quarta-feira, 27 de maio de 2015

Novo impasse


Problemas políticos, corrupção em marcha acelerada e a instabilidade no governo parecem esfriar o debate da reforma política, sem que as lideranças interessadas cheguem a profetizar se vamos ter a repetição das longas atrofias a que assistimos sobre tão importante matéria. Para tanto, terá contribuído o impasse em que mergulhou a discussão em torno do “Distritão”, colocando em campos opostos, ora divergentes ora indiferentes, os três maiores partidos - PT, PMDB, PSDB.
Parece a deputados experientes que a retomada do diálogo fica na dependência de uma próxima trégua da crise. Com uma preocupação a mais: o que tiver de ser mudado que se mude nos próximos quatro meses, porque alterações na ordem eleitoral só até 5 de outubro , um ano antes da eleição.

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Outro detalhe que ajudaria a eliminar prioridade para a reforma política é a constatação, cada vez mais nítida, de que não haverá eleição em 2016, optando-se pela prorrogação do mandato dos atuais prefeitos e vereadores. Se as urnas continuarão guardadas, por que tratar de reforma agora? A prorrogação só corre risco exatamente por ser uma quase unanimidade. E em política as questões unânimes são muitas vezes as que costumam ficar esquecidas.
Não havendo prorrogação, o caminho único é o mandato tampão. Pergunta-se: a quem interessaria gastar dinheiro em uma campanha que terá tudo para ganhar pouca motivação; apenas dois anos de mandatos, insuficientes para se fazer o mínimo necessário? Veladamente ou não, a proposta de prorrogação seria aceita com simpatia pelo governo, pelos partidos e pelos próprios prefeitos, todos com reduzida disposição de pedir votos, numa quadra em que seus prestígios andam em baixa, decorrente das dificuldades financeiras em todos os níveis do poder público.

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Em recente conferência que pronunciou na Câmara Municipal, o juiz do TRE Wladimir Rodrigues Dias dizia que o problema básico dessa reforma, da qual tanto se fala e nem por isso progride, é que cada agente político quer mudar as coisas a seu modo; olha apenas para o próprio umbigo. E lembrou, com propriedade, que há 12 anos o Brasil perdeu oportunidade de aplicar uma boa reforma, baseada em projeto de Ronaldo Caiado. Teria sido um avanço significativo.


Anulação


O deputado estadual Lafayette Andrada continua confiante em que conseguirá levar o Tribunal Regional Eleitoral a anular a convenção municipal do seu partido, PSDB, realizada neste mês, segundo ele eivada de vícios. Os ritos em relação à convocação dos convencionais não teriam sido obedecidos. A decisão da Justiça pode ser conhecida nesta semana.


Jorge Couri



Não posso deixar de registrar a dor causada pelo morte do fotógrafo Jorge Couri (85), com quem, como cheguei a dizer ao colunista César Romero, foi enterrado um pedaço de cada um de nós que, como profissionais da imprensa, aprendemos com ele e trabalhamos à sombra de sua competência. Apagou-se um capítulo da história dos jornais desta cidade. Mas esta mesma cidade seguramente ficou melhor com a passagem de Jorge pela vida. 

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