UM TURBILHÃO
O vereador Rodrigo Mattos certamente não imaginava que
sua passagem pela presidência da Câmara fosse marcada por episódios complicados
e complicadores. Seu vendaval começa com a raivosa campanha pela cassação do
mandato do vereador chamado João do Joaninho, que se dedica ao esporte de
fuzilar capivaras e jacus, causando furor entre os ambientalistas. O
constrangimento é geral na Câmara, onde os interessados em defender o vereador
deviam sugerir a ele licenciar-se por seis meses, tempo suficiente para que
termine o requiem ecológico.
Mas Rodrigo ainda tem o desafio de enfrentar ódio de
feministas por causa do contrabando da expressão “gênero” no texto de uma lei
que, pretendendo defender as mulheres, acaba por ofendê-las.
Um terceiro espinho para o presidente, criado a partir
de ontem, é conter desdobramentos políticos desnecessários em torno do relatório
sobre irregularidades no serviço de distribuição de medicamentos.
ÁPICE DA CRISE
O ex-ministro Mendonça de Barros, ao analisar na TV os
desdobramentos da crise que estamos vivendo hoje, faz uma previsão de assustar.
No seu entendimento, o ponto alto de nossas graves dificuldades vai coincidir
com a eleição do próximo ano. É o suficiente para admitir que o PT estará
liquidado quando chegar lá.
CONVENCIMENTO
Não é tarefa que se apresenta das mais fáceis, mas o
PSDB tem planos de intensificar neste segundo semestre a campanha para
sensibilizar o conselheiro Sebastião Helvécio, presidente do Tribunal de Contas,
a disputar a prefeitura em 2016.
DESGASTE INEVITÁVEL
Um princípio da comunicação recomenda que não se dê
limite a um entrevistador de perguntar ao seu entrevistado o que bem entender.
Preserve-se esse direito a Jô Soares, mesmo na adocicada e gentil entrevista com
que há dias presenteou a presidente Dilma. O que não se perdoa é a oportunidade
que ele esbanjou de ferir temas de real interesse para a nação. Continua sendo
crucificado na internet.
DETALHE IMPORTANTE
Na terça-feira, alunos adolescentes do Colégio Stella
Matutina promoveram mesa-redonda sobre problemas da atualidade política, a
partir da redemocratização. Entre os convidados, o ex-prefeito Tarcísio Delgado,
que, ao analisar alguns aspectos do governo Itamar Franco, prestou depoimento
sobre um episódio no qual foi, a um só tempo, ator e testemunha. Votava-se o
Plano Real na Câmara dos Deputados, onde Tarcísio liderava a bancada do PMDB. No
entendimento dos peemedebistas o Plano não podia deixar de contemplar o item
Educação, e com isso não concordava o ministro Fernando Henrique, que resistiu a
quanto pôde. Cedeu, irritado, alta hora da madrugada, quando o deputado lhe
garantiu, pelo telefone, que sem a Educação a matéria não passaria, E não
passaria mesmo, porque a bancada do PMDB era folgadamente majoritária. Segundo
Tarcísio, a resistência de FHC vinha de uma divergência com o ministro Murílio
Hingel.
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