terça-feira, 31 de julho de 2012

Prioridade

Ao levar o ex-presidente Lula a receber 118 candidatos e candidatas a prefeito de municípios com mais de 150 mil eleitores, o Partido dos Trabalhadores confirmou que joga boa parte de suas expectativas nos grandes colégios eleitorais. E com isso também deve reduzir consideravelmente o trabalho de campo na campanha. Os pequenos redutos em geral têm uma política complicada, além do fato de os grandes centros poderem projetar melhores condições para 2014.
Crescimento
Dois detalhes ganharam destaque no mapa final do eleitorado brasileiro, que acaba de ser divulgado pelo TSE. O primeiro é que, superando a marca dos 138 milhões de cidadãos aptos a votar, o colégio eleitoral revela crescimento de 6% em relação ao pleito de 2008, o que não deixa de ser um dado significativo. Outro detalhe é que o eleitorado feminino continua superando os homens e ampliando a distância. Isto é suficiente para lembrar que os gestores da política brasileira precisam estar mais atentos ao discurso feminino.
Convidado
O PMN, liderado pelo vereador Isauro Calais, também quer a filiação do advogado José Elias Valério, fundador do Partido Verde em Juiz de Fora. O convite foi feito ontem. Vê-se que Calais tem planos de continuar ampliando os quadros do PMN, não apenas no atual período eleitoral.
Sob tensão
Colaboradores mais próximos do ex-presidente Lula têm se queixado de suas feições carregadas, os sorrisos escasseados, uma certa indisposição para assumir o ônus da campanha, já agora definido que sua participação pessoal vai se restringir à campanha paulistana. Ainda que não seja cruel, peca pela falta de sensibilidade exigir mais dele neste momento. Não lhe faltam, pelo menos, três motivos para desanimar: o incômodo da rouquidão, que ficou como herança do câncer; a preocupação com o julgamento do mensalão, que só por milagre não vai respingar sobre ele, e a próxima chegada da segunda metade da gestão de Dilma, que ele criou, mas pode ser um empecilho para seu sonho de um terceiro mandato.
Velhos rivais
Andam aí pelos cem anos, ininterruptos, as disputas entre as famílias Andrada e Bias Fortes, que fizeram de Barbacena uma permanente referência para a política mineira. Pois o cenário se repete este ano. Toninho Andrada, que já foi prefeito e acaba de deixar o Tribunal de Contas para retornar à política, disputa com Danuza Bias Fortes, que tenta a releição. O que há muitos anos era a guerra entre UDN e PSD, hoje é entre PSDB e PMDB. A campanha promove o retorno à política municipal do ex-senador peemedebista Hélio Costa, cujo prestígio na cidade os adversários certamente reconhecem.
Sem azares
Em campanhas eleitorais passadas muitos candidatos, supersticiosos, quando agosto chegava tinham a preocupação de conferir os dias considerados inconvenientes de um mês tido tradicionalmente como azarento. É conhecido o caso de um candidato a prefeito e uma candidata a vereador que preferiam cancelar compromissos produtivos se o dia 13 coincidisse com a sexta-feira. Neste ano não correriam tal perigo, embora reste o 24 de agosto, cheio de tragédias, a começar pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas. (( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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