A nova gestão
Após
breve descanso, depois de ter pedido uns cinco quilos para os compromissos de
campanha, o prefeito Bruno Siqueira começa a mexer as peças políticas para a
formação do primeiro e segundo escalões da administração. É certo que haverá remoções,
mas não tantas como se imaginava. Ele já insinuou que a maioria dos secretários
permanecerá, num processo de escolha de titulares agora facilitada, porque os
adversários no primeiro turno não lhe deram apoio na segunda rodada nem lhe
transferiram votos; portanto, nada a reivindicar nem a atender. O que não o
impede de fazer consultas.
Mas
os desafios que o resultado das urnas impôs aos prefeito vão além da escolha de
nomes. Ele também é chamado a intensificar e aprofundar contatos políticos em
Brasília e Belo Horizonte, em busca de apoio financeiro para seu plano de
obras, já sabendo que terá pela frente o argumento de que os cofres federais e
estaduais padecem de indigências. Não há dinheiro, muitos dirão. Mas em relação
ao governo federal , Bruno poderá apor, contra-argumentando, que ambas, Juiz de
Fora e Brasília, estão confiadas ao PMDB, e essa natureza partidária pode
servir para alguma coisa. Aliás, não deixa de ser oportuno lembrar que o fato
de ser candidato do PMDB contribuiu para cassar alguns votos de Bruno, como se
sentiu na campanha, porque seu partido, depois de ter sido pedra contra o PT,
agora faz o papel da vidraça...)
JF na Proclamação (I)
Não
falta com a verdade quem identificar desânimo nas políticas de ensino, seja nos
colégios ou nas instituições superiores, quando se trata de aprofundar o
conhecimento da mocidade sobre a gênese da República, o que ela representou ou
pretendia representar para a sociedade brasileira, bem como os conflitos que a
antecederam ou a ela sucederam. Poder-se-ia dizer, ainda sem risco de ofender a
realidade histórica, que para muitos a República nada mais foi que o fim de um
imperador e o início da era dos presidentes. Entendemos que há muito mais que
uma sucessão de regimes. Mas os últimos anos foram contribuindo, à medida em
que passavam, para revelar nuances, detalhes documentais e subterfúgios que
impõem aos historiadores novas reflexões sobre os pioneiros republicanos na
cidade.
O
embarque apressado da Família Imperial e o golpe no Campo da Aclamação não
esgotaram em si mesmos as repercussões dos dois graves episódios. Talvez apenas
como fato de difícil contestação temos a personalidade de estadista de Dom
Pedro II, um perfil que, lamentavelmente, não teria imitadores, muito menos
similares entre os governantes que o sucederam; uns mais outros menos, mas
nenhum com a grandeza pessoal do Imperador, que tinha entre suas
responsabilidades o exercício do Poder Moderador e a preservação de valores
maiores da nacionalidade. Na República nem uma coisa nem outra: o presidente
nada modera, porque é ele próprio resultado de conflitos eleitorais e, quando
muito, representa valores e interesses de seguimentos, ainda que majoritários.
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