De Sérgio a Marlon
Aborrece e deprime a cena a que está obrigado quem passar diante
do prédio dos Grupos Centrais, na Avenida Rio Branco, um retrato do abandono e
do pouco-caso a que o Estado condena nossos bens históricos. De quando em vez
intercalam-se visitas de técnicos do governo, elaboram-se longos relatórios,
reúnem-se especialistas em restauração, mas tudo logo cai no esquecimento.
Há dias o vereador Marlon Siqueira (PMDB) assumiu uma nova
campanha que pretende sensibilizar o governador Fernando Pimentel para a obra
necessária, já de há muito urgente. Como não podia deixar de ser, recebeu
aplausos de quem se interessa pela causa.
A iniciativa de Marlon comporta uma curiosidade: em 1977 – há
exatos 40 anos, portanto – o deputado Sérgio Olavo Costa fazia a
Assembleia Legislativa aprovar lei de sua autoria que mandava o então
governador Aureliano Chaves tombar aquele velho prédio, que Vale Amado
construiu para ser casa de verão de Dom Pedro II. Mas se aborreceu quando o
Imperador, agradecendo a oferta, preferiu que o imóvel se prestasse a uma
escola. “Não se trata de saudosismo querer a preservação cultural; trata-se de
obrigação de um povo!”, justificou o deputado.
Ontem para Sérgio, como hoje é para Marlon, não conservar a sede
dos Grupos Centrais “é uma omissão imperdoável”.
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