Eleição 2024 em pauta (XLV)
O olhar do vice
A crônica política está atenta à posição adotada, ultimamente, pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin em evidenciar a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) como candidata à prefeitura de S. Paulo. Pelo que se tem notícia, Alckmin dará apoio, em outras quatro capitais, aos candidatos do PSB em Curitiba (PR), São Luís (MA), Recife (PE) e Palmas (TO). Age com certo protagonismo, com vistas às eleições municipais de 2024, cuidando de não criar atritos com o presidente Lula.
Analistas políticos avaliam que ele sabe bem que seu futuro não será mais de companheiro na chapa de Lula à reeleição em 2026. O PT vai pressionar para que a próxima chapa seja "puro-sangue", considerando que Lula estará em 2027 com 81 anos... Geraldo Alckmin, hoje com 70, pretenderá o governo de São Paulo ou uma vaga no Senado em 2026. E já sabe, de antemão, que a ideia de frente ampla valeu para a eleição de 2022, mas o PT, com o governo na mão, acredita não ser mais necessária essa união.
As prévias
Continua em clima de divergências a decisão do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores de substituir a prévia partidária para a indicação de futuros candidatos. A missão ficaria transferida aos votos de 2/3 dos diretórios. O argumento para a inovação é que as escolhas se processariam de forma mais democrática. Contudo, há que se admitir: uma decisão tomada por 2/3 é uma decisão democrática.
Negro Bússola
Na semana passada, circulou notícia (ainda não confirmada) de que o pré-candidato a vereador Negro Bússola teria se filiado ao PV. Ele tem potencial eleitoral superior a 5.000 votos, com base na eleição anterior.
Acontece que para 2024 a federação partidária que reúne PT, PC do B e PV disputará as eleições municipais pela primeira vez, assim como as outras que surgiram em 2022. A federação liderada pelo PT, hoje com três vereadores, e o PV com um vereador, pode ter dificuldades para a reeleição dos atuais, com a entrada de um candidato com comprovada votação, superior à de três vereadores ( PT: Juraci e Laiz; e PV: Zé Márcio), mas inferior à votação da vereadora Cida Oliveira, PT (mais de 6.000 votos).
Avalia-se que, filiando-se um candidato com grande potencial eleitoral, surge a necessidade de uma combinação permanente entre os entes federados, de forma transparente, evitando transtornos para o coletivo.
Inelegível
Na semana passada, o TSE decidiu pela inelegibilidade do general Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente de Bolsonaro na chapa presidencial de 2022. Ele estava sendo avaliado pelo PL para disputar a prefeitura do Rio de Janeiro, em 2024.
A decisão do TSE foi apertada (4x3) e, segundo notícias informais, gerou desconforto nos meios militares..
Teste da direita
É intensa a mobilização política para o dia 16. Dia de importante teste para as correntes que em Juiz de Fora atuam na direita, pois é um exercício para a defesa das ideias direitistas e contrárias ao governo Lula e à administração da prefeita Margarida. Ensaio para o ano eleitoral, que ocorrerá nas principais cidades brasileiras. Aqui, a manifestação será no local de sempre, a Praça de São Mateus.
Presença feminina
As mulheres ainda são rebaixadas na política, ausentes e afastadas com frequência de decisões importantes. É a interpretação do "Observatório da Violência Politica contra a Mulher", em publicação na rede X (antigo Twitter), tentando demonstrar a pouca participação feminina, fenômeno que não é somente registrado entre nós.
Levantamento realizado pela 'ONU Mulheres' diz que 82% delas em espaços políticos já sofreram violência psicológica; 45% sofreram ameaças; 25% vítimas de violência física no espaço parlamentar; 20%, assédio sexual. Por outro lado, 40% afirmaram que a violência atrapalhou sua agenda legislativa .
A interpretação desse levantamento indica que tais ações acabam afastando, direta e indiretamente, a presença feminina na atividade política; tanto as que gostariam de se candidatar a algum cargo, quanto as eleitoras, que acabam escolhendo candidatos que possuem e demonstram poder de decisão quando eleitos.
Evangelista
O ex-deputado federal Charlles Evangelista anunciou, através de redes sociais, sua filiação ao Partido Liberal (PL). Em imagens do vídeo verifica-se a presença no ato de filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro, do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, do ex-ministro da Defesa general Braga Neto, entre outros, no entorno do novo filiado.
Bolsonaro aproveitou para lembrar que Juiz de Fora é a cidade em que ele renasceu, após o atentado de setembro de 2018, e enalteceu o serviço dos profissionais da Santa Casa, onde foi socorrido. O ex-presidente desejou sucesso a Charlles, pré-candidato a prefeito de Juiz de Fora, e sinalizou que poderá vir à cidade durante a campanha de 2024 para apoiá-lo.
O pré-candidato destaca que sua meta política será desenvolver projeto capaz de resgatar o protagonismo de Juiz de Fora, e "tirar nossa cidade das mãos do PT".
O movimento republicano foi intenso em Juiz de Fora, apesar do grande prestígio da cidade junto ao imperador Pedro II. Residiam aqui 39 barões e viscondes, entre os quais 10 tendo sido presidentes de províncias. Destacavam-se na luta contra o Império quatro figuras expressivas: Constantino Paleta, João Penido, Fonseca Hermes e Luiz Detzi.
Foi a convite deles que veio a Juiz de Fora, em 20 de julho de 1888, para pregar a república, o notável Antônio Silva Jardim. Muito esperada sua conferência, estava lotado o Teatro Provisório, na Rua Halfeld. O teatro ocupava o casarão que ficava diante da atual Lojas Americanas. O grande interesse, contudo, não haveria de evitar um contratempo. O tribuno, no palco, esperava que se acalmassem republicanos e conservadores, que trocavam cadeiradas e empurrões na plateia, por causa de incidente político anterior na Praça da Estação. Silva Jardim desceu, sentou-se na primeira fila, e ficou esperando ”até que os senhores parem de gritar e brigar”. Foi a última vez que ele esteve em Minas. Três anos depois, visitando o vulcão Vesúvio, na Itália, escorregou, e foi tragado pela cratera. Tinha 30 anos quando morreu.
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