quinta-feira, 12 de maio de 2011

Como as nuvens

É pela capacidade que tem a política de gerar fatos novos, quando menos são esperados, que se costuma dizer que ela é como as nuvens: olha-se para o céu, agora são uma coisa, daqui a pouco já mudou tudo. A frase é atribuída ao ex-governador Magalhães Pinto, mas quem a pronunciou pela primeira vez foi Raul Soares. Não importa, porque o que vale é a versão, não o fato, como disse José Maria Alkmin, que também copiou de Gustavo Capanema a famosa frase...
Quando foi eleito, o senador Eliseu Resende indicava uma saúde capaz de levá-lo ao fim do mandato, mas, morrendo, contribuiu, com grande antecedência, para gerar o primeiro fato para a sucessão estadual: seu suplente é Clésio Andrade, e por isso, desde agora, sob os holofotes da mídia, é pré-candidato certo em 2014. Ele foi vice-governador no primeiro mandato de Aécio, já tentou disputar o Palácio da Liberdade e controla a mais poderosa confederação brasileira, que reúne empresas de transporte. Com três anos para executar seu projeto, é evidente que não deixará escapar a oportunidade.


Tempo escasso

O vereador Isauro Calais, animado com as repercussões da Comissão do Idoso, que ele criou na Câmara, faz as contas e conclui que só vamos ter mais uma década para organizar a política de defesa e promoção da população anciã. É que, nos próximos anos, os idosos serão em tal número que dependerá de um modelo de equipamento de serviços que ainda estamos longe de alcançar.


Memória

O presidente da Santa Casa, Renato Loures, nega qualquer desintesse ou descuido da instituição em relação à casa da alcaidemoria, que está ameaçada de ruir. O prédio histórico foi doado à Santa Casa em 1954, por Cícero Tristão. Segundo Loures, o que se propôs, de imediato, foi a proteção do teto, que é, visivelmente, a parte mais vulnerável. Uma emergencial, até que o governo federal acolha o projeto de restauração, com recursos da Lei Rouanet, de proteção ao patrimônio.



Desobediência

A Organização das Nações Unidas consagra o 15 de maio como "o dia mundial da objeção de consciência”. Toda pessoa tem o direito de desobedecer, quando a ordem dada se opõe à sua consciência. Em vários países do mundo, grupos religiosos e civis se negam a pegar em armas e exigem substituir os treinamentos militares por ações pacíficas. Fazem serviço civil no lugar do serviço militar obrigatório e a lei reconhece esse direito, lembra o monge beneditino e escritor Marcelo Barros.
No Brasil, a Constituição garante aos jovens brasileiros tal direito. Entretanto, as leis complementares até agora não foram sancionadas. Por isso, o direito da objeção de consciência ainda não se pode exercer entre nós.


Compostura...

..foi o que faltou aos vereadores do Rio de Janeiro, quando, excluídos onze, aceitaram receber carros de último modelo para “cumprir atividades pertinentes ao mandato”, como explicam acintosamente. Cada carro custou R$ 70 mil. O vereador carioca recebe subsídio de R$ 15 mil e ainda tem direito a 20 assessores.


Estudos alternativos

Os centros que crescem, principalmente os sem espaços físicos para isso, como Juiz de Fora, têm que apressar estudos sobre alternativas e decretar guerra aos carros de passeio, os grandes vilões da tragédia urbana. Diretor da Associação Nacional de Transporte, Rogério Belda, vai logo ao assunto: governadores e prefeitos têm de priorizar os serviços de ônibus, por várias
razões; uma delas é que os carros são “por natureza indisciplinados”. Mas o que fazer contra eles? Inibir ou encarecer os estacionamentos? Criar alternância de tráfego, de acordo com os números finais das placas? Outras soluções devem ser consideradas, segundo os debatedores. É o caso das ciclovias e dos veículos leves sobre trilhos.


((( Publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS )))

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