terça-feira, 31 de julho de 2012

Prioridade

Ao levar o ex-presidente Lula a receber 118 candidatos e candidatas a prefeito de municípios com mais de 150 mil eleitores, o Partido dos Trabalhadores confirmou que joga boa parte de suas expectativas nos grandes colégios eleitorais. E com isso também deve reduzir consideravelmente o trabalho de campo na campanha. Os pequenos redutos em geral têm uma política complicada, além do fato de os grandes centros poderem projetar melhores condições para 2014.
Crescimento
Dois detalhes ganharam destaque no mapa final do eleitorado brasileiro, que acaba de ser divulgado pelo TSE. O primeiro é que, superando a marca dos 138 milhões de cidadãos aptos a votar, o colégio eleitoral revela crescimento de 6% em relação ao pleito de 2008, o que não deixa de ser um dado significativo. Outro detalhe é que o eleitorado feminino continua superando os homens e ampliando a distância. Isto é suficiente para lembrar que os gestores da política brasileira precisam estar mais atentos ao discurso feminino.
Convidado
O PMN, liderado pelo vereador Isauro Calais, também quer a filiação do advogado José Elias Valério, fundador do Partido Verde em Juiz de Fora. O convite foi feito ontem. Vê-se que Calais tem planos de continuar ampliando os quadros do PMN, não apenas no atual período eleitoral.
Sob tensão
Colaboradores mais próximos do ex-presidente Lula têm se queixado de suas feições carregadas, os sorrisos escasseados, uma certa indisposição para assumir o ônus da campanha, já agora definido que sua participação pessoal vai se restringir à campanha paulistana. Ainda que não seja cruel, peca pela falta de sensibilidade exigir mais dele neste momento. Não lhe faltam, pelo menos, três motivos para desanimar: o incômodo da rouquidão, que ficou como herança do câncer; a preocupação com o julgamento do mensalão, que só por milagre não vai respingar sobre ele, e a próxima chegada da segunda metade da gestão de Dilma, que ele criou, mas pode ser um empecilho para seu sonho de um terceiro mandato.
Velhos rivais
Andam aí pelos cem anos, ininterruptos, as disputas entre as famílias Andrada e Bias Fortes, que fizeram de Barbacena uma permanente referência para a política mineira. Pois o cenário se repete este ano. Toninho Andrada, que já foi prefeito e acaba de deixar o Tribunal de Contas para retornar à política, disputa com Danuza Bias Fortes, que tenta a releição. O que há muitos anos era a guerra entre UDN e PSD, hoje é entre PSDB e PMDB. A campanha promove o retorno à política municipal do ex-senador peemedebista Hélio Costa, cujo prestígio na cidade os adversários certamente reconhecem.
Sem azares
Em campanhas eleitorais passadas muitos candidatos, supersticiosos, quando agosto chegava tinham a preocupação de conferir os dias considerados inconvenientes de um mês tido tradicionalmente como azarento. É conhecido o caso de um candidato a prefeito e uma candidata a vereador que preferiam cancelar compromissos produtivos se o dia 13 coincidisse com a sexta-feira. Neste ano não correriam tal perigo, embora reste o 24 de agosto, cheio de tragédias, a começar pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas. (( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Batalha verbal

Os principais candidatos a prefeito e seus partidos, que se dizem ocupados na tarefa de organizar os planos de governo, ainda não encontraram tempo e vagar para disparar seus torpedos contra adversários. O mesmo, contudo, não acontece em Belo Horizonte, onde, por estranho que pareça, a disputa em Juiz de Fora tem provocado maiores discussões, sem faltar as farpas. Protagonizam as provocações na capital os deputados federais Marcus Pestana e Reginaldo Lopes,presidentes, respectivamente, dos diretórios estaduais do PSDB e do PT. Ficou bem claro que elegeram a disputa da prefeitura de Juiz de Fora como sua segunda preocupação, logo após a eleição do prefeito de Belo Horizonte. Depois de desencontros nas entrevistas, os dois deputados se voltam agora para o twitter, onde travam sua batalha verbal. Reginaldo provoca, dizendo que a vitória do Partido dos Trabalhadores “começa por Juiz de Fora, corre por essas Minas até chegar a Belo Horizonte”, onde espera que Patrus Ananias saia vencedor na disputa com Márcio Lacerda. Pestana, também desafiando, marca um “encontro” com Reginaldo, prometendo que “no dia 9 eu te conto”, referindo-se às horas seguintes à votação de 7 de outubro, certo de sair vitorioso o candidato tucano, Custódio Mattos, além de lembrar que em Belo Horizonte o candidato petista está 17 pontos atrás de Lacerda. Para bater num ponto sensível da campanha petista, Pestana indaga de Reginaldo se teria sido dele a ideia de criar na candidata Margarida Salomão a imagem cover da presidente Dilma, insinuando que considerou a iniciativa de mau gosto.
Invencionice
Sem desistir da tese de que o famoso mensalão não passa de invenção de Roberto Jefferson para atingir o partido governista, dirigentes petistas consideram que este é um dado suficiente para esvaziar o processo que corre no Supremo Tribunal Federal, de onde sairá a sentença para os envolvidos no grande escândalo. Jefferson, principal protagonista do processo, está convalescendo de uma cirurgia no pâncreas, e parece ter irritado ainda mais o PT, ao afirmar, em entrevista na Band, estar certo de que Lula não tem saúde para enfrentar mais uma campanha eleitoral.
Uma definição
Uma definição do julgamento do mensalão,para concordar ou não: O julgamento do mensalão é, sem dúvidas, o assunto político mais importante de 2012. É um julgamento político, com argumentos técnicos jurídicos. O STF é uma corte política julgando supostos criminosos políticos. A sentença final deverá ser com embasamento técnico, mas com a lógica do política. Afinal, a grande maioria dos ministros é indicada pelos governos petistas. A expectativa é grande para o julgamento, certamente um espetáculo midiático. Nunca antes neste País, o povo viu um julgamento como este.
Bandeira arriada
Um mês depois de terem sido aprovados nas convenções de seus partidos em todo o País, nada menos de 744 candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador comunicaram sua decisão de desistir da disputa, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. Quando manifestam esta decisão à Justiça, os desistentes não são obrigados a expor seus motivos, os mais diversos. Mas um deles é a percepção de que lhes falta qualquer chance de êxito. Há também os que não desistem, mas não se esforçam para vencer. É conhecido o caso de funcionários públicos que se candidatam para estarem afastados dois ou três meses do cargo, sem prejuízo do contracheque. Férias compulsórias, graças à Justiça Eleitoral.
Em laboratório
A 65 dias das eleições, a campanha dos principais candidatos a prefeito encontra-se na fase laboratorial, entregue a agências e marqueteiros. É uma semana em que todos têm pressa, porque a propaganda gratuita em horários do TRE começa na próxima semana.
Nas pegadas
Foram requisitadas pela Justiça aos jornais da cidade cópias do noticiário dos últimos 19 meses que tratou do que disse e do que andou fazendo o ex-prefeito alberto bejani, que persiste em sua candidatura a vereador. São fatos que compõem um prontuário nada comparável à biografia de um monge contemplativo.
((publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 29 de julho de 2012

À espera de Marina

O Partido Ecológico Nacional, que o TSE registrou oficialmente no mês passado, já conta com duas cadeiras na Assembleia de Minas, mas não é exatamente deputados que o atraem. O que o PEN deseja, e espera concretizar nos primeiros dias de agosto, é a filiação da ex-senadora Marina Silva, que passaria automaticamente a ser sua candidata à presidência da República dentro de dois anos. Por falar em Marina, entram nas semana as suscetibilidades do governo brasileiro, sangrando com a decisão do Comitê Olímpico de conceder honras especiais à ex-senadora na abertura das Olimpíadas em Londres. O Comitê não tinha obrigação de saber que Dilma e Marina não se sentam à mesma mesa.
Prêmio ou castigo?
A prefeitura estabeleceu prazo, que está se esgotando nestas horas, para que as agências bancárias instalem equipamentos de segurança. Já se viu que os faltosos não cuidam de pagar multas, porque não iriam mesmo se incomodar num País onde os banqueiros é que financiam as campanhas presidenciais. Talvez melhor é que antes de pensar em aplicar castigos se premiem as poucas agências da cidade que estão em dia com as exigências. O jeito é premiar os bons, porque não se consegue castigar os maus.
O velho São Roque
No dia 18 de agosto, velhos amigos estarão comemorando os 65 anos da criação da Turma de São Roque, que reunia jovens residentes nas proximidades da igreja que tem o santo como patrono. Eram jovens sempre solidários, que se divertiam, mas também sabiam promover. Quando decidiram incursionar na política, foram os principais responsáveis pela eleição de um vereador, Amílcar Padovani, depois o deputado estadual que bateu um recorde na Assembleia: sete mandatos. O programa de comemoração inclui a celebração de missa na igreja São Roque e almoço em local ainda a ser definido.
Os inocentes
A Central Única dos Trabalhadores promete iniciar, nas próximas horas, uma campanha em defesa dos acusados do mensalão, atribuindo aos ministros julgadores a fraqueza de optarem por um julgamento político. Seriam então todos inocentes, desde Marcos Valério até José Dirceu, Genuíno e Delúbio. É estranha a preocupação da CUT quanto à eventual influência política na decisão, porque dos 11 membros do STF sete foram indicação de Lula, que continua achando que não houve mensalão. Portanto, se houvesse influência seria por uma festiva absolvição.
Renovação
Na manhã de sábado, o candidato a perfeito Bruno Siqueira inaugurou, na parte alta da Rua Marechal Deodoro, a central de controle de sua campanha. A tônica dos discursos, a começar pelos mais exaltados, o vereador Isauro Calais e o ex-prefeito José Eduardo Araújo, foi a necessidade de renovação da liderança política da cidade. Bruno voltou a garantir que o PMDB tem o melhor programa administrativo para Juiz de Fora. Adelmir Romualdo, presidente do partido, comandou a solenidade.
Com chapéu
O PSDB mineiro está enviando ao interior os jovens do grupo chamado Chapéu na Estrada, que quer conversar com os tucanos candidatos a prefeito. No sábado foi a vez de Custódio Mattos, que o recebeu no Morro do Cristo, cenário de uma conversa sobre desenvolvimento econômico, sustentabilidade, cultura e turismo.
Tempo na TV
O projeto é do deputado tucano Antônio Carlos Thame: o tempo de propaganda eleitoral em rádio e televisão deve ser diminuído para os partidos que não tiverem candidatos concorrendo a cargos majoritários (prefeitura, governo, presidência e senado). A redução seria de dois terços do tempo original do partido, somado ao da coligação. Explica o deputado paulista: “Como o objetivo de cada partido é ter o máximo de tempo para seus candidatos, as agremiações partidárias com poucas chances de brigar por vagas são procuradas pelos partidos com mais chances para a formação de alianças que garantam um tempo maior de propaganda, especialmente com relação às eleições majoritárias”, diz Thame. Estaria aí a forma de combater o ‘comércio’ do tempo partidário em rádio e TV.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Comedidamente

