terça-feira, 3 de julho de 2012

Raia própria

Faz um ano que, em conversa com jornalistas e políticos, o vereador José Figueirôa asseverou que não se poderia admitir o PMDB sem candidato a prefeito em 2012, porque, além de sua história, pesa o interesse dos candidatos a vereador, que precisam de alguém disputando na majoritária. Trata-se de uma observação que acabou prevalecendo.
Presentes
Até ontem à noite, faltando 48 horas para o registro das atas das convenções partidárias, não se conhecia qualquer mudança significativa em relação às decisões tomadas no domingo. Quem foi aprovado está confirmado. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral, as atas podem ser apresentadas até 19h de amanhã.
Prioridade
O PT tinha projeto de avaliar logo o quadro que se formou com seus candidatos no interior do estado, a começar por Juiz de Fora, mas teve de adiá-lo, por causa da crise que surgiu em Belo Horizonte em relação ao vice na chapa de Márcio Lacerda. O agravamento da situação levou o partido, em poucas horas, a desistir da aliança com o PSB de Lacerda e enfrentar disputa interna para a construção de uma alternativa.
Desolação
O ex-prefeito Tarcísio Delgado lamenta, em seu blog, constatar que os partidos vivem sem conteúdo programático. E assegura: “Na verdade, nem há mais partidos políticos com os objetivos que lhes eram impostos (…). São dezenas de partidos que nada representam, a não ser os interesses individuais de seus donos, que os usam para conquistar alguns empregos para os seus. As coligações eleitorais são as mais esdrúxulas”. E sobre um caso recente: “O inconcebível encontro de Lula com Maluf é só a expressão do acontecido entre duas figuras nacionalmente conhecidas, de fatos corriqueiros pelo País afora. É lamentável. Se tudo vale para alcançar o voto, a democracia deixa de ser o governo do povo, para o povo e pelo povo. Está definitivamente corrompida”.
Influentes
Faz parte das observações de lideranças da região: os deputados federais, para não fugir à tradição, têm enorme influência na eleição dos prefeitos; e essa influência é maior, quando o município figura entre os menores. Neste ano, contam-se entre os mais influentes Lael Varela, Marcus Pestana e Rodrigo de Castro.
Votação válida
Em disputas anteriores no município, os partidos não conseguiram sensibilizar em torno de 30% dos eleitores, contados entre eles os que anularam o voto, preferiram o branco ou optaram pelo quadro do abstencionismo. Para um colégio que congrega mais de 385 mil eleitores, a situação devia ser objeto de maior preocupação dos partidos, que, antes de proclamar a excelência de seus candidatos, deviam cuidar de sensibilizar a população para a importância do voto.
Água e critério
Discutiu-se na Câmara, em meados do ano passado, um projeto do vereador José Laerte que propunha as bases de um plano de consumo racional e reuso da água em Juiz de Fora, questão que, a despeito de sua importância, não conseguiu atrair a atenção dos políticos, muito menos dos consumidores. A água, exatamente por causa de sua importância vital e fundamental, só preocupa quando falta. E aqui ela nunca falta. O que houve com essa proposta?, que tratava do estímulo fiscal aos domicílios que adotassem a reutilização da água, como, por exemplo, pela via a tecnologia de membrana filtrante, além de recomendar estudo da capacidade dos lençóis do subsolo e o aproveitamento da água das chuvas. Não era e não é matéria para oferecer resultados imediatos, talvez nem mesmo para uma geração que desconhece a dor do racionamento da água. E, como é coisa para o futuro, talvez ideal é que o projeto tenha uma comissão técnico-comunitária permanente, para não deixar o assunto morrer.
(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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