quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Pelo não dito

Não foi preciso mais que dois dias depois de o PMDB mineiro exigir candidatura própria a prefeito em municípios com mais de 50 mil eleitores, para que o comando nacional do partido decidisse exatamente o oposto: podem ser celebrados quaisquer acordos ou alianças, desde que os peemedebistas estejam no poder. O pretexto anunciado pela executiva nacional é tentar conter o crescimento do PT. O que parece ser argumento insólito, porque é exatamente com o apoio do PMDB que os petistas têm crescido.
Os caminhos do partido de Michel Temer, que hoje escandalizariam Ulysses Guimarães, têm levado a uma convivência com o poder, não propriamente no poder. Entre ter a casa própria ou um vizinho poderoso, ele fica com a segunda opção.
Ex-peemedebista da cidade comenta: “O importante é o poder de fogo aumentado no PMDB, para influir nas decisões políticas do País, mesmo que não eleja o presidente da República, pois vivemos num País que tem o presidencialismo de coalizão”.


Cerco gigante

A presidente Dilma não parece esconder seu projeto de aproximar-se, preferencialmente, dos governadores de São Paulo e Minas, prestigiando-os com promessa de obras importantes, há muito reclamadas. Faz sentido, porque são os dois estados de maior expressão do eixo político, como também é onde os governadores mais influem sobre suas bancadas em Brasília.
Ela esteve duas vezes em São Paulo em setembro e volta a Belo Horizonte na última semana do mês.


Privatização

O ex-prefeito Tarcísio Delgado diz saber que está sendo tramada, com a discrição possível, a privatização da Cesama, e acha que a cidade tem de se mobilizar para impedir que a companhia saia do controle municipal. Ao chamar a Cesama de “filé mignon”, ele lembra que, quando prefeito, esse plano foi objeto de uma campanha, mas logo abortado.
De acordo com a legislação municipal, a privatização da campanha tem de ser referendada em consulta popular.


A faxina

Quando os ministros vão despencando, acusados de corrupção, há duas coisas que excitam a curiosidade: primeiro é o fato de esses homens se sujarem com tão pouca coisa, como voo em avião de empresas com interesses em sua pasta e pagar a empregada doméstica com verba de gabinete. Depois, é estranho que com essas credenciais a presidente tenha admitido que chegassem ao governo.
Mas há uma explicação: nessa questão de ocupação de cargos os principais interlocutores de Dilma são Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney.


Chapa cheia

O PSL – Partido Social Liberal saiu da reunião de confraternização de seus filiados, na noite de terça-feira, certo de não terá problemas para formar a chapa de candidatos a vereador. Na verdade, sobram nomes.
Quem apareceu e discursou foi o ex-prefeito alberto bejani. Não disse se pretende disputar cargo eletivo ou se deseja apoiar alguém. Mas esse ou qualquer outro partido sabe que, em se tratando de quem é, sua candidatura depende mais da generosa lentidão da Justiça do que propriamente da vontade pessoal.


((publicado também na edição de sexta-feira do TER NOTÍCIAS))

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