Na quinta-feira, quando estiverem passando os 47 anos do golpe de estado que derrubou o presidente João Goulart e abriu as portas para uma ditadura que se estenderia pelos vinte anos seguintes, vai ser possível saber como reagiram os setores militares à insinuação do governo para que deixem de lado qualquer tipo de comemoração; até porque não é uma “data redonda”, como foi no 40º aniversário e será no 50º.
Desta vez, diferentemente do que ocorreu no passado, está na presidência da República não apenas a mulher que contestou o regime mantido pelos militares, mas que foi, mais ainda, a guerrilheira que pegou em armas para derrubá-los. Cria-se o clima de constrangimento, por mais que conveniências de ambos os lados recomendem que o passado fique esquecido sob o tapete.
Outro aspecto que sugere discrição na passagem do 31 de março é que está em pauta a questão dos guerrilheiros mortos e desaparecidos na Araguaia. A procura pelos restos mortais, o que muitas entidades civis consideram justificável, em respeito aos que sucumbiram em luta contra a ditadura, veteranos militares definem como provocação revanchista.
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