Já programado para se submeter a uma nova bateria de exames na primeira semana de agosto, o ex-presidente Lula ficará sabendo qual o tamanho dos compromissos que poderá assumir na campanha eleitoral deste ano. Os médicos que o assistem desde o aparecimento do câncer na garganta deverão recomendar participação comedida, por causa da voz, que está comprometida. Preocupação para candidatos petistas. Muitos deles têm planos de explorar ao máximo a imagem do ex-presidente.
Para orientar
O PMDB já tem encomendado pesquisas para orientação interna de seus candidatos, e o mesmo deve fazer o PSDB, a partir do final da primeira quinzena de agosto. Antes disso, a divulgação dos números não é o mais importante, porque o que realmente importa é conhecer tendências do eleitorado, e com elas direcionar as ações de campanha. Para confirmar os limites do interesse, as pesquisas até agora conhecidas dão acima de 35% os eleitores que ainda não decidiram.
Provável?
O Supremo Tribunal Federal não deverá levar em consideração a sugestão encaminhada a Brasília por advogados paulistas no sentido de que seja adiado o julgamento do mensalão, sob o argumento de que a coincidência com a campanha eleitoral poderá prejudicar o andamento do processo. Alegam eles o risco de “judicialização da política ou a politização do julgamento”. O STF realmente não tem como acatar a sugestão, sob pena de reconhecer que é vulnerável às disputas políticas.
Fogo cruzado
As greves que estão em curso, causando a paralisação de setores vitais, podem trazer algum reflexo para a campanha eleitoral, caso se prolonguem por mais algum tempo. Mas não é possível dizer se as vantagens seriam para governistas ou oposicionistas, porque os protestos são dirigidos tanto contra o governo estadual como para o federal. Os candidatos não podem atirar pedras, porque seus partidos estão sob telhados de vidro.
Tempo de espera
Ainda que desejassem os deputados e a Universidade Federal, não haverá como retomar, antes de novembro, os trabalhos da Agenda de Desenvolvimento da Zona da Mata, que se propôs, desde junho do ano passado, a discutir objetivamente e dar encaminhamento aos principais projetos da região. As atenções estão tomadas pela campanha eleitoral, os deputados, que são porta-vozes das reivindicações, não têm como ser atendidos e – mais do que isso – em Brasília e Belo Horizonte os setores governamentais querem esperar para saber quais serão as novas liderança eleitas em outubro nos municípios da Mata. Mas importante é que, quaisquer que sejam essas lideranças, os governos estadual e federal considerem que são dois os tempos na crônica das velhas aspirações de progresso da região em que se insere Juiz de Fora: se antes ela tentava atingir os propósitos com lamúrias e caça aos culpados, o que agora está em pauta é a objetividade das reivindicações.
Leite amargo
Há exato um ano, o governador Antônio Anastasia denunciou que estamos importando 3 milhões de litros/dia de leite do Uruguai e da Argentina, dois países que, sem contrapartida, não têm feito concessões aos produtos brasileiros. No caso do leite, foi feito um apelo à Câmara dos Deputados, em particular aos representantes mineiros, para que se legislem limites para a importação do produto, pois essa compra predatória não encontra justificativa, nem mesmo sob pretexto de regular o mercado interno. É preciso considerar que o leite nunca deixou de ser destaque na pauta das exportações do estado.
Uma suspeita
Para mostrar que não são de hoje as suspeitas sobre promessas feitas durante campanhas eleitorais, o prussiano Otto von Bismarck, considerado fundador do moderno estado alemão, já dizia em 1898, quando morreu, que é preciso ter cuidado com o que se diz antes das guerras, durante as campanhas eleitorais e depois das pescarias.
(publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Blindagem

No Partido dos Trabalhadores é quase consenso que Brasília vai se esforçar ao máximo para consolidar o nome do ministro Fernando Pimentel como candidato a governador de Minas em 2014. Não disputando a prefeitura de Belo Horizonte, como anteriormente se desejou, ele permanece blindado por mais dois anos. Essa blindagem é outro serviço que estaria prestando ao partido a candidatura de Patrus Ananias.
Referência
Nos encontro que o prefeito e candidato à reeleição Custódio Mattos tem promovido com representantes da comunidade, com o objetivo de se cumprir uma pauta temática, quando o assunto é cultura e turismo a principal referência é o Museu Mariano Procópio. Fechado há quatro anos, não há quem não tema pelo futuro daquele acervo, um dos mais ricos do País.
Presença de Lula
Lula continua sendo necessário ao PT. Mesmo cuidando de uma grave enfermidade, precisa dar uma pausa no tratamento e fazer campanha para o partido. No início de agosto ele vai se submeter a exames e avaliar o quadro clínico, para depois poder entrar na campanha. Mas, agosto tem o julgamento dos réus do mensalão, onde seu nome vai ser arrolado nos depoimentos. Afinal, o episódio ocorreu no seu primeiro governo. Então, Lula tem dois embates pela frente: as eleições municipais e o julgamento de seu governo no STF. O legendário líder do PT sabe do momento que vive. Pode ser que esteja sob tensão, mas não deixa transparecer. A vivência de um retirante nordestino fez com que ele adquirisse um instinto de sobrevivência capaz de construir uma história que começou como um 'pau de arara' que chega à presidência da República, e hoje é o ícone de seu partido.
Pouca fé
Conversa ouvida ontem à tarde entre três crentes que esperavam o sinal verde, na esquina de Rio Branco com Floriano Peixoto: “Quando chega a eleição, muitos candidatos querem o apoio dos evangélicos, mas depois a gente nunca vê um deles nos cultos”.
Manifesto
Em data mais próxima das eleições, possivelmente nos últimos dias de agosto, os partidos que fazem parte da base do governo Anastasia vão divulgar manifesto de apoio aos candidatos recomendados pelo Palácio da Liberdade nos municípios do interior. Sendo nove, a dificuldade estará no fato de que nem todos apoiam, em conjunto, os candidatos apresentado pelo PSDB, líder da bancada. Formam a base, além dos tucanos, o PSD, PTB, PHS, PPS, PR, PRP, PRTB e PT do B.
Mais espaço
Tão certo de que se sairá bem no balanço geral das eleições deste ano, o PMDB vai se preparando para postular mais espaços no governo federal. Mas deve saber que seu poder de exigência fica na dependência de outro balanço, o do PT. À medida que os petistas crescerem, e eles também esperam por isso, fica reduzido o poder de pressão dos demais aliados. No fundo, o que parece motivar a todos é uma nova discussão sobre o papel das alianças contempladas. Por exemplo, o que se considera um capricho da política, que mantém o PCdoB, o mais modesto entre os partidos da base parlamentar, no comando do Ministério dos Esportes, um posto que o projeta internacionalmente, graças a dois eventos notáveis: a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Fiscalização
Entre os temas que exigem maior discussão, e que estão sacrificados pelas eleições e pelos desdobramentos políticos imediatamente seguintes, estão as antigas suspeitas de que nem todas as ONGs – Organizações Não Governamentais – têm sincera e desinteressada disposição de ajudar o Brasil a resolver seus problemas. E por isso impõem-se instrumentos legais para a depuração. Sob o manto da filantropia ou da orientação religiosa, geralmente praticada em pontos distantes dos grandes centros (há um gosto especial pela Amazônia) elas já fizeram muito para justificar a fiscalização de suas ações. Mas o governo não tem revelado ânimo para tanto, nem mesmo quando se denuncia um absurdo. É o caso de uma delas, que chegou a estimular índios do Pará a lutarem pela separação de suas aldeias, constituindo-se em nação independente.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pauta seguinte

