Salvo os grandes
Um por um, cada qual a seu tempo, os condenados do
mensalão vão sendo soltos ou ganhando certas generosidades da Justiça, de forma
que daqui a pouco estarão todos em casa, gozando as benesses da impunidade.
Prisão domiciliar para quem não precisa trabalhar é
prêmio ou aposentadoria qualificada, diga-se de passagem.
Fica mais uma vez demonstrado que as cadeias do Brasil
não têm espaço para os poderosos.
Mas isso não é de hoje. Ainda há pouco, lendo “Rotina
Bancária”, que o ex-prefeito José Procópio Teixeira publicou em 1946, anotei
este trecho:
“(...)pois enquanto as prisões estão cheias de ladrões
de galinha, as avenidas se acham infestadas de chatagistas e falsários”.
Anos depois, Eduardo Almeida Reis, em “Burrice Emocional”,
lembraria a Roma dos césares:
“Quantas vezes se viu em Roma ir a enforcar o ladrão
por ter roubado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul, um
ditador, por ter roubado uma província”.
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