sexta-feira, 23 de junho de 2017






Temer na crise  




Na Noruega questionado por jornalistas, Temer afirmou reconhecer “que há uma crise política evidente”. O presidente ressaltou, porém, que está “tomando providências” para defender os “aspectos institucionais da Presidência”. É assim que ele tem sobrevivido politicamente no cargo que herdou da deposição da Presidente Dilma. 

Se houve golpe ou não, este discurso agora não importa mais. Os próprios petistas já substituíram (quase totalmente) o bordão "Fora Temer" pelo "Diretas Já!". De bordão em bordão tem sobrevivido o PT e seus aliados. Agora pedir eleições diretas sob o argumento que o Congresso Nacional atual não tem legitimidade para eleger indiretamente um substituto para Temer, é uma impropriedade. Todos os parlamentares eleitos diretamente em 2014 são legítimos, pois todos foram eleitos e empossados num mesmo processo de escolha, quer sejam de esquerda, centro ou de direita. Como querem os patrocinadores da tese de antecipar as eleições presidenciais (em caso de vacância) conseguindo apoio para uma emenda constitucional modificadora da regra atual, se eles desqualificam o parlamento da qual participam?

A crise política é um fato. E como dizia o falecido Deputado Ulysses Guimarães diante de certas situações: 'Com a palavra, Vossa Excelência, o Fato' O cenário político para o Presidente demonstra, faticamente, dificuldades para manter-se no cargo. Ele poderá não concluir o mandato independente de sua vontade.  O Procurador Geral da República antes de deixar o cargo denunciará o Presidente de forma que ele terá novos desafios para superar. Soma-se a isto a impopularidade em queda, vertiginosamente. O futuro de Temer é sombrio.







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