Para este ano não há mais tempo, nem mesmo a possibilidade de resultados objetivos, mas para a eleição de 2016 valeria a pena os partidos centrarem suas preocupações num dado que foi objeto de espanto de Antônio Braga no artigo que publicou aqui na segunda-feira. Trata-se do grande número de candidatos a vereador em relação às vagas que disputam. Enquanto em Minas a média é de oito por vaga, em Juiz de Fora ela sobe para 16, o que, contrariamente ao que se diz, não facilita na escolha do eleitor, mas dificulta. Exposto o problema, a primeira contra-argumentação é que o número de candidatos segue o que autoriza a legislação eleitoral. Não é bem assim; e, ainda que fosse, os partidos terão tempo suficiente para propor a reforma no texto, quanto ao seu aspecto impositivo. Portanto, um tema para a pauta seguinte.
Nomes e limites
A Advocacia-Geral da União está advertindo para uma irregularidade que tem sido observada em todo o País, e que precisa ser corrigida. Candidatos a vereador não podem ser registrados, nem se apresentar aos eleitores com seus nomes acompanhados do local em que trabalham, quando se tratar de órgãos e empresas públicas ou fundações. A AGU entende que a proibição está clara na Lei 9.504, de 1997. A advertência ocorre quando as candidaturas estão registradas, e é possível que a Justiça Eleitoral prefira tolerar as irregulares. Em Juiz de Fora há poucos casos em que os candidatos se apresentam indicando o órgão público a que pertencem. Não mais de meia dúzia.
Renovação
Deverá ficar entre 50% e 60% a renovação das bancadas de vereadores, segundo uma previsão preocupante para muitos entre eles. São 19, e ao menos 10 não teriam votos suficientes para permanecer. Nas eleições mais recentes as substituições geralmente ficaram abaixo de 40%. A previsão já não se baseia apenas no desempenho dos atuais, mas nas complicações possíveis de coligações nem sempre bem construídas. O que sugere, então, que não apenas os pequenos, mas também os grandes partidos entram na faixa de risco.
Ajustamento
Termo de Ajustamento de Conduta tem sido a proposta Ministério Público Eleitoral para impedir a prática de excessos na propaganda dos candidatos, de forma que eles e seus adversários se preocupem, ao mesmo tempo, em preservar o meio ambiente e reduzir os gastos ao máximo. Uma das preocupações é limitar as faixas entre árvores e postes, preservar os muros e eliminar os cavaletes, invariavelmente de mau gosto. Aplicado em algumas pequenas cidades de Minas, o TAC bem que podia chegar até nós.
Perigosas denúncias
O destino da CPI do Congresso que prometeu apurar a extensão das atividades do contraventor Cachoeira pode ser a vala comum dessas comissões, isto é, o fracasso. Por dois motivos: já se deu uma satisfação à opinião pública, ao tomar o mandato do senador Demóstenes Torres, o que seria suficiente para mostrar seriedade na apuração dos fatos. Segundo motivo, este capaz de provocar insônia em boa parte do Legislativo, é que o contraventor, por si ou por seus interlocutores, estaria disposto a mostrar muitos políticos que se aproveitaram de sua proteção. Ele é como esses homens que, fora da lei e em prisão, podem provocar um tsunami quando lançam mão da metralhadora giratória para denunciar cumplicidades.
Cena que preocupa
A campanha eleitoral é, digamos, uma espécie de fôro privilegiado para o debate dos problemas que atormentam a cidade, na esperança de que com ela surjam luzes que sinalizem soluções. Eis a razão de se esperar que nas reuniões de candidatos e partidos com representantes da comunidade entre em discussão o desafio criado pela população de rua, num momento em que assusta o número de pessoas que dormem ao relento, cena que é dolorosa em qualquer época do ano, mas principalmente nestas madrugadas de temperatura muito baixa. Os serviços encarregados de dar assistência aos mendigos alegam que, ao serem abordados pelos socorristas eles reagem, recusam a ajuda, pois se sentem tolhidos em sua liberdade. O que permite admitir que há espaço para um trabalho psicológico. É preciso considerar que, de onde quer que venham as soluções, um primeiro passo há de ser dado pela própria comunidade. Trata-se de um apurado levantamento da real situação da mendicância, excluídos os que fazem dela um negócio ou que a transformam em instrumento de malandragem, e que são muitos, talvez, quem sabe?, a maioria. Quanto aos que hoje estão garimpando votos e prometendo soluções vale lembrar que o bom serviço a ser prestado pelo poder público, através de entidades de assistência, é realizar o censo da pobreza em Juiz de Fora. Antes disso, todo esforço para minorar o problema vai acabar se perdendo.
((publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Os fora da lei

Se for mantida a média conhecida até ontem, o Tribunal Regional Eleitoral poderá registrar um recorde de denúncias de irregularidades praticadas por candidatos e partidos na atual campanha. Até agora foram 432, em sua maioria tratando de propaganda fora do prazo, mas esse número não deve ser considerado definitivo, porque 173 candidatos acusados encaminharam sua defesa a Belo Horizonte. Contudo, o TRE vai faturando em multas. Segundo informou, só em 22 casos de propagandas ilegais - realizadas fora do prazo ou de forma vetada pela atual legislação eleitoral – foram cobrados R$ 163 mil aos candidatos, incluindo os que abusaram do facebook e pelo youtube.
Imagem saturada
Já é tempo de os marqueteiros saberem que não sensibiliza mais, nem motiva, a imagem do candidato beijando crianças nas suas visitas aos bairros pobres. O eleitor, por mais simplório que seja, percebe que não há sinceridade nos afagos em tempo de campanha. Melhor que fazem os especialistas é orientar o candidato sobre os problemas do bairro, e como solucioná-los.
E os outros?
O presidente Obama, preocupado com as pesquisas eleitorais, que lhe roem o calcanhar, manifestou seu sentimento pela morte das vítimas do massacre que o maluco James Holmes praticou num cinema do Colorado. Mas nada disse sobre os civis que seus soldados matam diariamente no Afeganistão.
Constrangimento
Os dirigentes nacionais do PT se revelam constrangidos, com razão, diante da declaração de seu companheiro Hélio Bicudo, ex-prefeito de S.Paulo, de que “o Bolsa Família faz com que o cidadão receba dinheiro para votar”. E disse mais: ouviu de José Dirceu – ex-ministro da Casa Civil e réu no processo do Mensalão, com julgamento marcado para agosto – que o programa era o caminho mais rápido para a obtenção de 40 milhões de votos.
Mês aziago
O Supremo Tribunal Federal ultima os preparativos para o julgamento do mensalão, que, segundo previsão dos próprios ministros, pode durar até 30 dias, com início em 2 de agosto, chamado mês do desgosto. Há muitos desgostos previstos neste caso: os acusados, o partido, o governo federal. A lenda de que o mês de agosto é de mau agouro parece se fortalecer com o julgamento histórico de políticos ligados umbilicalmente ao poder central do Brasil. Há uma tensão no ambiente político, já pré-aquecido com a CPI do Cachoeira, que atormenta a classe, devido aos envolvimentos subterrâneos da política com a contravenção. E ainda as eleições municipais, que trazem muita preocupação para os políticos com mandatos que precisam paparicar os cabos eleitorais, quer sejam candidatos às prefeituras quer disputem as câmaras municipais. Diante do cenário, o mês que se avizinha pode trazer no horizonte nuvens carregadas de muita eletricidade da política, sujeito a trovoadas e relâmpagos nos céus de Brasília. Resta aguardar os acontecimentos e suas consequências.
Experiência no dedo
Vai ficar mesmo reduzida a 21 municípios a experiência de Minas com a votação biométrica neste ano. Para tanto, foram escolhidos pequenos colégios eleitorais, pois, ocorrendo imprevistos, torna-se mais fácil para a Justiça Eleitoral adotar a votação convencional. Portanto, em outubro 270 mil mineiros terão o voto identificado biometricamente.
PT em campo
Antes previsto para o final da próxima semana, o lançamento oficial da campanha do PT foi antecipado, e ocorreu no sábado, na quadra da Escola de Samba Real Grandeza, onde o destaque foi a animação da militância, que tem sido instada a trabalhar para que a candidata Margarida Salomão vença no primeiro turno. Ela vem liderando as pesquisas de tendência do eleitorado. Para prestigiar o lançamento, veio à cidade o presidente estadual do partido, Reginaldo Lopes, para quem a vitória em Juiz de Fora é uma questão estratégica.
Mais feminino
No dia 8 de agosto, quando se encerra o prazo para a complementação das chapas de candidatos a vereador, o PSDB pretende se apresentar como o mais feminino entre os partidos, porque há quatro anos tinha 7.314 candidatas a prefeito, vice-prefeito e vereador, número que até ontem havia subido para 11.156, aumento, portanto, de 52,5%. Em 2008, o partido tinha 6.894 candidatas a vereador. Já neste ano, elas são 10.730, aumento de 55,64%. As candidatas a prefeito eram 186; agora, 205. (( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 22 de julho de 2012

