Mandato tampão
Quem haveria de se aventurar em uma campanha eleitoral
para ser prefeito por apenas dois anos e gastar muito dinheiro para nada poder
fazer? A indagação foi feita pelo juiz titular do Tribunal Regional Eleitoral,
Wladimir Rodrigues Dias, em palestra que pronunciou ontem na Câmara Municipal.
“Dois anos não dão para nada”, o que o leva a admitir que, inexistindo
interesse dos candidatos, a tendência é a prorrogação dos atuais mandatos, como
parte de um outro propósito não menos polêmico, a coincidência dos mandatos;
coincidência que não conseguiu se consolidar em tempos passados. Depois de
adotada, não resistiu e voltamos à alternância no calendário. O mandato tampão
estaria, portanto, condenado a enfrentar grave resistência.
Mas uma nova tentativa de coincidência tem adeptos. O
professor Wladimir indica, entre eles, os candidatos a deputado estadual e
federal, que reduziriam consideravelmente o custo de suas campanhas, então
acopladas aos vereadores. Essa junção talvez só enfrentasse como dificuldade o
fato de o processo eleitoral na grande maioria dos municípios não ser
ideologizado, prevalecendo questões locais.
Falta consenso
O sistema eleitoral a ser proximamente adotado, como
parte da reforma política, é uma complexidade que está longe de ganhar o mínimo
de consenso entre as lideranças. A formulação do distrital ou distritão está
entre os temas que maiores divergências têm produzido, como, por exemplo, entre
o vice-presidente, peemedebista Michel Temer, autor do distritão, e o deputado
Marcus Pestana. O deputado tucano, contrariando Temer, diz que é preciso pesar
bem entre o que é desejável e o que é possível, quando se fala em substituir a
eleição proporcional pela majoritária.
Para conversar
Quem passa o fim de semana em Juiz de Fora é o
ex-ministro Anderson Adauto. Aqui, tem encontro com o prefeito de Barbacena,
Antônio Carlos, e com o ex-deputado Marcello Siqueira, de quem foi
contemporâneo na Câmara. Vão conversar sobre política e os rumos que ela vem
tomando ultimamente.
Adauto sempre foi considerado um bom articulador
político.
Primeiro passo
Foram concluídos os trabalhos de restauro do lanternim do
Museu Mariano Procópio, o que coloca a Sala Maria Amália praticamente em
condições de ser reaberta à visitação pública. O prefeito Bruno Siqueira,
acompanhado do superintendente da Casa, Douglas Fasolato, visitou a Sala e
outras dependências em fase de recuperação.
Dentro de algumas semanas os visitantes poderão conhecer
peças e telas que estão sendo cuidadas, como a “Jornada dos Mártires”, de Pedro
Américo, cuja restauração vai custar cerca de R$ 70 mil.
Desafio maior
Em conversa de rodas políticas, além das preocupações com
a carência de dinheiro na prefeitura, costuma-se elaborar conjectura sobre os
desafios do próximo mandato de prefeito. Há muitos problemas levantados, mas o
mais frequente é a complexidade do tráfego na área do terminal rodoviário,
ameaçada de entrar em colapso. Na verdade, ali se confunde o movimento de
veículos da zona norte com o terminal, mais a próxima movimentação do hospital
regional e dos novos shoppings. Alguma coisa terá de ser feita para a região
escapar do estrangulamento.
Em suspense
O presidente da Câmara, Rodrigo Mattos, confirma que há
um clima de expectativa e incerteza entre os vereadores, com relação à eleição
de 2016. Eles têm de começar a trabalhar no caminho dos votos, mas não sabem
qual será o modelo de votação, se majoritário ou proporcional, se haverá ou não
coligação. Tudo no escuro.
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