Eleição 2024 em pauta ( XXIV)
1 – Uma aposta que já está valendo: na próxima eleição de prefeitos as bancadas que compõem o Centrão podem ter à disposição de seus candidatos fabulosos recursos, abertos pelas vias de emendas parlamentares, que vão sendo liberadas à medida em que crescem as pressões da Câmara sobre o presidente Lula. Significa que muitos prefeitos poderão se eleger com as graças presidenciais, exatamente para fazer frente a ele... O Centrão tem 36 anos de experiência, e sabe como fazer.
2 - Como sinalização: houve quem interpretasse uma postagem recente no facebook do ex- prefeito Tarcísio Delgado, parabenizando o vereador Maurício Delgado pelo aniversário, como sinal de apoio ao sobrinho para a eleição municipal. Não para reeleição a uma cadeira de vereador, mas simpatia a um possível pré-candidato a prefeito.
3 – No quadro dos preparativos para as eleições municipais o sociólogo Rudá Ricci (com ligações ao PT) em post no twitter escreveu: “o que importa é que os preparativos para as eleições municipais começaram. O PL já fala que tentarão transformar Bolsonaro inelegível em mártir. E o Centrão usa a Codevasf (nas mãos do União Brasil e de Lira) para alimentar a reeleição de prefeitos anti-petistas. "
4- Previsões, para quando terminarem as festas juninas, indicam que entrarão na fase objetiva os entendimentos destinados à fusão PTB-Patriotas, com a certeza de dar aproveitamento ao que restou do antigo DEM. As conversas estão em curso, mas os dirigentes estaduais e municipais ficam sabendo pela imprensa. Em JF, nos dois partidos, ninguém sabe de nada.
5 - Um observador atento da conjuntura política antecipa análise de que, no ano que vem, quando teremos eleições municipais, muitos deputados federais desejarão sair candidato a prefeito. E tantos outros apoiarão nomes nas suas respectivas bases eleitorais. Então, a prudência nas medidas políticas é o que importa no momento.
Po exemplo: bater de frente com o poder Executivo, e com isto retardar algumas ações que podem prejudicar na base.
6- O ex-reitor da Universidade Federal, Henrique Duque de Miranda Chaves Filho, parece tomado por completo entusiasmo em se candidatar à prefeitura. Ainda sem partido definido, ele não tem pressa por se definir por uma legenda, tendo em seu favor tempo hábil que lhe permite estudar os cenários local, estadual e nacional.
Faltando ainda um ano e meio para o término do mandato da prefeita Margarida (PT), forças políticas já iniciaram as articulações para a sucessão, e, deste modo, alguns partidos têm flertado com Duque.
O prazo legal para definir registro de candidaturas finda em maio de 2024. Até lá não cessarão as conversas de centro e centro- esquerda.
Henrique Duque, distante da política há anos, entusiasmou-se pelo apoio de vários quadros políticos.
7 - " Respeitamos todas as opiniões, todos que se pretendem por uma candidatura à prefeitura, mas, de agora até maio, o que mais faremos é dialogar com todos os partidos, repensar a cidade, trazer propostas fortes, exequíveis e inovadoras para apresentar à população. Será grandiosa a união de forças progressistas em torno de um nome, que seja ou não o meu, para fazer Juiz de Fora acontecer e retomar o seu espaço nos cenários estadual e nacional", afirmou Duque.
Para ele, partidos como o MDB e PSDB, outrora tão importantes, têm de retomar seus espaços na Câmara Municipal, participar das decisões políticas e administrativas do governo numa administração plural, assim como o PSB. “Todas as portas estão abertas” diz ele.
8 - Em entrevista à Rádio Itatiaia, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), falou sobre a eleição em BH:
“Estamos longe da eleição municipal, ela se avizinha, é natural que o PSD discuta suas alianças, mas ainda precisa discutir internamente quem será o seu candidato. Hoje, temos o prefeito da capital, não sabemos ainda se ele será candidato ou se um candidato de consenso dentro do PSD. Espero que a gente encontre um caminho para apresentar, não um nome, mas um bom projeto para a capital dos mineiros”.
O prefeito Fuad Noman (PSD) afirma, com frequência, aos seus interlocutores que considera muito cedo para definir a candidatura à reeleição, mas acaba de participar de um evento político do partido Avante, onde recebeu sinalização de que teria apoio da sigla.
9 Sobre a reforma tributária: O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresenta estudo demonstrando que os ganhos de arrecadação da reforma tributária podem contemplar a maioria dos municípios brasileiros (98%), beneficiando especialmente regiões mais pobres. Notícia alvissareira para pré-candidatos às prefeituras, informa a CNN Brasil.
Em uma projeção de que apenas 421 dos 5.568 municípios (incluindo cinco capitais) teriam arrecadação acumulada em vinte anos menor do que aquela recolhida na hipótese da manutenção do modelo atual, é considerada modesta.
No caso do ISS (municipal), a diferença da receita média per-capita entre os grupos dos municípios mais pobres e mais ricos chega a trinta vezes, segundo a pesquisa. Os mais ricos em ISS também possuem, em média, um ICMS (estadual) quatro vezes maior que os mais pobres.
A capacidade da reforma de levar ganhos à relevante proporção de municípios anima os executivos municipais, mas especialistas no assunto questionam aspecto da metodologia do estudo do IPEA, como o uso de dados possivelmente desatualizados.
10 - O jornal Estado de Minas divulgou, na última terça-feira, pesquisa que coloca o governador Zema como o grande cabo eleitoral nas eleições de 2024, em BH.
De acordo com o Paraná Pesquisas, o segundo mandato de Zema é aprovado por 66,5% dos belo-horizontinos. A gestão é desaprovada por 27,3% dos eleitores da capital, e 6,2% não sabem ou não opinaram.
11
– Para esquentar e perturbar os debates em ano pré-eleitoral, é
possível que o governo proponha discussão sobre novo modelo
sindical. Na terça-feira, o JB On Line trouxe o seguinte registro:
“Lidar com centrais sindicais, num momento como o que temos vivido, tem escassa chance de prosperar sem grande tumulto, principalmente se vingar a intenção de exumar velhas questões no campo das relações de trabalho. Há sugestões indicadas para compor iniciativa governamental, com todas as garantias de provocar divergências, como, por exemplo, a criação de certa agência com a responsabilidade de autorregular relações entre empregados e empregadores; e, ainda, limitar a duração de mandatos sindicais, como também a retomada de estudos sobre a extensão das bases territoriais na ação dos representantes. Temas longe de serem depreciados, mas, de forma alguma, podem passar sem o choque de divergências. E, convenhamos, em matéria de choques e divergências o Brasil já anda bem suprido”.
“ Reunimo-nos numa hora em que a notícia dos grandes escândalos administrativos choca a sensibilidade nacional. Mas é preciso deter, com urgência, a avalancha da imoralidade, porque, se tardamos, ela acabará contaminando o povo. Que mal é mais funesto, no quadro clássico das endemias morais, do que a corrupção que ameaça dominar o país?.” Mílton Campos, 1953, na Faculdade de Direito de São Paulo.
Nada de novo.
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