terça-feira, 29 de dezembro de 2015





O NOVO ANO



Sem esses exageros que prosperam no saudosismo, essa doença que tende achar que tudo foi bom no passado, ruim no presente e será pior no futuro, é preciso reconhecer que as expectativas em relação a 2016 são preocupantes, para não dizer sombrias. As luzes são pálidas, à mão o que temos são pequenas lamparinas em busca de um túnel que a gente não consegue enxergar. Há uma economia que assusta não apenas o bolso do povo, mas também os especialistas na matéria e os prósperos, porque todos se nivelam, com maiores ou menores sacrifícios, quando o desafio é bater de frente com a inflação, o desemprego, a carestia, além do cenário cruel das filas dos desesperados nos corredores dos hospitais, onde se entra para morrer sem dignidade.

 O governo não tem por onde começar, se é que sabe, se é que pode. Até porque vem dele e de seus gabinetes a mais preocupantes entre as realidades desta passagem de ano: não há governabilidade. Somos quase naus sem rumo num mar onde o governo já não navega em águas costeiras, mas se debate em ondas turbulentas e distantes das crises gerais e intermináveis. 2016, então, preocupa. O que também não significa que devamos nos abater total e irremediavelmente.

Talvez seja o momento para trazer a este momento de transição o que, certa vez, em dias não tão diferentes dos atuais, o ministro Afonso Arinos escreveu a Tancredo Neves:  “A hora que vivemos neste Brasil confuso, temeroso, descrente, é austera e grave, prenhe de angústias, incertezas e receios. É, sem dúvida, uma hora de desesperança, mas não ainda de desespero.”


Que em 2016 tudo seja o melhor possível para os que frequentam este blog.



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015





MEMORIAIS


O Memorial Itamar Franco, inaugurado ontem à noite pela Universidade Federal, será uma das duas referências sobre a vida pública do ex-presidente. A outra, o Instituto Itamar Franco, presidido pelo ex-deputado Marcello Siqueira, continuará funcionando no quinto andar do edifício Credireal. A diferença está em que o Instituto guarda documentos, peças e objetos pessoais da vida profissional e familiar de Itamar. Com a Universidade fica o acervo do período presidencial.



CRISE NO NATAL


Levantamento criterioso mostra e confirma que 70% das prefeituras da região não tiveram como pagar o 13º aos servidores e operários. Considerado o alto grau de desgaste político que isso representa para os prefeitos, o que eles gostariam de evitar, fica mais que evidente a crise por que estão passando os municípios.

Nesse particular o prefeito Bruno Siqueira lavrou um tento. Há meses exercendo um contorcionismo na Fazenda, ele conseguiu pagar o benefício em dia, e paga a folha de dezembro no último dia útil do mês.



BALANÇO NECESSÁRIO


Já que os partidos não se interessam pelo tema, deve caber aos sindicatos e entidades convidar os deputados estaduais e federais para fazerem um balanço de suas atividades na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. A  opulação merece saber, tanto o que foi feito como o que eles deixaram de fazer.



DA TRADIÇÃO


É possível, ressalvado o longo tempo que ainda nos separa da eleição, conhecer boa quantidade de candidatos à vereança, o que se torna possível graças às consultas e articulações que se realizam nos partidos. Há quem observe que, pelo menos até agora, todos os atuais vereadores disputarão um novo mandato. O que é da tradição, como tradicional também é que a Câmara não deve alimentar a expectativa de uma renovação superior a 50% .



RECORDISTA


Num encontro informal com jornalistas, o secretário municipal de Governo, José Sóter Figueirôa, comentava que, a 12 meses de terminar, o volume de obras e serviços da Administração Bruno Siqueira  já superou as antecessoras.



SEMPRE ULYSSES


Se não tivesse morrido e confiado seu corpo para sempre ao mar, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, poderia dizer hoje o mesmo que disse na promulgação da Carta Magna de 1988:

“Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.” 







quinta-feira, 17 de dezembro de 2015




 SINAIS DA CRISE  


O inferno astral por que passa a presidente Dilma não se faz presente apenas na sucessão das crises e das imensas dificuldades que ela tem sobre a mesa. Os sinais também estão no seu próprio corpo. São as injúrias das rugas, a tez cansada, o andar sincopado. Tudo contribuindo para mostrar que ela vem pagando caro por estar identificada, direta ou indiretamente, com as operações policiais em curso.

