Almir de Oliveira
A morte do professor Almir de Oliveira, na
terça-feira passada, pôs termo à vida de uma das personalidades mais
expressivas de Juiz de Fora nos últimos 100 anos. Sem exagero: um século.
Poucos, em todos os tempos, puderam ombrear sua
obra à dele, quando se trata da atividade cultural, em que sempre ficou patente
seu grande amor a esta cidade, à sua gente, à nossa história. Na história
mergulhou como estudioso e pesquisador atento.
Com Almir e com as figuras luminosas, sua vida,
ainda que longa, sempre parece prematura. Seu 98 anos de existência não foram
suficientes para remover dos amigos a certeza de que podia ter ido mais longe.
Fica na lembrança e como permanente razão para
torná-lo inesquecível sua obra, que vai desde membro atuante da Academia
Mineira de Letras até os muitos livros que escreveu e as muitas entidades a que
serviu, como Instituto Santo Tomás de Aquino, Instituto Histórico e Geográfico,
Conselho dos Amigos do Museu Mariano Procópio e Faculdade de Direito. Não
podemos esquecer que, como heráldico, foi também o criador da bandeira oficial
de Juiz de Fora.
Ponto negativo
Não foi oportuna a decisão da maioria dos
vereadores de acrescentar R$ 1.500, 00 aos seus subsídios. Já não se discute se
o aumento é ou não justo. Ocorre que a população está enfrentando momentos
difíceis, os governos federal, estadual e municipal partindo para doloroso
contingenciamento, e o mínimo que se poderia esperar de seus representantes é a
respeitosa solidariedade. Ficou parecendo uma cena de total descompromisso com
os representados.
Rota traçada
Depois da reunião regional que o PMDB promoveu em
Juiz de Fora, no domingo passado, a militância já ficou sabendo, com mais de um
ano de antecedência, que vai ser chamada a trabalhar no projeto de reeleição do
prefeito Bruno Siqueira, o que não constituiu propriamente uma novidade. O que ficou no campo das expectativas é o leque
de alianças que ele e o partido terão de construir.
Volta ao passado
Se muita coisa ainda pode ser mudada nos itens da
reforma política já aprovados no Congresso, o que se percebe é que se decretou
de vez o fim do instituto da reeleição, um corpo estranho nas tradições
republicanas. Ela só aconteceu uma vez na vigência da ditadura Vargas e, mais
recentemente, com Fernando Henrique.
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