Ainda não se esgotaram as análises sobre a decisão da bancada do PMDB na Assembleia de escapar da linha de influência do PT; mais ainda quando o observador sai do campo das relações no Legislativo mineiro e se projetam no ano eleitoral. Atribui-se ao senador Aécio Neves o êxito dessa separação, o que teria tudo a ver com seu projeto de, a partir de Minas, somar forças políticas suficientes para disputar a presidência da República. Se realmente atuou nesse sentido, cuidou bem da discrição, porque a quebra da aliança PMDB-PT tem sido creditada apenas ao Palácio da Liberdade. Mas certamente o governador é, num primeiro momento, quem realmente se beneficia, pois sua bancada ganha maior capacidade de articulação.
Ocorre que a cisão do bloco parlamentar promete outros desdobramentos. Por exemplo, na eleição de 2012, onde se ferirá a preliminar do plano presidencial de Aécio Neves. Criada essa nova situação, com o senador liderando, imagina-se que no caso de Juiz de Fora PSDB, PMDB e PSB possam se entender para indicar como candidato aquele que, entre os nomes dos três partidos tiver melhor desempenho nas pesquisas.
Minas ausente
Tanto a oposição tem denunciado a modesta presença de gente de Minas nos altos escalões da República, que se contra-argumenta que o problema não está na má vontade do governo, mas na inexistência de opções que poderiam ser aceitas pela presidente, que só pode fazer escolhas dentro do quadro de seu partido ou dos aliados. Hoje, em posto de relevo o que os mineiros têm é apenas Fernando Pimentel ministro do Desenvolvimento.
A escassez de nomes é ainda mais assustadora, quando se observe-se que o mais importante ministro da área social no governo passado, o petista Patrus Ananias, está alijado.
Outras vozes
Quando se trata de eleição, como a que virá dentro de treze meses, é preciso considerar que o discurso de campanha não estará mais vinculado apenas aos candidatos, muito menos aos partidos. Surgem novos e poderosos instrumentos de reflexão e debate, graças à internet, cada vez mais influente no voto do eleitor. Quem tem estudado essa questão, e a confirma, é o deputado Marcus Pestana, presidente regional do PSDB.
Há ainda para influir um dado muito importante, embora não suficientemente estudado. É a organização, ao lado da capacidade de mobilização, de setores expressivos da sociedade, que deixam de lado os partidos e lançam suas ideias via internet. As donas de casa, os ambientalistas e os homossexuais, entre muitos outros. Nem falta aí a presença de revolucionários e dos terroristas. No Oriente Médio as convulsões que ocorrem em nossos dias nasceram e prosperam pelo poder incontrolável da internet e dos celulares.
Solução há
Ainda não foi possível deglutir a alegação do presidente do TSE, ministro Ricardo Levandowisk, de que provavelmente não haverá tempo para se cuidar da vigência da Lei da Ficha Limpa para a eleição de 2014, porque há um acúmulo de cerca de 800 processos que a antecedem no STF. Isto posto, mergulhamos na sombria expectativa de que os bandidos daqui e de outros lugares ganharão o passaporte da impunidade para disputar.
Mas, com alguma dose de boa vontade, o obstáculo da pilha de processos pode ser removido. Basta que os ministros acertem eventual precedência para as ações ajuizadas contra políticos corruptos que pretendem ser candidatos. Em junho, quando se realizarão as convenções, a Justiça já poderá dizer quem pode ou não pode ser candidato. E a Lei da Ficha Limpa terá cumprido o seu mister.
Haja paciência
Se os tumultos do tráfego urbano já desafiam a paciência de motoristas e pedestres, é preciso prepará-los, desde agora. As demoras vão se tornar ainda maiores, quando se der partida nas obras das ruas centrais que, destinadas a reduzir nos tumultos, nas primeiras semanas vão acentuar mais os incômodos no tráfego e no trânsito. Se toda obra durante sua execução causa transtornos, mais ainda os viadutos e passagens inferiores, como a que deve começar dentro de sessenta dias, esse na esquina de Benjamin Constant e Francisco Bernardino. É bom saber que haverá interdição da área por sete meses.
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A maioridade
Até os senadores se assustaram com a pesquisa nacional patrocinada pela mesa diretora, que indicou o desejo de 90% dos brasileiros de reduzir de 18 para 16 anos a maioridade penal dos brasileiros, de forma que os jovens bandidos, muito bem escolados no crime, não se sintam mais blindados por serem “de menor”. Muitos congressistas achavam que a sociedade continuava afagando a rapaziada que mata, rouba, sequestra e estupra, o que já não mais retrata a realidade.
É possível que, diante dessa manifestação inconteste, o Senado se sinta estimulado a desengavetar os projetos que tratam da questão.
Nova sede
Deixou o PSB e já está se filiando ao Partido dos Trabalhadores o ex-vereador Juraci Scheffer, atual suplente de deputado estadual, mas com projeto já organizado para disputar sua volta à Câmara Municipal, onde esteve em 2001. Seu projeto, ao que parece, não sentia suficiente segurança no PSB. Mas Juraci não é estranho entre os petistas: no segundo turno das eleição passada para prefeito ele estava apoiando a candidatura de Margarida Salomão.
Dentro de um mês e dois dias estará encerrado o prazo para que se filie quem pretende disputar em 2012, o que vale também para que em planos de mudar de partido.
((publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
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