Temer, o PMDB e a eleição de 2018
O presidente Michel
Temer tem sido vitorioso até o momento nas batalhas que travou. Conseguiu apoio
na Câmara dos Deputados para que duas denúncias de corrupção contra ele não
fossem autorizadas para julgamento no Poder Judiciário; pelo menos durante
o mandato. O seu partido, o PMDB, está no poder federal desde o advento da
'Nova República' (1985), sempre no poder ocupando ministérios sem ter eleito o
presidente da República. Foi um aliado importante, tanto para o PSDB como
para o PT. 'Não dá para governar o Brasil sem o PMDB', disse FHC em
um livro. E Temer faz parte dessa história peemedebista.
O último congresso do PT
aprovou uma diretriz partidária que exige a não coligação do partido (nas
eleições de 2018) com aqueles partidos considerados golpistas (PMDB e
aliados no processo de impedimento da presidente Dilma). Entretanto, o
ex-presidente Lula, em caravana por algumas cidades mineiras, disse
perdoar os 'golpistas'. Com isto, em alguns estados haverá coligações
majoritárias entre PT e PMDB. Em Minas Gerais a maioria dos deputados estaduais
e os federais do PMDB querem manter a aliança com o PT para a reeleição de
Pimentel, e o governador também envida esforços para que a atual coligação
se mantenha.
Temer tem sinalizado através de seus interlocutores o desejo de
que o PMDB apoie uma candidatura que defenda seu governo nos debates eleitorais
de 2018. Ele não consegue ver quem poderia desempenhar melhor esta tarefa do
que ele mesmo, pelo que deduzem alguns analistas políticos. Mesmo impopular no
momento, e apostando na melhoria dos indicadores econômicos, Temer poderá ser o
candidato para presidente pelo PMDB. Não precisará renunciar ao
mandato, terá o tempo de televisão abundante e uma fatia generosa do fundo
de financiamento eleitoral, recentemente criado em lei. Aqueles partidos que
estão de olho nesses polpudos recursos do PMDB tentarão buscar um jeito de
convencer Temer a desistir do projeto de ser candidato, e libere o partido
(e os recursos) para fortalecer uma boa coligação partidária. Há quem analise
que tanto o PSDB como o PT têm interesse numa composição com o PMDB. Com
isto Temer terá forte influência no próximo processo eleitoral de 2018.