Novo impasse
Problemas
políticos, corrupção em marcha acelerada e a instabilidade no governo parecem
esfriar o debate da reforma política, sem que as lideranças interessadas
cheguem a profetizar se vamos ter a repetição das longas atrofias a que
assistimos sobre tão importante matéria. Para tanto, terá contribuído o impasse
em que mergulhou a discussão em torno do “Distritão”, colocando em campos
opostos, ora divergentes ora indiferentes, os três maiores partidos - PT, PMDB,
PSDB.
Parece a
deputados experientes que a retomada do diálogo fica na dependência de uma
próxima trégua da crise. Com uma preocupação a mais: o que tiver de ser mudado
que se mude nos próximos quatro meses, porque alterações na ordem eleitoral só
até 5 de outubro , um ano antes da eleição.
. . .
Outro
detalhe que ajudaria a eliminar prioridade para a reforma política é a
constatação, cada vez mais nítida, de que não haverá eleição em 2016,
optando-se pela prorrogação do mandato dos atuais prefeitos e vereadores. Se as
urnas continuarão guardadas, por que tratar de reforma agora? A prorrogação só
corre risco exatamente por ser uma quase unanimidade. E em política as questões
unânimes são muitas vezes as que costumam ficar esquecidas.
Não havendo
prorrogação, o caminho único é o mandato tampão. Pergunta-se: a quem
interessaria gastar dinheiro em uma campanha que terá tudo para ganhar pouca
motivação; apenas dois anos de mandatos, insuficientes para se fazer o mínimo
necessário? Veladamente ou não, a proposta de prorrogação seria aceita com
simpatia pelo governo, pelos partidos e pelos próprios prefeitos, todos com
reduzida disposição de pedir votos, numa quadra em que seus prestígios andam em
baixa, decorrente das dificuldades financeiras em todos os níveis do poder
público.
. . .
Em recente
conferência que pronunciou na Câmara Municipal, o juiz do TRE Wladimir
Rodrigues Dias dizia que o problema básico dessa reforma, da qual tanto se fala
e nem por isso progride, é que cada agente político quer mudar as coisas a seu
modo; olha apenas para o próprio umbigo. E lembrou, com propriedade, que há 12
anos o Brasil perdeu oportunidade de aplicar uma boa reforma, baseada em
projeto de Ronaldo Caiado. Teria sido um avanço significativo.
Anulação
O deputado
estadual Lafayette Andrada continua confiante em que conseguirá levar o
Tribunal Regional Eleitoral a anular a convenção municipal do seu partido,
PSDB, realizada neste mês, segundo ele eivada de vícios. Os ritos em relação à
convocação dos convencionais não teriam sido obedecidos. A decisão da Justiça
pode ser conhecida nesta semana.
Jorge Couri
Não posso
deixar de registrar a dor causada pelo morte do fotógrafo Jorge Couri (85), com
quem, como cheguei a dizer ao colunista César Romero, foi enterrado um pedaço
de cada um de nós que, como profissionais da imprensa, aprendemos com ele e
trabalhamos à sombra de sua competência. Apagou-se um capítulo da história dos
jornais desta cidade. Mas esta mesma cidade seguramente ficou melhor com a
passagem de Jorge pela vida.
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