Ao
abismo
Uma ideia que ainda
persegue a muitos é que o desafio básico do governo Temer está em não conseguir
– se é que já tentou – mostrar à sociedade brasileira a gravidade dos problemas
que nos perseguem. Vivemos à beira de um grande abismo, a um passo do caos
total, e os setores mais responsáveis (sic) preferem desconhecer o perigo.
Olham a paisagem distante, como se nada atormentasse. Ora, um passo a mais, sem
um País reformado e renovado, iremos ao fundo.
É de assustar, mas o
desinteresse pela realidade da crise que vive o Brasil envolve senadores e
deputados, os primeiros que tinham obrigação de estarem identificados com os
riscos que nos rondam, que são muitos e sérios. Passam por cima da gravidade
dos problemas e continuam votando em troca de favores e posições políticas. E
não ajudam a sociedade a entender que chegaram a tal ponto nossas enfermidades,
que as dores de hoje e de amanhã não vão cessar com vinte gostas de dipirona; só
com cirurgias de alta complexidade. Mas não. É como se vivêssemos no melhor
país do mundo; como se a degradação moral da política brasileira não tivesse
nascido e crescido exatamente dessa espúria troca de favores que se pratica
hoje, do mensalão, da lava-jato, dos assaltos ao erário. O Congresso não se
dispõe a corrigir os vícios, nem que seja por breve tempo, tempo suficiente
para o Brasil tomar fôlego.
Aos partidos
políticos, por mais desprestigiados que estejam, deve sobrar tênue mas
suficiente responsabilidade para chamar aos brios os que em seu nome exercem
mandato. E partir para ações verticais e severas. Ajudar o Brasil a sacudir a
poeira da corrupção e enfrentar, corajosamente, o que precisa ser
reformado.
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