A presidente deve saber que seu destino deságua num estuário de dupla complicação: ela está destinada a impasses políticos, com ou sem impeachment. A governabilidade vai despencando de tal forma, que os instrumentos para ressuscitá-la são praticamente inexistentes.

Nunca se viu, nos últimos 50 anos, uma crise tão grave, porque no passado se via luz no fim do túnel. Agora, nem o túnel.



 FORA DE HORA


As discussões políticas que se travam na cidade têm, frequentemente, precipitado formulações quanto aos possíveis candidatos a vice. São colocações fora de propósito, porque o nome do vice, seja qual for o partido, é sempre resultado das composições em torno do prefeito. Muitas vezes o vice nem é do agrado de quem está na cabeça de chapa, mas tem de engoli-lo. 







quarta-feira, 9 de dezembro de 2015




PRIMEIRO LANCE


O PSB tornou-se o primeiro partido a mostrar um pré-candidato à prefeitura em 2016. Acaba de acontecer durante a festa de confraternização de fim de ano, que se realizou num salão do Vitorino Braga. O engenheiro e empresário Wilson Resende Franco foi apresentado, não regateou, mas nada disse sobe seu projeto político.

Os socialistas cumprem em Juiz de Fora uma decisão tomada pelo diretório nacional: em cidade com mais de 200 mil eleitores o PSB tem necessariamente de disputar em faixa própria. É o mesmo que se espera do PT, PMDB e PSDB.



QUEM PUBLICOU?


Nestas últimas horas em que o processo de impeachment de Dilma é assunto central, ainda que com variantes, o destaque foi a lamuriosa carta que o vice Michel Temer escreveu à presidente Dilma, lembrando que ele e o PMDB sempre sofreram desconsiderações no Planalto.


Além do conteúdo, moveu os meios políticos o mistério da divulgação da carta, o que não podia nem devia acontecer, pois se tratava de algo estritamente pessoal. Foram denunciadas fontes do Palácio, coisa difícil de acreditar, porque o governo não divulgaria algo de seu total desinteresse. Parece coisa de gente do próprio Temer, que ardilosamente atribui aos outros o que fez... 





segunda-feira, 7 de dezembro de 2015





CANDIDATO PRÓPRIO


No final da semana, quando veio a Juiz de Fora para se encontrar com lideranças regionais, o senador Aécio Neves deixou claro que o PSDB precisa organizar seus diretórios municipais, preparando-se, sempre que possível, para disputar as prefeituras. Ficou claro que o partido quer candidaturas próprias, ainda que tenha dificuldades para tanto. Em Juiz de Fora, conhecendo tal disposição, os tucanos perguntam: Mas, quem?. Não parece tão fácil, mesmo quando Aécio fala que ex-prefeitos devem estar dispostos para a luta. Custódio aceitaria?

Em relação às disputas em faixa própria, é preciso lembrar que a mesma recomendação vem do PMDB, que no caso local não teria problema, admitida a candidatura de Bruno à reeleição. O PSB, em situação semelhante, tem recomendação expressa de concorrer em faixa própria nos municípios com mais de 200 mil eleitores.

A serem cumpridas tais orientações, o processo eleitoral de 2016 poderá se tornar interessante. Se é que o clima político permitirá eleições no próximo ano.




IMPEACHMENT  


A possibilidade de se abrir processo de impeachment da presidente Dilma amplia e agrava o ambiente de tensão política com que estamos convivendo há meses. Vindo ou não a admissibilidade esse clima vai permanecer, sem chance de ser removido; pelo contrário, terá tudo para se agravar, começando pela cisão ainda mais acentuada na base governista. O PMDB sinaliza disposição de desembarcar da solidariedade ao governo, pois o considera fragilizado demais, além de precisar estar preparado para a eventualidade de subir a rampa com Michel Temer.

Seja como for, ainda que escape do fantasma do impeachment, a presidente dificilmente escaparia de um novo ano turbulento e desgastante.




VIOLÊNCIA E MORTE



A cidade vem registrando média de um homicídio ou tentativa de homicídio a cada 72 horas. Nunca se imaginou isso. A explicação, segundo o juiz José Armando, está no tripé maldito: droga-funk-guerra entre bairros, afora um problema disso decorrente: o permanente clima de vingança entre grupos.