domingo, 1 de julho de 2012
Divergentes fazem a história
Vai ser preciso esperar um pouco mais para se avaliar como se situarão as forças políticas da cidade, depois das eleições de outubro e após a posse dos novos eleitos. As mudanças podem se operar de forma menos intensa ou provocar grandes mudanças. Depende de muita coisa, a começar pelos números das urnas de outubro, embora não sejam eles fator único das novidades que certamente virão. Porque a disputa pelo poder municipal nem sempre dependeu de votos, mas do prestígio pessoal dos chefes políticos.
A história da política de Juiz de Fora é uma longa história de rupturas, que já vai começar com a disputa entre Henrique Halfeld e Mariano Procópio, ambos suplentes de vereador e separados também por diferentes concepções sobre a estrada que nos ligaria à corte. Décadas depois, outra grave cisão colocaria em posições diferentes João Penido e Francisco Bernardino.
E assim caminhou a história. Sílvio Abreu rompendo com Hildebrando Bisaglia, Tarcísio e Agostinho Pestana com Itamar, os tucanos com o PMDB e tarcisistas com o PMDB. Qual será a próxima ruptura?
Os bons amigos
Agora, já conhecido o painel aliancista deixado pelas convenções do fim de semana, o PSDB terá como expor ao governador Antônio Anastasia e ao senador Aécio Naves os pontos em que os dois terão de atuar menos ou mais intensamente durante a campanha.
De modo geral, os tucanos vão conseguir manter na eleição o mesmo leque partidário que dá sustentação política ao governo do estado.
Legenda ajuda
Já foi objeto de estranheza o fato de políticos e partidos não concederem aos votos de legenda a devida importância, mais uma vez ignorados nos meses que antecederam as convenções. Dado relevante para mostrar a influência da legenda proporcional é que na atual composição da Câmara, entre os 19 vereadores, nada menos de sete foram eleitos com as sobras das coligações de que participaram. Só formaram bancada sem sobras o PSDB, com Rodrigo Mattos e José Laerte; o PMN coligado com PSDC, que elegeu Isauro Calais, e o DEM, que elegeu Joaninho.
Frouxidão
A semana chega com alívio para candidatos que andavam na corda bamba por causa de velhas contas de campanha não aprovadas. Generoso, por 4 x 3 o Tribunal Superior Eleitoral decidiu dispensar a aprovação de contas apresentadas em eleições passadas como condição para o registro de novas candidaturas. Generoso com os candidatos suspeitos, o TSE foi cruel consigo mesmo, pois revogou sua decisão de 1º de março, que condicionava a emissão da certidão de quitação eleitoral à aprovação das contas de campanha.
Alguma coisa pode mudar
Os partidos cumpriram a exigência da lei eleitoral, promovendo, até o dia 30, as convenções para a indicação dos candidatos, prazo que não comportaria prorrogação, sejam quais fossem as alegações eventualmente apresentadas.
Contudo, a Justiça Eleitoral estabelece que as secretarias desses partidos têm prazo até o dia 5 para encaminhar as atas das decisões dos convencionais. O que significa que, por conta do secretário e da executiva, alguma coisa ainda pode ser alterada. Não seria novidade, por exemplo, substituição de candidatos à vereança desistentes ou mudanças na formação de alianças, sobretudo por causa de dúvidas que ficaram. Um exemplo neste ano foi o PRB: nos minutos finais das convenções de sábado esperavam sua definição o PSDB e o PMDB. Em eleições anteriores foram frequentes as reformas de última hora nas atas finais, das quais os secretários começam a se ocupar nesta segunda-feira.
Discrepância
Quando se esgotarem as paixões eleitorais, é possível que as atenções se voltem para o anteprojeto do Código Penal, que chegou ao Senado na semana passada, depois de uma longa elaboração, da qual se encarregou gente competente.
A partir de agora, não mais os juristas, mas os senadores passam a dever explicações à sociedade sobre alguns itens que parecem discrepantes. Por exemplo: propõe-se pena de até cinco anos de prisão ao candidato que usar a máquina pública para obter votos. E pena de quatro anos para quem submeter animais domésticos a maus-tratos. Portanto, deixar o gatinho sem sua ração é quase tão grave como corromper uma estrutura do poder público.
Itamar Franco
Este dois de julho marca o primeiro ano da morte de Itamar Franco, que passou à história política como a personalidade mais influente em meio século na cidade, antes de se projetar em Minas e no Brasil. Hoje, em sua memória, o arcebispo, dom Gil Antônio, celebra missa na Catedral, às 19h.
Pesquisada a crônica política, a partir de 1958, a campanha eleitoral que está começando é a primeira sem a participação dele. Vencendo ou perdendo, Itamar influiu em todas.
Mulheres
O PPS marcou festa em sua sede, no dia 9, às 19h, para a instalação do PPS Mulher, ideia da ex-vereadora Rose França. O objetivo é dar ao partido, às candidatas em particular, um instrumento de divulgação das proposta que falam diretamente aos direitos da população feminina de Juiz de Fora.
Para a inauguração, virá a presidente do PPS estadual, Luzia Ferreira.
Honorário
O reitor da Universidade Federal, Henrique Duque, estará recebendo, na noite desta segunda-feira, o título de Cidadão Honorário de Governador Valadares, onde a UFJF acaba de instalar um campus avançado.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))
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