O Dia D
Pode
ser que haja certo exagero, mas lideranças políticas de Brasília chegam a
admitir que o futuro do governo Dilma pode estar sendo traçado neste fim de
semana, sob a expectativa de que situação e oposição prometem ir às ruas para
defender suas ideias. Inspirados pelo ex-presidente Lula, os sem-terra querem
mostrar sua capacidade de mobilização, em defesa do governo, enquanto o domingo
fica reservado para contestações e protestos.
O
brasileiro, tenha ele a ideologia que tiver, não tem a seu favor a tradição de
fazer das ruas um palco de pregação política, realidade raramente negada, como
na campanha pelas Diretas-Já. As entidades que o representam descuidam da
formação de mobilizadores, particularmente quando o quadro é tenso. É o que nos
explica o fato de, mesmo estando o País diante de uma grave crise, optam pelo
recolhido silêncio organizações do prestígio da OAB, CNBB, União Nacional dos
Estudantes e as grandes confederações, Hoje, caladas, elas vão sendo
substituídas pela internet, que ficará com os créditos ou os débitos das
prometidas manifestações.
Discurso
O
discurso que a presidente Dilma pronunciou nesta semana em rede nacional de
televisão teve como mérito descartar a aventura do improviso; improviso que em
ocasiões anteriores foi garantia de derrapagens e tropeços constrangedores.
Mas, quando se trata de ajustá-lo aos interesses nacionais, o pronunciamento
ficou a desejar.
Pediu
ela aos brasileiros paciência para a superação da crise. Mas paciência é uma
virtude que este País já ofereceu na medida de farta generosidade. Não tem mais
como ser cobrado, ainda que a presidente e seu ministério estivessem
entrincheirados em boas intenções.
Melhor
seria que, dando o exemplo, que deve partir sempre de cima, Dona Dilma
anunciasse disposição do governo de cortar suas próprias gorduras.
Preservado
A
Justiça não acatou a pretensão do Sport Clube de derrubar a arquibancada de seu
estádio, e oferecer o espaço para a construção de um supermercado, que, parece,
estava nos planos de um grupo empresarial do Norte do Brasil. Entre outras
razões para a decisão da Justiça deve ter influído muito a imediata reação do
Conselho de Preservação do Patrimônio, que protestou, mesmo diante da cruel
constatação de que o Sport nada promove para dar utilidade à arquibancada em
questão.
Mas
o clube não se deu por vencido: quer ser indenizado pelo que deixou de ganhar
no negócio em boa hora abortado.
Questão central
Na
esperança de que vingue a ideia de uma frente parlamentar na Assembleia
Legislativa para defender a Zona da Mata, parece justo levar em conta dois
dados fundamentais: 1 - os deputados devem remover divergências partidárias
quando estiver em questão a defesa dos interesses regionais, e 2 - não desconsiderar
uma realidade que hoje dispensa contestações. Como centro de referência para a
prestação de serviços vários, e neste particular outros municípios acabam
desonerados, Juiz de Fora deve ter tratamento de polo regional (a experiência
bem sucedida da Acispes não pode ser esquecida) com prerrogativas que esse
papel impõe. É detalhe que, espera-se, não escape da acuidade dos deputados
diretamente envolvidos.
Desinteresse
Os
partidos políticos, que a cada ano vão perdendo forças, cedendo lugar para
grupos e correntes, continuam contribuindo, e muito, para esse esvaziamento.
Observe-se, por exemplo, o que se dá na linha dos diretórios municipais das
legendas derrotadas: passados cinco meses desde que se feriram as eleições,
eles ainda não se animaram a promover discussões e estudos sobre seu fracasso
nas urnas. Como se 2016 não estivesse chegando.
Pra facilitar
Em
breve os encarregados dos serviços telefônicos começam a trabalhar na
elaboração de novo catálogo de assinantes, o que enseja, como sugestão, um
esforço para facilitar as consultas, já difíceis por causa do corpo mínimo das
letras e o reduzido espaçamento entre os nomes. É preciso tornar menos trabalhosa
a identificação das ruas, como a Osvaldo Aranha, que no catálogo tem de ser
procurada na letra C de chanceler, que foi o cargo daquele ministro.
Mas
a procura fica ainda mais complicada por causa do “Doutor”, que antecede os
nomes de 171 personalidades imortalizadas nas ruas de Juiz de Fora.
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