REFORMA
Qualquer reforma ministerial, seja em
que circunstância ocorrer, tem tudo par mexer com a política. A reforma que a
presidente Dilma promete para esta quarta-feira não haveria de ser diferente,
embora logo saliente o ponto nevrálgico da questão: até que ponto serão
afetados os interesses da base aliada? Porque se as correntes de apoio saírem
feridas o governo assina seu atestado de óbito na discussão parlamentar de
temas que dizem respeito a questões imediatas. Mas se esses interesses forem
preservados e não entrarem na berlinda a reforma ministerial logo se revelará
insuficiente.
Outra variação em torno do mesmo tema é
a redução do número de ministérios. Aí uma eficácia mínima que seja fica na
dependência da extinção corajosa de pastas e de cargos, sem o piedoso remanejamento
de milhares de ocupantes de cargos de confiança, que são os mais caros e quase
sempre improdutivos.
Seja como for, a presidente terá de
mostrar coragem, sem ignorar que nesta altura dos acontecimentos a amizade e a
lealdade escasseiam.
MALDIÇÃO
A luta de dona Dilma é também uma luta
para escapar da maldição do segundo mandato. Nenhum presidente que foi ao cargo
pela segunda vez saiu-se melhor que na gestão anterior. Quando a coisa não
acabou de maneira mais trágica. Lincoln foi assassinado, Nixon caiu por força
de impeachment, George Pompidou morreu de câncer, Getúlio Vargas suicidou-se,
De Gaulle renunciou em 69 no segundo mandato, depois que os franceses lhe
negaram voto de confiança em plebiscito. Foram muitos os casos.
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