sexta-feira, 16 de março de 2018







O assassinato da vereadora   


A vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL), foi assassinada na noite de quarta-feira, no centro da cidade. Ela voltava de um evento na Lapa, quando criminosos encostaram no carro em que ela estava, e atiraram várias vezes na sua direção. O motorista, Anderson Pedro Gomes, também morreu. Uma assessora que acompanhava a vereadora sobreviveu.
 
Adotou-se, imediatamente,  a linha de investigação da morte de Marielle Franco como uma execução. “É um crime contra a democracia, contra todos nós, não podemos deixar que isso se naturalize”, afirmou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios. Mas, deverá ser apreciado também pela Polícia Federal, devido a intervenção federal no RJ.
  
A vereadora foi a quinta mais votada nas eleições municipais de 2016, atuava na defesa dos direitos humanos e no enfrentamento ao racismo. Em fevereiro, Marielle  integrou a comissão da Câmara Municipal que acompanha a intervenção federal na segurança do estado do Rio. No último domingo, em evento,ela denunciou abusos de policiais militares contra moradores em uma ação na favela de Acari. na zona norte do Rio.
 
O simbolismo desta morte violenta já aponta para uma suposta reação do segmento criminoso, insatisfeito com a intervenção federal no estado na área de segurança pública. Caso esta suposição se confirme, está colocado em xeque o interventor General Braga Netto, instado a dar uma resposta rápida e verossimil ao caso.
 
O País está diante de um fato trágico, que é o assassinato de uma pessoa no exercício de um mandato junto a Câmara Municipal do Rio, e oriunda da luta pelos direitos da população pobre moradora em favelas da cidade. Marielle era negra, e militante da causa feminista e dos afrodescendentes. Através do seu mandato denunciava violências sofridas pelo povo pobre da periferia da cidade, e atribuía aos policiais militares a autoria de desmandos.
  
A história costuma repetir os fatos, mas com enredos diferentes. Quando surge um cadáver numa conjuntura política conflituosa, este pode acarretar desdobramentos passionais de difícil dimensionamento para o futuro próximo. A morte da vereadora   alcança repercussão nacional e internacional, e terá consequências para o bem, ou para o mal, do sofrido povo carioca.





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