TEMPO JOGADO
Nada há que
seja capaz de levar o prefeito Bruno Siqueira a tomar uma atitude que precipite
a discussão do processo sucessório. Nem mesmo para dizer se se dispõe a
disputar a reeleição, embora ninguém tenha dúvida quanto a esse projeto. Ele
vai lançar mão dos recursos de última hora para se definir, criando desacertos
para os adversários, que ficam sem saber exatamente como se articular e como
enfrentá-lo.
No painel
das expectativas adiadas inclui-se o leque das alianças. Não obstante, há
sinais de que poderão chegar a 2016 acordados PMDB e PT de um lado; do outro,
PSDB, DEM e PDT.
Os políticos
só podem escapar de uma coisa: sejam quais forem seus projetos, em 5 de outubro
fecham-se as filiações partidárias. Depois daquele dia os candidatos não mais
entram nem saem.
TODOS REFÉNS
Outro dado
com o qual todos devem concordar: as composições políticas para o ano eleitoral
estão totalmente reféns de Brasília. O que está para acontecer lá? Quais os
rumos do governo federal? E, por causa dele e de seus atores, como estarão as
instituições em outubro de 2016? Os partidos do governo estarão em alta ou
falidos? Não há profeta que possa responder a tais indagações.
DIAS DE CRISE
Portas de
aço ao chão, cartazes do “disponível” e “aluga-se” insistindo para atrair os
difíceis locadores são o sinal visível de que os tempos andam sombrios. Não
menos denunciadores são as atraentes ofertas dos supermercados, ávidos para
desmanchar estoques, e o setor de alimentos prontos oferecendo preços especiais
para quem comer logo, independentemente do apetite. Como se lê no cartaz
pitoresco de uma padaria da Rio Branco: compre um pão-com-linguiça e leve
dois...
PALAVRA
FINAL
Honrado pelo
convite que me fizeram alunos do Colégio Stella Matutina para conversar sobre
problemas da atualidade política, e percebendo que a muitos daqueles jovens
preocupava o futuro, desejei me despedir com uma palavra que os animasse.
Lembrei-me então de repetir trecho atualíssimo de uma carta que Afonso Arinos
enviara a Tancredo Neves num momento de altas perturbações para o Brasil:
“A hora que vivemos neste Brasil confuso, temeroso,
descrente é austera, grave, prenhe de angústias, incertezas e receios. Uma hora
de desesperança, sem dúvida, mas não ainda de desespero”.
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