quarta-feira, 11 de outubro de 2017






Pedágio cruel


O deputado Hugo Leal (PSB-RJ) diz que Juiz de Fora lidera a lista das cidades mais prejudicadas com as negligências da Concer, consórcio que explora o trecho mais rendoso da BR-040, ligando a cidade ao Rio de Janeiro. A começar pelo fato de a variante da Serra de Petrópolis tinha de ser entregue ao tráfego em 2016. Com isso, o transporte sofre e perde tempo. Já vai para duas décadas que se cobra pedágio e as deficiências não são poucas. A variante prometida é apenas a principal.

Há outro ponto essencial, que o olhar descuidado do governo federal deixa o problema passar ao largo. A BR-040, por ligar dois grandes centros produtores e consumidores, tem de diferenciar sensivelmente, para efeito de aplicação do pedágio, o que é carro de passeio e o que é caminhão de carga. A carga, no final do ciclo comercial, tem sido muito onerada, e nada prova que esse tipo de transporte seja o mais prejudicial ao piso; tanto assim, que a reposição do asfalto é coisa rara.

E mais: segundo o deputado fluminense, a Concer tem de ser chamada a prestar serviços diferenciados, isto é, não pode confundir, apenas em seu proveito, os itens obra e conservação, sob pena de acabar não fazendo nem uma coisa nem outra.


 Singularidade nacional


São  infinitas as peculiaridades da história da sociedade brasileira, onde muitas vezes alinham-se fatos e situações que em outros países seriam inconcebíveis. No resto do mundo civilizado como se explicaria o desenvolvimento econômico se não pela via da estabilidade das instituições, rigorosa harmonia entre os Poderes e – mais que tudo – na confiança que se deve depositar nas lideranças políticas. Três ingredientes dos quais o Brasil carece em franciscana penúria.


Pois bem. Como teríamos então de explicar que, em meio a tamanhas turbulências, 1,3 milhão de trabalhadores acabam de recuperar o emprego? Como a Bolsa de S.Paulo pode chegar ao recorde de 70 pontos de ações negociadas? A inflação parcialmente dominada e os juros em queda correm para compor as interrogações, quase num campo de perplexidade. Um País singular, onde também se chega ao ponto de as pesquisas para a sucessão indicarem o favoritismo de um ex-presidente acusado em nove processos de corrupção ativa ou passiva. 





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