Eleição 2024 em pauta ( XLVIII)
Inteligência artificial
Começam a circular notícias sobre preparativos do Tribunal Superior Eleitoral para o pleito municipal do próximo ano. A Justiça, com toda razão, está preocupada com o uso de Inteligência Artificial (IA) como nova modalidade de fake news.
Os amigos
Em longa entrevista à TV Band, na segunda-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi tão detalhista e didático sobre as saídas mais convenientes para o governo de Minas escapar das aperturas financeiras, que deixou clara impressão de que está preparado para disputar a sucessão de Romeu Zema.
Comentava-se sobre isso, quando se lembrou que dois políticos da cidade – o vereador Antônio Aguiar e Wilson Rezato - tiveram estreita ligação com Rodrigo na eleição passada.
Sucessão em BH
Pesquisa do Real Time Big Data, do dia 21, apontou que a sucessão na prefeitura de Belo Horizonte está bem acirrada entre pré-candidatos já conhecidos. Mauro Tramonte (Republicanos): 18%; Carlos Viana (Podemos): 15%; Duda Salabert (PDT): 11%; Bruno Engler (PL): 10%; Fuad Noman (PSD), atual prefeito: 9%. O deputado Rogério Correia (PT): aparece com 5% das intenções de votos, o que pode sugerir reavaliação dessa pré-candidatura do partido, em favor da tese de composição com o PSD, o partido do atual prefeito.
A conjuntura
As próximas eleições municipais acontecerão em singular conjuntura nacional, latino-americana e mundial. Vivenciamos tempos de guerras, crises ambientais devido a mudanças climáticas, emergem manifestações de ódio, generalização da intolerância, de enfraquecimento da democracia. O voto do eleitorado, no ano que vem, não será como de costume, mas deve adquirir aspectos além das questões locais, pois a polarização política persiste. O principal desafio para os políticos de esquerda será a unidade do campo democrático-popular em torno de candidaturas comuns. Enquanto para os políticos da direita o foco será na conquista de prefeituras de capitais e municípios estratégicos, sobretudo no Nordeste, preparando as bases para as eleições gerais de 2026.
Pelo que se lê na crônica política nacional, a direita, que segue a liderança de Bolsonaro, usará as eleições municipais para ressurgir com as teses do ex-presidente, de forma que sobrevivam ao hiato de poder na Presidência da República.
Os jovens
Segundo Wilson Pedroso, consultor eleitoral e veterano analista político, em recente artigo escreveu no canal Último Segundo, do portal IG: “Um dos maiores desafios que se apresentam para o próximo ano é justamente o distanciamento de considerável parcela da população, cada vez mais desinteressada pelo processo eleitoral. Nesse cenário, os jovens merecem ser observados mais atentamente. Em 2022, o Brasil chegou a 2,1 milhões de eleitores na faixa de 16 e 17 anos, contra 1,4 milhão em 2018. Apesar do aumento significativo, as estatísticas sobre o eleitorado jovem ainda se mostram baixas.” Pedroso acrescentou em sua análise: “Para se ter uma ideia, em 1992, mais de 3,2 milhões de jovens menores de 18 anos tiraram o título de eleitor. Portanto, os números atuais ainda são inferiores aos de 30 anos atrás, demonstrando que, hoje, esse público possui interesses diferentes, que precisam ser compreendidos pela classe política.”
Caem as filiações
Os partidos políticos precisam cuidar de projetos que levem a atrair atenções e interesses dos jovens, como se disse,
cada vez mais arredios à filiação. Em Minas, comparados os quadros dos últimos anos, as filiações caíram em cerca de 72% entre adolescentes de 16 e jovens de 24 anos. No Brasil, tomando-se por base dados do Tribunal Superior Eleitoral, o prestígio dos partidos nessa faixa etária está refletido em 60,4% de desfiliações,.
As mulheres
Ainda sobre estatísticas divulgadas pelo TSE: em julho de 2022 as mulheres representavam 52,65% do eleitorado. Apesar disso, o Brasil elegeu apenas duas governadoras, quatro senadoras e 91 deputadas federais que representam 17,7% do total de 513 cadeiras da Câmara. Evidente que são resultados tímidos, considerando-se o alto potencial de decisão feminina. E também entre elas os partidos estão fracassando no desenvolvimento de estratégias que tragam mulheres para o centro das discussões sobre política.
O 19 de junho de 1929 é uma data importante nos arquivos da Aliança Liberal e da Revolução de 30, que, como se sabe, foram dois acontecimentos que tiveram Juiz de Fora entre seus principais cenários. Nenhum dos episódios do fim da Velha República foi ignorado pelas expressões políticas locais; não raro tiveram papel saliente nos idos da grande conspiração.
Naquele dia, no apartamento 809 do Hotel Glória, Rio de Janeiro, José Bonifácio, João Neves da Fontoura e Francisco Campos traçaram e assinaram um acordo decisivo, que selaria o último capítulo do governo Washington Luiz. Tratava o documento do que se convencionou chamar de “ação conjunta no processo sucessório” já dentro do cenário da Revolução: se fosse proposto e acordado um nome de Minas para a Presidência da República, o Rio Grande do Sul o apoiaria; não fosse assim, os mineiros dariam apoio a um nome gaúcho. “Fica firmado entre os dois estados o compromisso de agirem em solidariedade e completa identificação”, como registra Paulo Roberto Medina em seu livro “A Política em Minas”, publicado há dois anos.
Nessa histórica reunião de três, dois eram de Minas: Bonifácio, um dos líderes civis de 30, e Campos, secretário de Interior. Mesmo sendo espertos e expertos, não tiveram como manter a candidatura de Antônio Carlos, solução até então tida como a ideal. Começava naquela noite a jornada do ditador Getúlio Vargas.
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