Prazo fatal
O prefeito Bruno Siqueira parece ter
fixado nas vésperas da Semana Santa a definição sobre seu futuro político, o
que importa em definir o rumo que adotará para sua inclusão no próximo processo
eleitoral. Ele teve, há algumas horas, em Belo Horizonte, dois encontros com
Antônio Andrade, presidente regional de seu partido, o MDB, que o quer ocupando
uma das duas vagas para disputar o Senado, tendo como argumento, além de seu
desempenho na prefeitura de Juiz de Fora, o fato de representar uma novidade no
quadro político mineiro. Mais do que isso, importantíssimo para o momento
atual, Bruno passa incólume por essa onda de irregularidades a que se assiste
no poder público.
Se for candidato ao Senado, o prefeito
terá de renunciar até 6 de abril. Se disputasse a vice, poderia permanecer no
cargo.
Política no enredo
A escola de samba Beija-Flor foi eleita, mais uma vez,
campeã do carnaval carioca, com um enredo de crítica política e social. A
escola de samba Paraíso do Tuiuti, que abordou a escravidão e fez críticas
ao presidente Temer, ficou em segundo. Parece um prenúncio do que virá na
campanha política no segundo semestre de 2018.
Ambas as escolas de samba que ficaram em 'empate técnico' nas
pontuações, mas no resultado final, pelos critérios de apuração, indicou-se
como campeã a Beija Flor de Nilópolis. Pelas redes sociais os torcedores
comemoraram de forma diversa. A Paraíso do Tuiuti foi adotada pelos
militantes petistas após o desfile, pois o enredo traduziu o sentimento da
oposição ao governo Temer (que foi satirizado com rigor pelo carnavalesco da
escola). Já a campeã Beija-Flor foi criticada como a
preferida da mídia, embora tenha apresentado um enredo de crítica social.
Donde se
conclui que o antagonismo na política está representado no tradicional carnaval
das escolas de samba do Rio de Janeiro. Talvez por saberem, previamente, sobre
os enredos das citadas escolas, tanto o prefeito como o governador, se
ausentaram da passarela do samba e da cidade.
As
contradições aparecem com nitidez nessa situação, pois as escolas geralmente
são apoiadas materialmente pela contravenção penal (jogo de bicho), mas fazem a
crítica à corrupção na política nacional. Não é à toa que Macunaíma (romance de
1928 do escritor brasileiro Mário de Andrade) descreve como é o herói
brasileiro.
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