidos, sejam eles compostos de que letrinhas forem, estão condenados ou sob suspeita nesse lamaçal em que o País afunda. Os três que abrigam os maiores escândalos de corrupção e tráfico de influência são exatamente os mais fortes – PT, PMDB e PSDB – sem que fiquem incólumes os menores, esses de aluguel, que sobrevivem à custa de alianças permanentes ou episódicas e circunstanciais, como as que se formam para facilitar a vida do Executivo no Congresso Nacional.

De maneira que não há salvados no naufrágio que hoje atormenta o Brasil. O que então autoriza a expectativa de algo novo no processo eleitoral que se avizinha, caso os partidos realmente signifiquem pouco no ânimo do eleitorado.

Razão haveria, pois, para condenar o 2018 a uma caixa de surpresas e ineditismo. O que pode ser bom, por um lado, com o aceno de renovação em um quadro político de lideranças envelhecidas e  viciadas;  como também pode se tornar um grande risco, pois, esvaziadas as legendas, abrem-se as portas aos aventureiros e falsos profetas, que constituem eles, mais que  outros criminosos políticos, a pior classe  de gente aproveitadora.







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