quinta-feira, 19 de abril de 2018







Telhado de vidro


Pelo placar elástico  de cinco votos a zero, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal transformou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) em réu, pelos crimes de corrupção passiva e obstrução de justiça. Isso quer dizer que o tribunal dará início à ação penal contra o senador tucano. Essa decisão da suprema corte não atrapalha o exercício do mandato de Aécio, e não impede a participação dele no processo eleitoral deste ano. Mas sua irmã e seu primo envolvidos neste episódio sofrerão consequências no curto prazo, pois se tornaram réus e não têm imunidades.

Relembrando o caso: Aécio teve uma conversa gravada pelo empresário  Joesley Batista no início do ano passado, pedindo ao sócio da JBS R$ 2 milhões. Desde então ele saiu da condição de presidenciável do PSDB, e manteve atuação discreta, apesar de intensa, nos bastidores. O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) passará a campanha inteira tendo que se pronunciar sobre o senador mineiro. Mas a seu favor ele terá como contra-atacar, lembrando os maus feitos dos outros políticos, de outros partidos. Afinal quase todos candidatos têm seus 'telhados de vidro'.

Hoje, a relevância do político mineiro na disputa de poder do país está comprometida. E  o impacto de seu processo penal para o PSDB é motivo de preocupação. Em Minas, há quem informe que ele estaria bem em pesquisa de opinião para a reeleição ao Senado. Mas há o risco de não reeleição, e com isto ficaria sem foro privilegiado. Talvez a melhor opção para ele seria a candidatura à Câmara Federal. Poderia ser um bom puxador de votos para os candidatos à Câmara dos Deputados pelo PSDB mineiro. Embora outros candidatos tucanos para deputado federal considerem que Aécio elevaria a linha de corte da quantidade de votos necessária, podendo trazer dificuldades eleitorais.

A conferir.
 



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