terça-feira, 25 de junho de 2013
Três dúvidas
A presidente Dilma sugere que se consulte o Congresso Nacional sobre a convocação de plebiscito para a Assembleia Constituinte, através da qual a sociedade brasileira se manifeste em relação à reforma política. De modo geral, pareceu que o governo quer empurrar mais um pouco a definição de uma reforma que há mais de 20 anos todos consideram essencial. Seja como for, há três pontos que criam outras dúvidas:
1 - Como adverte o jurista Carlos Veloso, ex-presidente do STF, não há como convocar Constituinte para fim específico. Só seria aceita para tocar em toda a Carta Magna, não apenas em tema pré-estabelecido.
2 - Qual seria o critério para a indicação dos membros dessa Assembleia? Por classes representativas, como pretendia a câmara orgânica dos integralistas?
3 - Por que perguntar ao Congresso sobre como realizar uma reforma que faz parte de suas atribuições?
E o prazo?
Como muito apropriadamente disse a presidente, a reforma política é importante e urgente. Por que, sendo assim, não se fala em prazo para a sua execução?
A base ausente
Feitas as propostas da presidente, notou-se, além da perplexidade dos governadores que a ouviam, que sua base parlamentar pouco ou quase nada fez para lhe dar suporte. Diferentemente do comportamento da oposição, que aproveitou para bombardeá-la sem concessões.
“Amarrados”
Uma semana depois que as multidões foram às ruas para manifestar suas indignações, permanece o clima de perplexidade nos meios políticos e nos círculos dos futuros candidatos, que ainda não souberam identificar a gênese das manifestações e como lidar objetivamente com elas. Os fatos se transformaram em correntes dificilmente desatadas. Não sabem como, sendo contorcionistas, se livrar delas.
Em Juiz de Fora, não diferentemente, PT e PSDB têm responsabilidades com o governo e com a oposição. O PMDB, que se situa entre Belo Horizonte e Brasília, fica entre os dois fogos.
Música
A palestra mensal do Instituto Histórico e Geográfico, nesta quinta-feira, às 19h30min, no Edifício Credireal, terá como tema “Estado do movimento musical em Juiz de Fora no terceiro milênio”, podendo ouvi-la todas as pessoas interessadas. Quem fala é Rodolfo Vieira Valverde, coordenador do curso de licenciatura de música da UFJF.
Sobre drogas
Amanhã, às 10h, em Brasília, será divulgado pela ONU o Relatório Mundial sobre Drogas 2013, documento que reúne dados estatísticos e análises de tendência sobre a situação do mercado das drogas ilícitas em todo o mundo, incluindo produção, tráfico e consumo. O objetivo é servir de referência para a implementação de políticas públicas por parte dos governos.
Um alento: o consumo de drogas se mantém estável, apesar de leve aumento no número total estimado de usuários de substâncias ilícitas. Uma preocupação: a proliferação das novas substâncias psicoativas, que não passaram por testes de segurança em humanos e podem ser bem mais perigosas que drogas tradicionais.
Maioridade
Está no artigo de hoje de Eduardo Almeida Reis, que de Juiz de Fora escreve para o Correio Braziliense, sobre maioridade penal:
“E lá vão assaltando e matando, recorrendo aos mais diversos métodos, enquanto 93% dos brasileiros pedem a redução da maioridade penal para 16 anos. Se os brasileiros tivessem lido um pouquinho sobre a ferocidade dos batalhões infantis nazistas e de outras nacionalidades, todos menores de 16 anos, certamente votariam pela imputabilidade do agente do crime, pouco importando que tenha três, quatro, dezesseis, dezoito ou setenta anos, guardando o bandido mirim e/ou açu na cadeia pelo tempo necessário para pagar pelo crime cometido. Dir-se-á que cadeia não recupera ninguém, mas cabe a pergunta: continuar solto recupera o bandido? “
((( informamos, e já nos desculpamos, que a atualização diária do blog no fim de semana estará prejudicada, por causa da mudança de endereço de nossa Redação)))
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