Pela Memória

O Comitê pela Memória e Verdade tem reunião hoje à noite para receber Gilney Viana, coordenador nacional do “Direito à Memória e à Verdade”, um projeto ligado à Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República. O encontro está previsto para ocorrer às 19h30m, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Avenida dos Andradas, 696. Não apenas os membros do Comitê, mas qualquer pessoa interessada pode participar do encontro.
Premiados
Cassado por causa de suas ligações com o contraventor Cachoeira, o ex-senador Demóstenes Torres acaba de assumir o cargo de procurador do estado de Goiás, o que vai lhe render vencimento mensal de R$ 24 mil. Pergunta-se: se alguém não tem condições morais para integrar o Congresso Nacional passa a tê-las automaticamente para servir à Justiça? Interessante o que também acontece nos tribunais: juízes e desembargadores, quando irremediavelmente flagrados na corrupção, não são presos, mas aposentados compulsoriamente com vencimentos integrais. Portanto, faz bem fazer o mal.
Participação Dois anos após disputar o governo de Minas, o ex-ministro Hélio Costa está de volta à campanha eleitoral. Além de Barbacena, seu principal reduto, ele anunciou disposição de atuar na campanha do PMDB nas principais cidades do interior, inclusive Juiz de Fora.
Ausente
Portador de uma lesão no pâncreas, o ex-deputado Roberto Jefferson deixa novamente a presidência do Partido Trabalhista Brasileiro, que havia reassumido na semana passada. Vai ser submetido a uma cirurgia, nos próximos dias. Ainda sem previsão de alta, é certo que estará na enfermaria quando começar no Supremo Tribunal Federal o julgamento dos envolvidos no mensalão, que se tornou conhecido através de suas denúncias.
Previsão otimista
Um mês. Esta é a estimativa considerada otimista para a duração do julgamento dos envolvidos no escândalo do mensalão. Durando um pouco mais um pouco menos, a decisão dos ministros vai coincidir com o calor da campanha eleitoral, que de alguma forma certamente será influenciada.
Contatos
O deputado Lafayette Andrada, coordenador das bancadas que na Assembleia Legislativa apoiam o governo Anastasia, tomou Juiz de Fora por base e promoveu uma série de visitas a municípios vizinhos no último fim de semana.
Velho pacto
Para se cumprir o tradicional receituário das campanhas eleitorais, está de volta à agenda política a história do pacto federativo. Isso acontece sempre que há algum interesse ocasional, mas não dá para acreditar que o atual 'status quo' deseja reformar o que está estabelecido.
O outro lado
Está acesa e dominando setores influentes da sociedade a investigação dos casos de tortura a que foram submetidos presos políticos, o que é importante e necessário, porque tortura é um crime que não pode prescrever. Mas cabe lembrar que essa mesma sociedade confere pouca importância ao que acontece nos presídios, por achar que só excepcionalmente políticos adversários são torturados, quando, na verdade, isso ocorre com todos os presos, bastando para tanto que estejam nesses depósitos de condições subumanas. Há casos em que a tragédia se agrava, nas noites em que a esse cenário incorporam-se castigos medievais aplicados por agentes despreparados. Há denúncias estarrecedoras, que também precisam ser apuradas.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Congresso no futuro

A decisão dos grandes partidos, principalmente PSDB e PT, de insinuar que o mapa dos prefeitos a serem eleitos neste ano vai oferecer sólidas projeções para a disputa presidencial de 2014, pode trazer influências sobre o Congresso Nacional. Por dois motivos: muitos parlamentares encurtam sua presença em Brasília, preferindo estar no interior e influir na campanha de seus candidatos favoritos, e por isso prejudicam o quórum nas votações mais importantes; ou porque, desde já, querem se posicionar em relação ao embate seguinte. A se confirmarem tais interesses, os próximos dois anos estarão correndo o risco de se tornarem algo volátil, com constantes mudanças na forma e no conteúdo. As votações passariam a se inspirar nos interesses do quadro de 2014. Em razão disso, é possível que não consigam tramitação matérias muito polêmicas, capazes de acirrar ânimos e provocar divisionismo.
Ausência
Pela primeira vez, consideradas as campanhas eleitorais da cidade nos últimos vinte anos, estará ausente Antônio Jorge Marques, secretário estadual de Saúde. Fica em Belo Horizonte integrando a comissão de coordenação da campanha do prefeito Márcio Lacerda. Em 2010 ele trabalhou para a eleição do deputado Marcus Pestana. Dois anos antes atuava na coordenação da campanha de Custódio Mattos. Seu plano é dedicar todo o período de férias à campanha da capital.
PIB em dois tempos
Há quatro meses, não mais, o governo promoveu festivo alarde para anunciar que o PIB brasileiro havia atingido um patamar invejável para o mundo, e nisso até andou fazendo pouco caso de outros países. Comparava-nos à Inglaterra, como se ela fosse indigente diante do Brasil. Agora, quando o nosso PIB vai despencando, a presidente Dilma muda de opinião, para dizer que ele não tem maior importância.
Eleição cara
De dois em dois anos sobe, em torno de 20%, o custo de uma eleição. Ainda agora, só para garantir a manutenção das urnas, o Tribunal Superior Eleitoral terá de investir R$ 130 milhões. É o suficiente para excitar os que acham que o Brasil gasta muito e desnecessariamente com eleição.
Ordem é ordem
Laszlo Csatary, 97 anos, o carrasco nazista mais procurado do mundo, responsável pela morte de 16 mil judeus, acaba de dizer que o que fez foi para cumprir ordens. O mesmo que disseram os que torturaram e mataram nas ditaduras brasileiras. É a história de sempre. Toda vez que o sujeito se envergonha do que fez, diz que estava cumprindo ordens.
Sem alteração
A presidência nacional do Partido Trabalhista Brasileiro está de novo com o ex-deputado Roberto Jefferson, que foi figura central nas denúncias contra o mensalão. Com isso, pode ser que se altere o projeto eleitoral trabalhista em algumas cidades, menos em Juiz de Fora, onde o PTB apoia Custódio Mattos, em cuja equipe atua um irmão de Jefferson, Ricardo.
Os ecológicos
Recém-criado, o Partido Ecológico Nacional sabe que ainda tem muito caminho a percorrer. Não há como pensar em comissões provisórios municipais, e só agora consegue o primeiro deputado para formar sua bancada. É Francisco Francischini, a quem se poderá recorrer no momento em que se pensar na comissão de Juiz de Fora, pela via de afinidades e de lideranças evangélicas.
Mistura difícil
Ubá, que faz parte das cinco maiores cidades da Zona da Mata, também integra o mapa da mais difícil entre as alianças políticas, a união do PT com o PSDB na disputa das prefeituras. São 27 as prefeituras mineiras disputadas com tucanos e petistas de braços dados. Quando se trata da disputa do poder municipal costumam ser secundárias as divergências partidárias em Brasília. ((( publicado no TER NOTÍCIAS desta sexta-feira))

