Pesquisa eleitoral
Publicada no domingo a primeira pesquisa eleitoral,
após a prisão de Lula. O ex-presidente lidera a corrida presidencial nas três
simulações de primeiro turno em que sua candidatura é considerada, segundo
o Instituto Datafolha. Lula possui,
atualmente, 31% das intenções de voto no cenário em que tem melhor desempenho,
menor do que 37% da última pesquisa, no final de janeiro.
Não considerando o ex-presidente no páreo, o
deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e a ex-ministra Marina Silva (Rede)
dividem a liderança em seis cenários de primeiro turno, testados pelo
Datafolha. Bolsonaro possui 17% das intenções de voto, e Mariana oscila entre
15% e 16%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. O
instituto entrevistou 4.194. pessoas entre os dias 11 e 13 de abril.
As primeiras avaliações políticas na imprensa sobre
esses dados apontam algumas poucas certezas e muitas inseguranças. Com a
pulverização de candidaturas e a provável ausência da candidatura de Lula,
haverá segundo turno na eleição presidencial de 2018. Existirá menos recursos
para as campanhas eleitorais, devido a restrição legal para doação de empresas.
E a Operação Lava Jato em curso inibirá doações eleitorais para o denominado caixa
dois. Embora os recursos do fundo de financiamento eleitoral injetem dinheiro na campanha eleitoral, a
prioridade dos partidos deve ser para eleger mais deputados, e ter influência
garantida no poder legislativo, independentemente de quem será eleito para o
cargo majoritário.
Quem aparece
bem (8% a 10%) na pesquisa, pela primeira vez, é o ex-presidente do STF
Joaquim Barbosa, filiado no final do prazo legal ao PSB.Não é ainda considerado
um pré-candidato, pois não foi anunciado como tal pelo partido, que atualmente
apresenta fortes candidatos em importantes governos estaduais:
Pernambuco, Distrito Federal, São Paulo, Espírito
Santo e Minas Gerais. E isto tem sido um embaraço para o partido ter uma
candidatura própria, pois atrapalharia os acordos estaduais. Entretanto um
avanço de intenções de votos de Joaquim nas próximas pesquisas poderá aglutinar
interesses regionais, e o partido caminhar unido com uma candidatura própria
para presidente.
A candidatura do ex-governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, com 6% de intenção de votos, assusta os tucanos, que temem a
incapacidade de ele alçar voo na disputa presidencial. E, com isto, fica em
dúvida quanto ao sucesso da esperada candidatura de centro. As demais
candidaturas estão ainda com pouca intenção de voto neste momento.
Mas a importância da pesquisa é apresentar um
cenário conjuntural que vai se alterando com a proximidade do dia da eleição. A
pesquisa eleitoral é sempre vista com desconfiança por quem está com baixo
desempenho, e com excesso de confiança pelos que lideram a enquete. Por este
motivo, elas são motivo de polêmicas em público, mas no privado todos fazem
suas análises dos resultados.