segunda-feira, 13 de novembro de 2017







A crise do PSDB


O PSDB vive mais uma crise dentre outras da sua história nos quase 30 anos de fundação (junho de 1988). Inesperadamente o senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado do partido, retoma a direção partidária e afasta o senador Tasso Jereissati (CE), que ocupava interinamente a presidência. Tudo dentro das normas. A justificativa do senador mineiro é a busca do equilíbrio na disputa pela direção do partido agora em dezembro. Há quem acredite que Aécio age para beneficiar seus aliados políticos, de forma que vençam as eleições internas. Tasso virou candidato a presidente do partido, e adversário de Aécio.

Aécio ressurge das cinzas à qual foi reduzido com as denúncias do empresário Wesley Batista (JBS) em maio. Ele é o principal articulador do presidente Temer na Câmara dos Deputados, conseguindo impedir que prosperassem as duas denúncias do Ministério Público Federal contra o chefe do poder Wxecutivo. Em retribuição Michel Temer socorre o senador aliado no Senado Federal, impedindo que ele perdesse o mandato parlamentar. A harmonia entre Temer e Aécio tem sido benéfica para ambos.

Aparentemente a sigla  PSDB está se desgastando. Entretanto, esse episódio poderá ser ‘uma freada de arrumação' para o partido se auto-organizar com o objetivo da retomada da Presidência da República em 2018. Pelo menos é este o projeto do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que parece estar em melhores condições de disputar o cargo, caso consiga convencer nas articulações políticas da sua viabilidade no espectro político de centro-direita. Atualmente o quadro está nebuloso pois o tucanos paulistas estão em conflito no próprio ninho. Com o passar do tempo vão se acomodar, e cada um vai ocupar seu espaço próprio.

Às vezes a crônica política dá uma dimensão aos fatos maior do que eles são na realidade. Relembremos a história de outras siglas partidárias de grande porte que são o PMDB e o PT. Quantas crises internas eles tiveram, e ainda têm. Os conflitos são derivados da disputa do poder intramuros por tendências ideológicas ou por lideranças regionais. A história do PSDB demonstra a existência da permanente tensão entre tucanos mineiros e paulistas, e as demais regiões do país gravitavam em torno disto, até que ocorreram as eleições de 2014. Aécio Neves como candidato a presidente demonstrou sua capacidade eleitoral de forma inequívoca, superando a votação dos candidatos tucanos que foram derrotados nas eleições anteriores. Com isto ele teve o reconhecimento e o respeito da militância tucana.

O senador mineiro retoma o protagonismo político no partido e no cenário político atual, e é o principal aliado do presidente Temer. Não podemos duvidar da capacidade de superação política do político mineiro (sem entrar no mérito das denúncias que lhe foram feitas). Até o momento Aécio e Temer têm vencido as batalhas políticas que enfrentaram, e demonstraram suas habilidades. 







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