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Jogo do tempo

Como nas grandes partidas de futebol, onde o técnico procura identificar a formação do time adversário e esconder sua escalação, nas disputas eleitorais não é muito diferente. O candidato a prefeito não antecipa os aliados para evitar que sofram pressões, agindo da mesma forma e pelo mesmo motivo quando trata da escolha do nome de seu vice. Participante de um jogo, sabendo-se sujeito a torções e agressões, o candidato também procura ficar na concentração, esperando que o tempo corra a seu favor, e adiando, tanto quanto possível, o início da disputa das urnas, porque ela consome energias e dinheiro. Tanto o esforço físico como os recursos financeiros têm de ser economizados no corpo a corpo, preocupação que afeta principalmente a quem vai correr para chegar ao segundo turno.
Desde agora
Pela indicação de gente influente no Ministério dos Transportes, no painel da política de privatizações de trechos rodoviários o próximo passo deve ser mesmo a ligação Juiz de Fora - Belo Horizonte. Como debates sobre questões dessa natureza só costumam acontecer quando as decisões já foram tomadas em gabinete, seria prudente se as lideranças entrassem em cena e tentassem influir, de forma que a privatização não seja um ônus excessivo para o usuário, diferentemente do que se vê na rota dos pedágios no trecho Juiz de Fora – Rio.
Multas brandas
Razão tem o procurador eleitoral do Rio de Janeiro, Maurício Ribeiro, quando revela preocupação com a leveza das multas que são aplicadas a candidatos e eleitores faltosos. Lei muito branda. Num País em que o voto é obrigatório, quem não votar, ofendendo um dever cívico, corre o risco de pagar multa correspondente a uma lata de cerveja.
Tempo de serão
O prefeito Custódio Mattos, começando a campanha para a reeleição, decidiu que, a partir de agora, sempre às 18h30mada vai se reservar a encontros diários, no Hotel Serrano, com representantes da comunidade para debater o plano de governo a ser apresentado brevemente ao eleitor. Cada noite um tema. Hoje, discute-se sobre capacitação, emprego e renda.
Quarto lugar
Apresentadas as listas de candidatos a vereador em Minas, observou-se que o número deles não se distanciou muito da posição dos municípios na sua escala de importância. Belo Horizonte fica com 1.203 candidatos, Contagem com 531, Uberlândia com 657, Juiz de Fora com 440.
Olho grande
Anotada a palavra do professor David Fleischer, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, sobre o PSB, onde se observa “movimentação para se chegar a uma posição mais independente, mostrar serviço nesta eleição, avançar bastante, já se posicionando para 2014”. De olho grande, o que deve preocupar o PMDB, porque, como analisa Fleischer: “pode ser que o PSB pressione Dilma para trocar de parceiro, deixar o PMDB de lado e pegar o Eduardo Campos como seu vice".
Preocupação
A pulverização de partidos políticos no País passou a ser motivo de preocupação também para o PMDB, segundo seu presidente, senador Valdir Raupp. Por quê? Pode-se arriscar algum palpite. Por exemplo: hoje, possuem registro 30 partidos, e outros estão em processo de constituição, conforme previsto em lei. Aí está a questão central. Há pulverização partidária, pois a lei permite isso. Os parlamentares do PMDB, que são maioria, deviam liderar um movimento para conter a permissividade da lei. Mas não parecem interessados no assunto.
Melhores slogans
A coluna recebeu ontem, de Eduardo Almeida Reis, da Academia Mineira de Letras, o que se elegeu, até agora, como o melhor para a lista dos slogans mais engraçados da campanha eleitoral deste ano: 1º lugar – Em Mogi das Cruzes (SP), tem um candidato chamado Defunto: “Vote em Defunto, porque político bom é político morto’’. 2º lugar – Candidato a prefeito de Aracati (CE): “Com a minha fé e as fezes de vocês, vou ganhar a eleição.” 3º lugar – A cearense chamada Débora Soft, stripper e estrela de show de sexo explícito. Slogan: “Vote com prazer!” 4º lugar – E em Piraí do Sul tem um gay chamado Lady Zu. “Aquele que dá o que promete.” 5º lugar – Em Hidrolândia (GO), um candidato é chamado Pé. “Não vote sentado, vote em Pé.” 6º lugar – Em Carmo do Rio Claro, um outro é conhecido como Gê. “Não vote em A, nem em B, nem em C; na hora H, vote em Gê.” 7º lugar – Em Descalvado (AL), a candidata chamada Dinha adotou o slogan : “Tudo Pela Dinha.” 8º lugar – Grito de guerra do candidato Linguiça, lá de Cotia (SP). “Linguiça Neles!” 9º lugar – Guilherme Bouças, com o slogan: “Chega de malas, vote em Bouças.”  
(((( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))))

segunda-feira, 16 de julho de 2012

A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse que o Brasil não tolera mais a corrupção, ao garantir, de novo, que a Lei da Ficha Limpa está valendo para a eleição deste ano. Ainda segundo a ministra, será dado todo apoio aos juízes eleitorais para o cumprimento dessa lei. Ora, esta é uma ótima notícia. A maior autoridade da Justiça Eleitoral demonstra comprometimento com a observância da Lei da Ficha Limpa no julgamento dos políticos corruptos. Com isso ela dá uma importante diretriz para as demais instâncias agirem com rigor nos casos de impugnação de candidatos com vida pregressa conhecida na corrupção. Em JF, parabenizou-se o Ministério Público Eleitoral e o juiz eleitoral ao impugnarem a candidatura de alberto bejani para vereador, com base na sua vida pregressa. Mas, já se disse aqui: a decisão é incontestável, juridicamente correta, representa a vitória da moral sobre a imoralidade. Mas a impugnação estaria politicamente adequada se viesse depois da eleição, considerando-se que muito eleitor do ex-prefeito tem direito de votar nele, mesmo sob inspiração do maior dos equívocos. Cumprido esse singular desejo, que ele fosse impugnado depois, se eleito, por ser inconveniente ao serviço público.
É possível
Em seu blog, o ex-prefeito Tarcísio Delgado fala sobre os primórdios do MDB, onde estavam em divergência os moderados e os autênticos. Entre estes, ele próprio se inscrevia. E estabelece relações entre aquela situação e a realidade do partido hoje em Juiz de Fora. A ala que ele considera identificada com os autênticos deve apoiar a candidata do PT. E explica: “Passados todos esses anos, sentimo-nos na contingência de refazer os autênticos a partir de Juiz de Fora. O grupo autêntico não aceita ser linha auxiliar dos tucanos, que não é em si, mas representam e conduzem a extrema direita no País. Estamos estudando a possibilidade de apoio à candidata Margarida Salomão, do PT. Esta, possivelmente, deve ser a posição dos peemedebistas autênticos desta cidade vibrante e politizada”.
Dois pesos
Ainda está viva na memória da cidade a cena: cercado de entusiasmo partidário, o alto comando do PMDB veio para defender a candidatura própria à prefeitura, mesmo que isso custasse, como realmente custou, uma cisão no diretório. Mas, a pouco mais de 200 quilômetros daqui, em Belo Horizonte, colégio eleitoral de expressão nacional, o partido abandonou a ideia do candidato próprio para apoiar o PT. O que se praticou na capital foi exatamente o que os dissidentes postulavam em Juiz de Fora: prioridade no combate aos tucanos.
Sinal amarelo
Há uma justificada preocupação no governo sobre as dificuldades que a presidente Dilma vem encontrando para manter a hegemonia da bancada governista no Congresso. Ao fracassar nas primeiras tentativas de ver logo aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias, ela deve ter sentido que está faltando articulação política, e a ministra Ideli Salvatti certamente não é a pessoa mais indicada para a missão, até porque as maiores dificuldades têm sido encontradas exatamente no bloco governista. Detalhe para confirmar que o governo ainda não conseguiu se articular é lembrado pelo deputado tucano Marcus Pestana: na Câmara, a oposição, quando muito, reúne de 100 a 120 deputados para obstruir; ainda assim, consegue dar dor de cabeça ao governo.
Ausência
Sob a alegação de que os votos que teve em 2010 não podem servir de instrumento político, Marina Silva anunciou que está fora da campanha eleitoral deste ano. Não apoiará qualquer candidato a prefeito. Não é fácil concordar com a ex-ministra, desde quando esquivou-se de assumir posição no segundo turno presidencial em que disputavam Serra e Dilma. Político que recebe 20 milhões de votos perde, quase naturalmente, o direito à omissão.
A conferir
Pergunta-se, sem que haja alguém em condições de responder, qual será a intensidade do esforço estadual do PSDB e do PT para atuar no resultado eleitoral em Juiz de Fora. Apenas um palpite: a incursão dos antagonistas será maior ou menor na mesma proporção em que os candidatos souberem demonstrar a efetiva importância que a prefeitura local teria na eleição presidencial de 2014. Se em Brasília e Belo Horizonte lideranças dos dois partidos concluírem que Juiz de Fora pode ter um peso especial, por si e pelo papel de polarização que exerce na Zona da Mata, o interesse será bem maior.
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS )
)

domingo, 15 de julho de 2012

Tempo de pesquisas

Poucos antes das eleições de 2008, nas bancadas de pequenos partidos houve quem pensasse em uma lei que fosse capaz de estabelecer certo controle sobre critérios das pesquisas eleitorais e datas de sua divulgação, para se evitar que, tendenciosas ou não, elas pudessem influir na conduta de eleitores inseguros. Parece que essa também foi uma preocupação do ex-senador Demóstenes Torres, no tempo em que devia recomendar que fizéssemos o que ele dizia, não o que ele fazia... Houve uma tentativa de estabelecer algum critério. Atualmente, como determina a Resolução 23.364 do TSE, a pesquisa tem de ser registrada na Justiça Eleitoral, com nome da empresa que a realizou, quem a financiou e qual a metodologia para a aferição empregada. Mas não se eliminou o vício maior, ou seja, a manipulação dos números para atender a determinado partido ou candidato. Não se cuidou - e aí vai o problema maior – de estabelecer prazo máximo para a divulgação da pesquisa. Quanto mais próxima da eleição, mais ela poderá influir contra ou a favor de um ou de muitos candidatos.
Disposição
Na reunião de fim de semana que teve com candidatos a vereador (cerca de 200) dos 12 partidos que apoiam sua reeleição, o prefeito Custódio Mattos garantiu que está com disposição total para enfrentar a campanha. E estimulou os demais candidatos a acreditarem na vitória e a conhecer seu plano de governo, que está sendo elaborado por uma comissão que se reúne amanhã. Cada candidato a vereador recebeu um kit com todas as informações sobre a campanha da aliança e legislação eleitoral.
Entre muitos
O ex-prefeito alberto bejani não está sozinho entre os candidatos a vereador proscritos pela Justiça Eleitoral. Em Minas, são 197 que os juízes consideram indignos de ocupar uma cadeira em câmaras municipais. Em relação ao ex-prefeito há uma curiosidade a ser esclarecida: se bastaram apenas quinze dias para se identificar nele motivos para negar acesso à vida pública, por que a Justiça arrasta por mais de dez anos os primeiros processos em cujos autos há provas mais que suficientes para condená-lo?
Dois cenários
Faltando 75 dias para a eleição, vai se espalhando pelo País a convicção de que Belo Horizonte pode se transformar no segundo dos grandes cenários da disputa entre governo e oposição – PT e PSDB - onde digladiam Márcio Lacerda e Patrus Ananias. A primeira referência é S.Paulo, porque ninguém melhor que José Serra e Fernando Haddad para simbolizar as forças antagônicas.
Em campo
Parece que Lacerda e Patrus, mais que ninguém, entendem a importância e a responsabilidade do projeto político que lhes foi confiado. É o que se percebe pela disposição de ambos em sair à procura dos votos. Adotaram um ritmo que em geral fica para os últimos dias da campanha, o corpo a corpo, que é o capítulo mais desgastante e perigoso. O negócio é esperar para ver se tal disposição vai durar até o final. Velha e saborosa crônica das eleições de Minas, de Dulcídio Fonseca, dizia que nesse tempo de corpo a corpo o perigo maior está na broa e no café ralo, ofertas irrecusáveis em casa de eleitor. O corpo a corpo ainda não faz parte dos planos dos candidatos em Juiz de Fora.
Para entender
A Assembleia de Minas decidiu pôr fim às manobras e expedientes com que os deputados engordavam seus subsídios. Acabou com os chamados “14º e 15º salários”, mas ficou uma dúvida em relação à ajuda de custo, que se entende como um recurso para o desempenho do mandato. O deputado passa a receber duas ajudas, uma no começo e outra no final da legislatura. Mas por que essa segunda, se ele já estará encerrando o mandato?
E os cursos?
Pelo menos oito entre os partidos que revelavam disposição de entrar na disputa das 19 cadeiras da Câmara haviam prometido promover cursos de preparação de seus candidatos a vereador. Quando se pergunta sobre eles, é comum ouvir que os próprios candidatos não têm manifestado interesse. Seria porque não têm o que aprender ou por considerar inútil o conhecimento?
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Impugnação

