domingo, 21 de agosto de 2011
Nação calada
Pergunta-se a razão de a sociedade brasileira não estar nas ruas reagindo contra a corrupção desenfreada que se instalou nos ministérios. Era de se esperar que, mobilizado, o povo mostrasse sua indignação e exigisse intolerância zero com os corruptos.
A resposta é uma só, sem risco de errar: as entidades que representam a sociedade supostamente organizada estão todas amarradas ao governo federal e dependem dele, subsidiadas por verbas generosas. Onde estão os sindicatos e as confederações? Onde está a União Nacional dos Estudantes?, igualmente financiada pelo governo. E os caras pintadas?, que ajudaram a derrubar o
governo Collor, esse que, comparado com o último, não seria condenado nem no Juizado de Pequenas Causas.
As grandes entidades sindicais são parte da base aliada. Portanto, boca fechada.
Dá pro gasto
A base parlamentar que apoia a presidente Dilma no Congresso é composta agora de 16 partidos com a retirada do PR, que era o 17º. Pode ser que venha a perder mais alguns. Ainda assim, vista apenas sob o aspecto aritmético, a bancada da situação tem votos suficientes, pois lá permanecem o PMDB e o PT. Outro detalhe que pode tranquilizar o governo é que nos pequenos partidos as negociações são mais fáceis, porque se opera no varejo.
Teste no toque
Esperava-se, com interesse, o momento em que a faxina comandada pela presidente Dilma atingisse o PMDB, que tem indiscutível importância na estabilidade política do governo. O momento chegou, quando o ministro Rossi, da Agricultura, não teve como se sustentar. Todos os olhares, esperando reação, se voltaram para o vice-presidente Michel Temer, condestável e fiador do partido junto a Dilma. Pois o ministro caiu e o PMDB engoliu seco. Ficou claro que Temer não tem disposição de queimar todos os cartuchos por causa de um único ministro, mas espera para ver como as coisas vão evoluir. É a história do bom cabrito.
Caso a caso
O PMDB está mesmo disposto a recomendar que nos municípios com mais de 50 mil eleitores seus diretórios indiquem candidato próprio à prefeitura. Mas há casos em que as circunstâncias políticas locais haverão de recomendar outros rumos, buscando-se alianças mais favoráveis.
Há uma preocupação antecedente. Pode ser que o diretório esteja muito dividido, sem possibilidade de se unir em torno de uma candidatura própria. Nesse caso, para não agravar a cisão poder-se-ia pensar na aliança com outros partidos.
(( publicado também no TER NOTÍCIAS ))
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