O
ex- presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) divulgou,
na quinta-feira, uma carta onde pede união “para deter a
marcha da insensatez”, numa referência à eleição presidencial
cuja liderança é do deputado federal Bolsonaro (PSL) e à
polarização que se projeta com Haddad, considerando-se os
recentes resultados das pesquisas de intenção de voto de
todos os institutos. O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB ), com fraco desempenho nas pesquisas,
mesmo com o maior tempo de rádio e TV, antes tão cordato,
agora muda de estratégia, e passa a ser o mais contundente
nas críticas aos líderes das atuais pesquisas.
Mesmo
com a maior utilização da internet nesta campanha eleitoral,
as cartas têm sido os instrumentos usados pelos ex-presidentes Lula
e FHC tentando influir no pleito de 7 de outubro. Lula, tangido pelo
cárcere, precisa das cartas por ele manuscritas, no silêncio
da cela, para orientar seus fiéis devotos. FHC, recolhido no
conforto de sua moradia, redige, também, uma carta (imitando Lula)
para o público em geral, com amplo espaço na imprensa, procurando
devotos para sua causa, talvez já perdida.
Ao
contrário da tradição norte-americana, onde os ex-presidentes se
condenam a um silêncio obsequioso sobre a condução dos destinos do
país pelos sucessores, nossos ex-presidentes se pronunciam
desbragadamente. No caso de FHC, ocorre o cacoete do sociólogo
que procura interferir na sucessão presidencial. Sugere uma
convergência de candidaturas mais de centro para apoiar um candidato
desse espectro político, que seria, não por acaso, Geraldo Alckmin.
Mas, parece uma intervenção em dois tempos, conforme os turnos da
eleição presidencial, pois está já visando ao segundo turno, que
poderá ter outro político paulista na disputa: Haddad. Afinal
de contas, um candidato paulista (mesmo que adversário) tem
prioridade, quando se têm dois disputando o mais importante cargo da
República.
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