Fala-se na possibilidade de o ex-prefeito alberto bejani ter sua candidatura a vereador impugnada com base na Lei da Ficha Limpa. Não apoiado. Essa candidatura precisa ser registrada e levada às urnas, porque há um contingente de eleitores que pensa como ele e se identifica na mesma avaliação de valores éticos e morais. Esses eleitores têm direito de manifestar sua preferência e seu gosto, por mais exótico que pareça. Diferentemente se bejani for eleito. Porque, sendo diplomado e empossado, ele passa a ter direito de legislar em nome de toda a população, não apenas em nome de seus eleitores. E aí não dá. Se a coisa chegar a esse ponto, a Justiça tem de dispor de instrumentos para impugná-lo e salvar a cidade.
Igual rigor
O Tribunal Regional Eleitoral já informou, e tem insistido em sua disposição de manter uma conduta rigorosa na fiscalização de gastos na campanha dos candidatos. Independentemente de serem candidatos em grandes ou pequenos municípios. Bem entendido: em Belo Horizonte ou em Serra da Saudade, onde só está registrada a candidatura de Neusa Ribeiro,que promete gastar, no máximo R$ 70 mil para concorrer com o voto em branco.
Os ciclistas
Sem negar a importância das ciclovias e a preocupação que a Câmara revela em relação aos ciclistas, não custa perguntar se está se cuidando, igualmente, da violência que eles praticam sobre os passeios, os sinais que desrespeitam, as pessoas que atropelam, algumas condenadas à cadeira de rodas, sem contar os casos de idosos que mataram. É preciso saber se a preocupação com os ciclistas é excludente em relação aos que descem a Rio Branco entre os ônibus ou o calçadão, ziguezagueando entre pedestres sujeitos a ferimentos, sempre sob o olhar complacente de policiais e fiscais.
Pouso único
Está para se confirmar o que se supunha: pouco afeita a campanhas eleitorais que exigem participação presencial, a presidente Dilma deve se limitar a uma viagem às capitais onde o PT precisar dela. No caso de Belo Horizonte, ela se apoiaria em dois argumentos: é a cidade onde viveu, e, estando na capital, está em todo o estado. Mas, se quiser, o PT dispõe de dados para ampliar o roteiro presidencial.
Jogos do governo
A disposição com que o governo parte pra cima do jogo do bicho, promovendo-o de contravenção ao status de crime, ao mesmo tempo em que desestimula os projetos que tratam da exploração de cassinos, só teria sentido, só poderia ser levada a sério se o próprio governo deixasse de ser o grande promotor da jogatina oficial das lotos, quinas e megas, que são jogos de azar. Em relação ao jogo do bicho, o jornalista Ariosto da Silveira chega à conclusão de que o que move governo é o ciúme; ou inveja, porque não consegue ser tão organizado e cumpridor de seus compromissos como o jogo do bicho. Receber o que se ganha na milhar da vaca é muito mais fácil que resgatar o precatório.
Identificação
Nunca ficou suficientemente explicada a preocupação da Justiça Eleitoral em tornar mais fácil a identificação do candidato a vereador preferido pelo eleitor. Toleram-se os apelidos, em geral de um mau gosto olímpico, mas muito antes, em nome da fácil identificação, o candidato já podia ser votado pelo número. Com apelido e número, afinal de que vale o verdadeiro nome do sujeito?
Sugismundo
Que entidade ou grupo estaria disposto a instituir o troféu Sugismundo JF, para “premiar”o candidato que passará pela campanha como responsável pelo maior volume de sujeira nas ruas, praças e muros? Ainda há tempo, e certamente não faltarão concorrentes. Ideia semelhante foi lançada em 2008, mas ninguém se habilitou a assumi-la.
Culpa midiática
Cassado, com margem de votos que não deixou dúvidas, os ex-senador Demóstenes Torres saiu pisando pesado, esbravejando, sem confessar seu envolvimento com a quadrilha de Cachoeira, mas atirando todas as culpas na imprensa. Também nela estaria a culpa pelo escândalo do mensalão, que, segundo o faro de Lula, não existiu. A CUT ameaça ir às ruas para defender os envolvidos na compra de votos, porque acusa o STF de ouvir os jornais e julgar segundo eles. Tudo servindo para explicar o esforço dessa gente em criar legislação regulatória sobre a liberdade de imprensa.
(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Museu federalizado?

Numa semana em que o Museu Mariano Procópio se tornou assunto nacional, por causa das precárias condições em que se encontra, volta a se falar na sua federalização; como se o governo central fosse referência e mecenato de cuidados com o patrimônio histórico. A jornalista Hildegard Angel informava ontem, no Rio, que “a polêmica chegou à varanda do Country Club do Rio, onde Verinha Bocayuva, filha de Baby Bocayuva Cunha, político saudoso, bastava encontrar um mineiro influente, que logo perguntava, provocadora: "E aí, Minas vai deixar o Museu Mariano Procópio virar federal?". Assim ela fez com, entre outros sócios, o senador Francisco Dornelles e Breno Neves, primos do Aécio. Eu também tive o meu jeitinho de perguntar, mas foi via email à secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais, Eliane Parreiras.” Ainda segundo a jornalista, “o governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, mantém um diálogo permanente com o Município de Juiz de Fora, para construir a melhor solução para a reabertura do museu. No final do mês de julho, já está agendada uma reunião entre a secretária de Cultura de Minas Gerais, o presidente do Ibram, José Nascimento Jr, e a prefeitura, para discutirem juntos – União, Estado e Município - essa questão”.
Jogo capital
As eleições municipais são importantes para os projetos políticos no âmbito nacional, mesmo que os líderes de Brasília façam questão de minimizar as repercussões da contenda local no grande jogo do poder central. Para tanto, citem-se os episódios de duas capitais: Belo Horizonte e São Paulo. Nessas duas referências temos o enfrentamento de PT e PSDB. É bom prestar a atenção nos dois casos, pois, se ocorrer a vitória do PT nas capitais, vai se sinalizar bastante a continuidade do partido no poder central. Em caso de vitória do PSDB nas metrópoles, os tucanos poderão estar abrindo caminho para se saírem bem na eleição presidencial.
Em excesso
Redatores do jornal conversavam ontem, pelo telefone, com Romildo Aguiar Filho, paulista especialista em tecnologia no processo eleitoral, sobre nota da coluna que fez previsão de que 80% dos eleitores já estarão votando pela biometria em 2014. Otimismo em excesso. Para ele, trata-se de uma expectativa que dificilmente poderia se confirmar, porque a adoção do sistema vai exigir complexas atividades, que não poderão ser cumpridas em poucos meses.
Percentual
Pesquisadas as eleições de vereador nos últimos 16 anos, constata-se que as impugnações oferecidas pelos juízes sempre ficaram em torno de 3%, e em alguns casos reformadas pela via de recursos. Neste ano, com prazo até domingo para a Justiça encontrar defeitos tais em candidatos, de forma que não possam disputar, o percentual atual não deve ser muito diferente do histórico.
Estratégica
Quem diz é o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores em Minas, Durval Ângelo. Na disputa pelas prefeituras, há eleitorados estratégicos, e um deles é Juiz de Fora, juntamente com Uberlândia e Uberaba, que estariam figurando na expectativa de 350 vitórias. Um petista pragmático, que já ouviu isso, diz que mais importante que incensar o partido em Juiz de Fora é prestigiá-lo com recursos para enfrentar a guerra que se avizinha.
Haja voto!
Até sábado à noite, o Tribunal Regional Eleitoral poderá divulgar os números definitivos dos candidatos em Minas. Se não houver alteração em relação ao placar de ontem, serão 56.277 disputando a vereança e 1.944 concorrendo às 853 prefeituras.
Sem perigo
O deputado Bruno Siqueira, que dedica a semana à Assembleia e os sábados e domingos à campanha como candidato a prefeito, conseguiu ver aprovado projeto de sua autoria que proíbe a produção, venda e utilização de serpentinas metálicas, como forma de evitar acidente com essa material, quando em contato com rede elétrica. A iniciativa do deputado, que agora sobe à sanção do governador, resultou do trauma causado pelo acidente de fevereiro do ano passado, em Bandeira do Sul, que produziu 15 vítimas.
(( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 10 de julho de 2012

