O que o ex-presidente Itamar Franco desejou ardentemente vai acontecer no próximo dia 19, quatro meses depois de sua morte: a inauguração oficial do Aeroporto Regional da Zona da Mata, em Goianá. Ainda governador de Minas, ele mandou elaborar o projeto, promoveu as desapropriações e realizou 50% das obras.
A solenidade será presidida pelo governador Anastasia, se Dilma não puder estar presente. Hoje, o aeroporto está atingindo a marca de 10 mil passageiros atendidos.
Fora o juro
Pelo menos que o estado se livre ou adie indefinidamente os juros que pesam sobre as dívidas que tem acumuladas na União, hoje, bem somadas, de vencimento imediato, em torno de R$ 1 bi. É o tema que a Assembleia Legislativa vai debater, nesta tarde, mas sem desejar que se manifestem apenas os deputados. Sindicatos, entidades civis, federações e servidores públicos também foram convidados a opinar. Na atual conjuntura, os parcos recursos do erário pagam dezembro e o 13º dos servidores, mas o abono de produtividade perde-se de vista.
Estamos, contudo, diante de uma realidade: a bem da verdade, todos os demais estados também são devedores e com eles dividimos nossas aflições.
Resistência
Senador pernambucano Eunício Oliveira, que preside a comissão que estuda a reforma do Código Penal, reconhece que ainda suscita divergências e discussões apaixonadas a proposta de atualização de matéria de tamanha importância. As leis precisam evoluir, principalmente quando é sabido que se trata de um código dos anos 40, quando não havia sido tipificado o crime hediondo, o sequestro era uma raridade e não se conheciam os delitos via internet, até porque ela não existia.
É o código de um Brasil que era rural e hoje é urbano.
Um alívio
Depois de amanhã - está prometido - o Supremo Tribunal Federal vota o destino definitivo da Lei da Ficha Limpa. Ontem, como resultado de uma avaliação das tendências dos ministros, considerava-se como certo que ela vai viger em 2012. Isto posto, chega-se a duas conclusões: 1) o País deverá estar livre da tralha de ladrões contumazes que desembarcam na política, e 2) os bons cidadãos ganham um instrumento de defesa contra eleitores que não são capazes de resistir aos apelos dos candidatos bandidos.
Boa ideia
Acuada diante de uma realidade que coloca sob suspeita a maioria das ONGs que operam no País, a presidente Dilma Rousseff se vê na contingência de examinar alternativas, uma das quais seria a paulatina substituição dessas organizações por instituições mais modernas e resistentes à corrupção. Há uma proposta para que se adote a experiência dos consórcios municipais, que, aliás, têm em Juiz de Fora um modelo exitoso, a Acispes, que atua na área de saúde e vem servindo de base para igual iniciativa em outros estados.
O governo sustou, por um período de trinta dias, a liberação de verbas para as ONGs. Isso não as assusta porque têm caixa para resistir a tão breve falta de oxigênio.
Grito mineiro
Parece não ter alcançado a repercussão merecida a iniciativa de algumas lideranças e partidos políticos de propor uma ação vigorosa em Brasília para que Minas retome, mesmo que apenas em parte, seu antigo prestígio, o que lhe valia tratamento diferenciado da parte do governo federal. A proposta precisa ganhar eco, sem o quê não será ouvido o grito mineiro.
Para ilustrar nossa fase de desprestígio: Minas é a segunda maior população do País e o sétimo na escala da investimentos federais na Saúde.
O custo da campanha
Se não vão além de mero exercício de futurologia as previsões sobre como andará a economia mundial em 2012 e seus reflexos para o Brasil, quem poderia se aventurar a um orçamento, aproximado que seja, em relação ao custo da próxima campanha eleitoral? O máximo que se tem feito, e é o que se faz, não vai além de uma projeção com base em valores atuais. Por exemplo, quanto ao material gráfico de propaganda, estima-se que o encarecimento refletido sobre a campanha de 2010 fique entre 15% e 18%, não muito diferentemente do custo da produção do material de propaganda para os horários gratuitos em rádio e televisão.
Mas o que importa, antes de tudo, é considerar que há candidaturas experimentais ou fruto de aventura e as candidaturas sérias e viáveis à vereança. Quanto a estas, a projeção estaria em torno de R$ 300 mil, um dado que oscila, na dependência de o candidato ser menos ou mais conhecido do eleitorado.
Quanto aos candidatos a prefeito, o que se diz nos partidos, é que o custo da campanha vai depender do potencial político de cada um e do poder de fogo dos que vierem com a simpatia de Brasília ou Belo Horizonte. Mas, no primeiro turno, nada menos de R$ 20 milhões para dar a saída.
Diagnóstico da oposição
Com um campo tão fértil para atuar, por que a oposição não cresce e aparece? Por quê? Ora, porque o poder de manobrar com as dotações e as verbas está concentrado no Executivo. Eis o porquê. É o entendimento de alguns cientistas políticos e oposicionistas confessadamente atordoados, como também Rudá Ricci, que se preocupa com a questão, e vem garimpando uma explicação. Mas, em outros tempos, a capacidade de distribuir o dinheiro dos impostos era a mesma, e os contestadores se mostravam muito fortes.
Querem outros que a oposição está apagada por ser apenas uma oposição parlamentar, não ganha as ruas. Contudo, foi em outros tempos que, sendo nada além de parlamentar, que o oposicionismo de um Carlos Lacerda derrubava governos.
Talvez quando se aprofundar mais na questão seja possível concluir que são várias as explicações, mas o diagnóstico tem de partir, necessariamente, da fragilização dos partidos, todos eles, sem exceção, desviados de suas linhas programáticas e tolerando a convivência com corruptos.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
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