Eleição
em JF
Neste ano
os eleitores vão participar de mais um processo de escolha dos 19
vereadores à Câmara Municipal de Juiz de Fora, do prefeito e do
vice-prefeito, no dia 4 de outubro. A campanha eleitoral propriamente
dita começa na segunda quinzena de agosto. O período é curto. Mas
os pré-candidatos já fazem seus contatos com o público de forma
dissimulada, de forma que a Justiça Eleitoral não os alcance, por
campanha fora do calendário eleitoral. Na eleição de 2016 para
prefeito, no primeiro turno, 79,96% dos eleitores da cidade
compareceram às urnas, entre o total de votos válidos (265.837);
11,08% (35.029) foram nulos e 4,85% (15.325) foram brancos.
O
procedimento de coleta das impressões digitais, foto e assinatura
digital do eleitor, para que ele passe a ser identificado a partir
dessas características no cadastro eleitoral e nas eleições
(cadastro biométrico) organizado pelo T R E-MG, está caminhando
para o seu final. A previsão de atingimento de eleitores cadastrados
é de, aproximadamente, 80% da estimativa, com base no cadastro
anterior. Ora, tem-se uma coincidência com o comparecimento na
última eleição. Pode ser que a abstenção anterior era devido ao
cadastro desatualizado, onde constavam nomes de eleitores falecidos,
ou dos desobrigados de participar, dos que mudaram de cidade etc.
Agora teremos uma abstenção mais consentânea com a realidade.
Considerando-se
as informações anteriormente citadas deveremos ter um
comparecimento de eleitores semelhante ao de 2016, em torno de 320
mil eleitores; e os votos válidos em torno de 280 mil, subtraindo-se
os votos brancos e nulos. Isto é válido tanto para prefeito quanto
para vereador, em se tratando de estimativas. Na teoria é isto, mas
pode haver surpresas.
Então, o
quociente eleitoral necessário para o partido conseguir uma cadeira
na Câmara Municipal pode ser estimado em torno de 15 mil votos.
Dificilmente a eleição resultará em bancadas de quatro vereadores
eleitos do mesmo partido (como ocorreu em 2016), pois a previsão é
de uma pulverização de siglas partidárias representadas no
legislativo municipal. E ninguém poderá ser eleito com menos de 10%
do quociente eleitoral, estimando-se em uma votação individual
necessária superior a 1.500 votos, mesmo que o partido faça o
quociente eleitoral.
A
expectativa é de uma evolução na forma de fazer campanha eleitoral
com a apresentação pelos candidatos à prefeitura de planos de
governo realistas, com base em diagnósticos corretos da realidade
de Juiz de Fora, e como (se for eleito ) irá administrar a cidade
com tanta escassez de recursos no município e nas demais esferas de
governo.
Para
compensar
A deputada
Clarissa Garotinho (PROS-RJ) diz-se empenhada na tarefa de conseguir
emplacar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa a reparar
o estado do Rio de Janeiro pela perda da capital da República para
Brasília, ocorrida em 1960. Trata-se de compensar as perdas desde a
transferência da sede administrativa da União, o que significa
cerca de R$ 70 bi. A PEC já teve apoio de 304 parlamentares.
Clarissa afirma que "Brasília recebe um fundo constitucional,
que vem do governo federal, de R$ 14 bilhões por ano. A PEC prevê a
divisão desse fundo constitucional de Brasília, o que garantiria ao
Rio R$ 70 bilhões por 10 anos".
O Rio
sempre teve esse direito, o que não significa que conquistá-lo seja
fácil.
Recorda-se
que a mesma preocupação da deputada povoou a imaginação de
algumas lideranças de Juiz de Fora, quando a capital se transferiu
para o Planalto Central. Acidade acabara de perder a ilustre
vizinhança, com a qual mantivera estreita ligação desde os tempos
imperiais. Antes, como parte de um esvaziamento progressivo, ainda no
governo JK, com a Rio-Bahia havíamos perdido o papel de principal
empório para abastecimento do Nordeste.
Nada de
compensações.
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