A volta do voto nulo

Nem bem começou a campanha eleitoral e os muros já aparecem pichados pelos adeptos do voto nulo, convocando o eleitor a conferir ampla e total inutilidade ao primeiro direito de sua cidadania, que é escolher a quem confiar os destinos da comunidade em que vive. Para essa campanha da nulidade argumenta-se que ninguém presta, o que expõe certa presunção das pessoas e entidades que se dedicam a esse movimento, porque quando alguém diz que ninguém serve é porque se julga tão sábio e tão probo, que todos os demais são imprestáveis. Essa pretendida superioridade não pode ser aferida ou testada, porque a campanha do voto nulo nunca vem com assinatura. Sempre foi filha dileta do anonimato. Não há novidade nessa observação. Velho também é dizer que o voto anulado é sempre o prêmio indireto que se dá ao candidato ruim. Não é preciso muito esforço para compreender. Quem chega à urna com a disposição de anular o voto, tão esclarecido a ponto de não ver méritos e competência em nenhum entre dezenas de candidatos, acaba deixando espaço para o eleitor despreparado, que certamente votará em candidato ruim. O mal eleitor, aquele que vota por interesses imediatos ou vota em quem tem apelido engraçado, esse faz logo sua opção; e, como opta pelo ruim, é agradecido ao tal “conscientizado” que preferiu anular e se omitir. O ausente talvez agisse diferentemente se lesse a Dominga do Padre Vieira, para que, a omissão é o pecado que se faz, não fazendo. Fica claro, então, que o voto nulo é o voto que se dá indiretamente ao pior. Essa campanha que volta a frequentar as paredes nas madrugadas, e que em rigor devia estar no paredão, é muito perigosa. Seus adeptos, ainda que propugnando por ninguém e pelo nada, têm o poder de influir ou não influir no resultado final de um pleito. Não é preciso ir muito longe: em 2008, quando se disputou o segundo turno em Juiz de Fora, a diferença que favoreceu a Custódio Mattos na disputa do segundo turno com Margarida Salomão foi de 10.418 votos. Pois naquela mesma eleição os votos nulos foram 15.404, bem superiores, portanto, à diferença que definiu o destino da prefeitura para os quatro anos seguintes.
Museu em foco
O jornal” O Globo” vem assumindo as dores de Juiz de Fora e de Minas pelas precárias condições a que está condenado o Museu Mariano Procípio. Depois de página inteira no domingo, o editorial de ontem foi um grave chamamento de autoridades e entidades à responsabilidade, ao afirmar que ”vistas pelo estrito aspecto físico, as infiltrações e rachaduras que tomam conta da construção de estilo renascentista do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG), representam uma permanente — e grave — ameaça à preservação do acervo da instituição, em torno de 50 mil objetos de arte. Entre as peças ali guardadas, que o tornam um dos maiores museus imperiais do país, estão ícones de episódios que o Império legou à História brasileira, como os trajes da coroação, da maioridade e do casamento de D. Pedro II, roupas da princesa Isabel e esculturas de artistas como Rodolfo Bernardelli, Marius Jean Mercié e outros”. O editorial vai além, ao lembrar que “ o abandono do Mariano Procópio tem significado mais amplo do que a degradação física da instituição. Infiltrações, rachaduras e riscos para obras de arte, retrato comum a outros museus, são símbolos do pouco apreço que se dedica à preservação da memória iconográfica nacional. As goteiras que pingam em Juiz de Fora também inundam de negligência a política de conservação da História e da arqueologia brasileiras”.
Faltou pouco
Faltaram apenas 308 eleitores inscritos para que Governador Valadares pudesse decidir a eleição do seu prefeito em segundo turno, que é critério adotado para todos os municípios que chegam a um colégio de 200 mil eleitores. Da segunda votação, no último domingo de outubro, só escapam os municípios que elegem prefeito na primeira rodada. Quanto a Governador Valadares, é certo que esta é a última vez em que seu eleitorado fica reduzido a um único turno.
Os apelidos
Os apelidos, colocados à frente do nome dos candidatos a vereador, são permitidos pela legislação eleitoral para facilitar ao eleitor a identificação de sua preferência. Nem todos concordam, porque a competência do cidadão para legislar em nome da sociedade não haverá de ser identificada pelo apelido ou pelo hipocorístico. Ocorre que com a benevolência da Justiça e a tolerância dos partidos muitos candidatos abusam do direito de lançar mão do mau gosto, como se lê na página 3 do TER NOTÍCIAS.
Pelo dedo
Nos quatro meses que se seguirem à eleição de outubro estudos que são realizados pelo Tribunal Superior Eleitoral deverão apontam a possibilidade de a eleição de 2014 ser contemplada com o progresso da biometria. Pelo menos 80% dos 5.560 municípios brasileiros estariam aptos a aplicar a inovação, o que serviria para colocar o Brasil nessa outra vanguarda das evoluções no sistema eleitoral. Os especialistas aplaudem, afirmando que o voto pelo dedo é a morte definitiva da fraude. (( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rápidas mudanças

Os fatos políticos têm a capacidade de alterar profundamente o roteiro do processo eleitoral, por mais que ele já se apresente como definido e inalterável. Há dez dias, não havia quem suspeitasse de qualquer risco para a eleição do prefeito Márcio Lacerda, em Belo Horizonte. Com o rompimento provocado pelo PT, criou-se a alternativa de Patrus Ananais, e já não se pode mais dizer que as favas estão contadas. O episódio político-eleitoral de Belo Horizonte, com o rompimento da aliança PSB-PT, permite outras análises. Mas, como em política se aprende que o válido é a versão do fato, em detrimento do fato em si, uma delas faz lembrar que os partidos envolvidos numa aliança inusitada em 2008, PT - PSDB elegeram Márcio Lacerda (PSB) prefeito. Agora ambos quiseram abortar aquela aliança, embora nenhum dos dois admita essa "culpa". Por quê? Simplesmente concluíram os partidos rivais em âmbito nacional, que não havia mais motivos para estarem aliados na capital mineira. O futuro próximo promete a eleição presidencial, e com a certeza de que Aécio Neves será o candidato tucano. A guerra (ou a inexistência de motivos para a paz) começa por Minas. .
Fôlego
Candidatos a prefeito costumam adiar, tanto quanto possível, o efetivo início da campanha eleitoral, por um dos dois motivos: ou porque são escassos os recursos, e é preciso economizá-los, ou porque os recursos são fartos, e por isso mesmo devem ser concentrados na fase final, causando maior impacto.
Os veteranos
Contam-se em poucos dedos os políticos veteranos que ainda estariam dispostos a enfrentar uma campanha eleitoral na cidade e dela participar ativamente. Com a morte recente de Wandenkolk Moreira e Itamar Franco, desapareceram os últimos militantes dos anos 50 do século passado, restando Clodesmidt Riani e Tarcísio Delgado. Da década de 70 foram-se Mello Reis, Agostinho Pestana e Fernando Rainho, ficando Sílvio Abreu, que não quer mais participar.
Liberalidade
Não têm sido poucas as críticas em relação ao aumento do número de vereadores às câmaras municipais de Minas. De uma eleição para outra – 2008 a 2012 – eles ganharam mais 569 vagas. A queixa que geralmente se ouve é que a vereança não tem a utilidade que aparenta, enquanto importante é observar que o problema não esta no número deles, mas na discutível qualidade de muitos que são eleitos. Ou a culpa é da Emenda Constitucional 53, de 2009, que concedeu aos municípios a prerrogativa de fixar o número de seus vereadores, segundo o crescimento da população. Os mineiros terão, a partir de janeiro, 8.840 vereadores, dos quais 2,5% concentrados nos sete maiores colégios eleitorais: Belo Horizonte, Uberlândia, Contagem, Betim, Juiz de Fora, Montes Claros e Uberaba.
Questão essencial
A Câmara deve voltar a debater, proximamente, o projeto de novo cemitério, desta vez propondo a verticalização, talvez até o crematório, no que seguiria a tendência universal de destinar aos mortos nada mais que o terreno suficiente. Sendo em linha moderna ou a tradicional os espaços de enterramento, o que os vereadores precisam considerar como primeira entre as preocupações é a exigência do cumprimento das normas sanitárias, de forma que a população vizinha não sofra consequências de uma proximidade que, quando descuidada, pode acarretar vários problemas. O fato de se tratar de iniciativa privada não significa que o poder público deva negligenciar nos critérios para o licenciamento.
Choque doméstico
Já surgiram os primeiros casos de choque entre candidatos de um mesmo partido, quando disputam os votos de determinado reduto. O problema não é novidade, só que desta vez está começando mais cedo. Unidos apenas na necessidade de terem legendas partidárias para ganhar a vaga, eles se tornam adversários quando garimpam votos e espaços comuns. Há notícias de que no fim de semana a concorrência andou agitando e “estranhando” candidatos em Vitorino Braga e Santa Cruz. Semanas antes da convenção, o PPS chamava a atenção dos então pré-candidatos para a luta interna, problema que pretendia evitar.
((publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

