Um ano de sombras
Qual
será o papel dos partidos políticos no processo eleitoral de 2018? Terão força
e prestígio suficientes para a campanha, depois das graves intempéries que vêm
enfrentando eles e a Nação a seu reboque? Há quem observe que no rastro desse
desprestígio esteja a primeira porta a se abrir a candidaturas novas e
inovadoras, a começar pela presidência da República, onde seu titular hoje
navega em braçadas para tentar chegar ao fim da acidentada viagem em que está
embarcado.
A
indagação inicial faz sentido porque todos os partidos, sejam eles compostos de
que letrinhas forem, estão condenados ou sob suspeita nesse lamaçal em que o
País afunda. Os três que abrigam os maiores escândalos de corrupção e tráfico
de influência são exatamente os mais fortes – PT, PMDB e PSDB – sem que fiquem
incólumes os menores, esses de aluguel, que sobrevivem à custa de alianças
permanentes ou episódicas e circunstanciais, como as que se formam para
facilitar a vida do Executivo no Congresso Nacional.
De
maneira que não há salvados no naufrágio que hoje atormenta o Brasil. O que
então autoriza a expectativa de algo novo no processo eleitoral que se
avizinha, caso os partidos realmente signifiquem pouco no ânimo do eleitorado.
Razão
haveria, pois, para condenar o 2018 a uma caixa de surpresas e ineditismo. O
que pode ser bom, por um lado, com o aceno de renovação em um quadro político
de lideranças envelhecidas e viciadas; como também pode se tornar
um grande risco, pois, esvaziadas as legendas, abrem-se as portas aos
aventureiros e falsos profetas, que constituem eles, mais que outros
criminosos políticos, a pior classe de gente aproveitadora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário