segunda-feira, 17 de abril de 2017







Sobrevivente político
 

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), líder de seu partido no Senado, reitera suas críticas ao governo federal do mesmo partido. Acaba de publicar, mais uma vez, nas redes sociais, um vídeo no qual critica o presidente Michel Temer (PMDB) por sancionar o projeto de terceirização irrestrita do trabalho. Disse o senador alagoano: “Quem não ouve erra sozinho”, numa referência ao presidente.

Renan é um nordestino sobrevivente às intempéries da política brasileira. Era deputado federal, líder do PRN e apoiava o presidente Collor de Mello (PRN, em 1990), sobreviveu ao impeachment do 'caçador de marajás'.  Já senador, teve filha numa relação extraconjugal. Isto foi pivô de escândalo de corrupção, pois uma empresa pagava a pensão alimentícia, o que o levou a enfrentar processo de cassação, acabou  renunciando ao mandato para não ficar inelegível, mas foi absolvido em setembro de 2007.
    
Retornando ao Senado, Renan continuou poderoso, voltou à presidência da Câmara Alta, presidiu o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e impediu que ela ficasse inelegível, em uma decisão fatiada da sentença de  interrupção do mandato da presidente petista.

Tem seu nome sempre citado por delatores da Organização  Odebrecht. E já é réu no STF naquele processo antigo em que pagava pensão alimentícia da filha com dinheiro de uma empresa.

Agora enfrenta Temer na condição de líder do PMDB no Senado, e se alia à oposição (PT, PC do B  etc.). O que será do interesse de Renan (no momento) que o levou ao confronto com Temer e sofrer o rompimento político com seu antigo aliado? Quem viver verá.

  



Crise carcerária 


Nas celebrações da Semana Santa, mas principalmente na que se referia à instituição da Eucaristia, o arcebispo Gil Antônio insistiu na necessidade de se promover uma revisão corajosa da política carcerária no Brasil, que, como pensam todos, em apoio à Igreja, transformou-se num verdadeiro caos.  O metropolita também concorda com a cruel evidência de que,  nas atuais condições, as prisões do País devolvem os criminosos à sociedade bem piores do que quando entraram. Com tanto dinheiro para a corrupção, por que não investir um pouco dele no sistema carcerário?, indagou.
   
Juiz de Fora, sem ser exceção nesse quadro sombrio, serve para confirmar a tragédia dos cárceres, pois, segundo os números que dom Gil revelou em sua homilia, as celas daqui guardam presos em três vezes mais que sua capacidade. Diante disto, seria um  delírio pensar na recuperação dos criminosos.
  

A Igreja Católica vem ampliando sua Pastoral Carcerária na cidade, que não se limita a visitas periódicas aos presos. Está sendo organizada, com apoio da doação dos leigos, uma biblioteca para o apenado. Cada livro que ele ler é um dia a menos na cela. Na Quinta-Feira, na Catedral, uma iniciativa simpática e interessante, que vale citar: cada pessoa que entrava para rezar recebia pequeno cartão com as iniciais de um preso não identificado. Para ele se dirigiu uma oração anônima e  especial.






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