Uma cadeira no Senado
As duas cadeiras proximamente vagas na bancada de Minas no Senado
são hoje tema de muita especulação nos meios políticos. Explica-se: os
ingredientes da eleição são incertos e o destino dos postulantes cercado de
muitas dúvidas. Em nada se pode apostar.
Primeiro, para confirmar o que sempre acontece – e não é de hoje –
quando o partido chega a escolher esse candidato é porque já compôs, não compôs
ou pretende compor na formação da chapa de governador. Quem não pode o mais
pode o menos. A cadeira do senador, de fato, muitas vezes foi o destino dos que
não tiveram vez na corrida para o Palácio da Liberdade. Hoje, na capital,
uma corrente política pretende fazer o atual governador, Fernando Pimentel,
candidato a uma das duas vagas, o que, sendo eleito, lhe daria condições de
preservar a necessária imunidade, e com ela enfrentar suspeitas de graves
denúncias. As pesquisas estimulam essa corrente, mostrando que Pimentel está
bem no Interior, embora nem tanto na capital e na grande BH.
O problema para os petistas poderia ser a importação da
candidatura de Dilma Rousseff, já que outro caminho não lhe resta. Bastaria
avocar sua naturalidade mineira para se manter no cenário do qual foi alijada
pelo impedimento.
Uma indagação cercada de reticências é Aécio Neves, que vinha como
candidato natural à reeleição, mas isso passou a ficar na dependência de
suas desventuras junto ao Supremo Tribunal e o próprio Congresso. Não faltam
tucanos achando que possa ser melhor para Aécio virar deputado federal, com uma
eleição tranquila.
Nas hostes do PMDB o prefeito Bruno Siqueira já foi convidado a
disputar uma das duas cadeiras. Para tanto, além de pretender levantar a bandeira
da renovação, o partido lança mão de um apelo que é também um compromisso:
continuar a obra de seu padrinho político, Itamar Franco, que esteve no Senado
em três mandatos, o terceiro ceifado no oitavo mês pela “indesejada das
gentes”, como diria Bandeira. O assunto é de domínio público. Só Bruno não
fala. Não confirma, mas também não nega. Dele sabe-se apenas que só entraria na
disputa se a conjuntura lhe garantir a possibilidade de êxito.
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