sexta-feira, 3 de julho de 2015

UM TURBILHÃO


O vereador Rodrigo Mattos certamente não imaginava que sua passagem pela presidência da Câmara fosse marcada por episódios complicados e complicadores. Seu vendaval começa com a raivosa campanha pela cassação do mandato do vereador chamado João do Joaninho, que se dedica ao esporte de fuzilar capivaras e jacus, causando furor entre os ambientalistas. O constrangimento é geral na Câmara, onde os interessados em defender o vereador deviam sugerir a ele licenciar-se por seis meses, tempo suficiente para que termine o requiem ecológico.
Mas Rodrigo ainda tem o desafio de enfrentar ódio de feministas por causa do contrabando da expressão “gênero” no texto de uma lei que, pretendendo defender as mulheres, acaba por ofendê-las.
Um terceiro espinho para o presidente, criado a partir de ontem, é conter desdobramentos políticos desnecessários em torno do relatório sobre irregularidades no serviço de distribuição de medicamentos.



ÁPICE DA CRISE


O ex-ministro Mendonça de Barros, ao analisar na TV os desdobramentos da crise que estamos vivendo hoje, faz uma previsão de assustar. No seu entendimento, o ponto alto de nossas graves dificuldades vai coincidir com a eleição do próximo ano. É o suficiente para admitir que o PT estará liquidado quando chegar lá.



CONVENCIMENTO


Não é tarefa que se apresenta das mais fáceis, mas o PSDB tem planos de intensificar neste segundo semestre a campanha para sensibilizar o conselheiro Sebastião Helvécio, presidente do Tribunal de Contas, a disputar a prefeitura em 2016.



DESGASTE INEVITÁVEL


Um princípio da comunicação recomenda que não se dê limite a um entrevistador de perguntar ao seu entrevistado o que bem entender. Preserve-se esse direito a Jô Soares, mesmo na adocicada e gentil entrevista com que há dias presenteou a presidente Dilma. O que não se perdoa é a oportunidade que ele esbanjou de ferir temas de real interesse para a nação. Continua sendo crucificado na internet.



DETALHE IMPORTANTE


Na terça-feira, alunos adolescentes do Colégio Stella Matutina promoveram mesa-redonda sobre problemas da atualidade política, a partir da redemocratização. Entre os convidados, o ex-prefeito Tarcísio Delgado, que, ao analisar alguns aspectos do governo Itamar Franco, prestou depoimento sobre um episódio no qual foi, a um só tempo, ator e testemunha. Votava-se o Plano Real na Câmara dos Deputados, onde Tarcísio liderava a bancada do PMDB. No entendimento dos peemedebistas o Plano não podia deixar de contemplar o item Educação, e com isso não concordava o ministro Fernando Henrique, que resistiu a quanto pôde. Cedeu, irritado, alta hora da madrugada, quando o deputado lhe garantiu, pelo telefone, que sem a Educação a matéria não passaria, E não passaria mesmo, porque a bancada do PMDB era folgadamente majoritária. Segundo Tarcísio, a resistência de FHC vinha de uma divergência com o ministro Murílio Hingel.



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