Divisa perigosa
É preciso que passe a figurar na pauta das
prioridades dos serviços de segurança pública, além de meras promessas
políticas, o policiamento da divisa de Minas e Rio de Janeiro, depois que o estado fluminense tornou-se objeto de
intervenção federal. A razão que preocupa é clara, embora não seja novidade:
toda vez que a polícia do Rio aperta o cerco aos criminosos a bandidagem se
desloca para Minas. E sua primeira referência é Juiz de Fora. O que fazer!
Não é de hoje que se dá essa indesejável
migração, mas agora as consequências podem ser mais funestas, pois nos planos
do interventor Braga Netto figura a promessa de uma resposta dura ao crime
organizado.
É antigo um estudo da Polícia Militar
(talvez uns vinte anos) indicando que são mais de 30 os pontos em que é
possível sair do Rio e chegar a Minas, e muitos desses locais totalmente
vulneráveis, pois não é possível à PM mantê-los sob permanente vigilância.
Está prometida para as próximas horas nova
reunião de autoridades de segurança pública do Rio, Minas e São Paulo, para
serem discutidas medidas adequadas, de forma que os estados vizinhos da
intervenção, que já têm muitos problemas para resolver, não tenham de receber a
indesejável herança. Principalmente depois que o comando geral da PM, em Belo
Horizonte, anunciou que o policiamento
da divisa na Zona da Mata caberá aos dispositivos locais, que são escassos.
Centenário
Vale registrar que
neste dia transcorre o centenário de morte de Fernando Lobo Leite Pereira, uma
das figuras mais expressivas do movimento republicano em Juiz de Fora e toda
Minas, numa campanha em que esteve ao lado de Constantino Paletta, João
Penido,Fonseca Hermes e Luiz Detzi.
Fernando foi um dos primeiros que Floriano Peixoto convidou para o Ministério,
tendo ocupado a pasta do Interior.
Em sua biografia consta, ainda, sua presença
na diretoria do Banco do Brasil e na presidência do Credireal.
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