domingo, 8 de julho de 2012

A Constitucionalista

Há 80 anos eclodia em São Paulo um movimento armado contra o governo discricionário de Getúlio Vargas e exigindo uma nova Constituição, o que só viria a ocorrer dois anos depois. Ficou conhecido como Revolução Constitucionalista de 32. Em 87 dias de luta morreram 934 homens. Foi o último movimento armado e sangrento que ocorreu no País. Minas liderou a resistência aos revoltos de São Paulo, mas a participação de Juiz de Fora foi modesta: apenas um batalhão do 10º Regimento de Infantaria, comandado pelo major Ricardo Moreira. Detalhe é que a morte de juiz-foranos não ocorreu nos confronto, mas em novembro, quando explodiu em Três Rios um carregamento de armas e munições que retornava à Quarta Região Militar. Doze mortos.
O primeiro
Candidato a vereador pelo PPS, Márcio Deotti foi o primeiro a entrar com campanha pela internet. Ao primeiro minuto da madrugada do dia 6 ele entrou se apresentando e falando sobre seus objetivos.
Os opostos
A primeira semana depois das convenções foi encerrada com a convicção dos políticos de que os desdobramentos da campanha em Belo Horizonte, colocando em lados opostos PT e PSDB, em clima de tensão, antecipam a luta pela presidência da República em 2014. Mas o senador Aécio Neves, diretamente interessado, acha que tal interpretação é uma cilada, e não pretende cair nela.
Histórico
O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, candidato à reeleição, entra para a história como beneficiário da mais ampla coligação já construída em Minas: são 20 partidos que se associaram ao seu projeto eleitoral.
Mais vereadores
Uberlândia, Montes Claros e Betim são os únicos entre os maiores municípios mineiros que terão ampliado, a partir de janeiro, o número de seus vereadores. Montes Claros foi o recordista, aumentando suas cadeias de 15 para 23. Com mais 569 vagas abertas, a vereança em Minas passa a ser de 8.440 titulares.
Impugnações
O Tribunal Regional Eleitoral não vê dificuldades para que até o próximo domingo sejam conhecidas as decisões dos juízes sobre impugnações de candidatos a cargos eletivos apresentados nas convenções. O prazo parece suficiente, até porque há muito que são conhecidos os casos em que fica impedido o registro das candidaturas.
Pontualmente
O fato de a votação, em 7 de outubro, ser das mais complexas não vai alterar os planos do Tribunal Superior Eleitoral de ter concluída e proclamada a apuração até 20h. Mesmo em Minas, que tem o maior número de municípios – 853 – três horas serão suficientes para a computação de todos os votos dados a candidatos a prefeito e vereador. Certamente será um pouco mais demorada a indicação dos vereadores eleitos que vão compor as câmaras municipais, porque nesse caso é preciso estabelecer a proporcionalidade e as sobras de legendas.
Visita
Tendo à frente o titular da provedoria, Renato Loures, a Santa Casa recebe hoje, às 10h, a visita do prefeito Custódio Mattos, que vai conhecer as obras de ampliação e o novo Ambulatório de Especialidades que atende pacientes do SUS.
((publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Situações embaraçosas

Foi por causa da desatenção ou insensibilidade de assessores políticos que a presidente Dilma se viu em situação delicada diante do quadro sucessório em Belo Horizonte. Deram-lhe garantias de que a aliança com o PSB estava consolidada, sem arestas, tanto na eleição majoritária como na proporcional; e acaba que o PT se retirou da aliança, indicando candidato próprio. Há poucos dias ela havia sido instada a tecer os maiores elogios ao prefeito Márcio Lacerda, ”um dos melhores do Brasil”. E agora, quando o PT tem candidato próprio para competir com o adversário que ela exaltou? Como consertar? Muito irritada, a presidente se coloca diante de uma encruzilhada que está exigindo solução imediata, embora o tropeço que se viu em Belo Horizonte esteja longe de ser o pior. Parece que o quadro em Recife está exigindo intervenções ainda mais sérias. No Pernambuco, o clima se agravou por causa de uma atitude corajosa, portanto rara, com que o deputado Maurício Rands surpreendeu e agitou Brasília. Dizendo que esgotou a paciência de esperar que o PT renovasse alguma coisa, ele devolveu o mandato ao partido, desfiliou-se e deixou um cargo de secretaria que ocupava por indicação da direção petista.
Traição na capital
O deputado Marcus Pestana policia todos os passos do Partido dos Trabalhadores, o que o leva a se tornar um crítico permanente dos adversários petistas. Ainda agora, comentando a decisão do PT de abandonar a aliança para a reeleição de Márcio Lacerda em Belo Horizonte, ele disparou: "Atenção senhores e senhoras analistas, articulistas e curiosos: quem rompeu e traiu em BH foi o PT, que tem 900 cargos de confiança na Prefeitura."
Plantão permanente
Recebidas ontem as atas das convenções partidárias que indicaram os candidatos, nem por isso os cartórios eleitorais ficam livres de uma série de atribuições relativas à preparação do processo de votação. Há também os imprevistos, e para isso começam agora a trabalhar em regime de plantão aos sábados e domingos. Em relação à Justiça Eleitoral, o interesse dos políticos vai se concentrar nos casos de impugnação.
Fora legendas
Nota da coluna antecipou, há dias, que no caso de um candidato a vereador ser impugnado depois de eleito, os votos que lhe forem dados não se contam como legendas para eleger os imediatamente mais votados depois dele na coligação. Ontem, duas consultas nesse sentido foram feitas aos Tribunais do Rio Grande do Sul e Alagoas, que confirmaram o entendimento.
Possibilidades concretas
Nas convenções, tempo de discursos exaltados e otimistas, vários pequenos partidos elaboraram previsões de eleição de dois vereadores cada qual, o que não vai ser fácil de se concretizar. Porque, segundo releva a experiência, para a conquista de duas cadeiras é preciso que dois candidatos tenham votação expressiva e bem próxima uma da outra, e um terceiro, bem votado, mas não tanto, ajude a impulsionar os dois primeiros. Para contestar essa observação, cita-se que em quase todos os partidos está aparecendo gente nova, capaz de motivar o eleitorado. Há uma tendência em se admitir que os partidos que têm candidatos reais à prefeitura “puxam” os vereadores. É uma verdade que, se se repetir, manterá na Câmara as bancadas majoritárias do PSDB, PMDB e PT.
Campanha dupla
O deputado Lafayette Andrada, apesar de ter um dos pés parcialmente imobilizado, por causa de uma torção, estava na cidade para participar da convenção do PSDB que aprovou a indicação da candidatura de Custódio Mattos a um segundo mandato, e confirmou disposição de se dedicar a duas campanhas: a de Custódio em Juiz de Fora, e de Toninho Andrada, seu irmão, que disputará a prefeitura de Barbacena. Lafayette lidera o PSDB na Assembleia e todo o bloco parlamentar que dá apoio ao governo Anastasia, o que pode ser importante para a articulação regional. Compõem esse bloco nada menos de 13 partidos. (( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Duas referências

Desdobramento inesperado na crise da aliança em torno de Márcio Lacerda foi o surgimento de candidatura própria no PT, antes participando do projeto de reeleição do prefeito da capital; e não é uma candidatura apenas de fachada, porque Patrus Ananias tem muito prestígio, muito voto e não vai brincar. O comando petista em Minas agora tem de cuidar de duas principais referências eleitorais. Antes era só Juiz de Fora.
Velha conversa
A presidente Dilma teria recomendado aos assessores políticos divulgar que não pretende participar da campanha eleitoral. Os ministros, querendo, podem ajudar os candidatos de sua preferência, desde que fora do horário de trabalho. Mas qual é o horário de trabalho de um ministro? Todo presidente, quando vai chegando a hora, diz a mesma coisa. Só que tudo pode ficar diferente.
Hipóteses
A se confirmar a não participação da presidente Dilma nas campanhas eleitorais nos municípios, surge então um fato novo no cenário político. A frase atribuída a ela de que 'eleição é problema dos partidos', demonstra postura nova de um ocupante do Palácio do Planalto. Pode-se especular que Dilma não se preocupa com o futuro político, ou seja, com a próxima eleição presidencial. Por quê? Hipótese 1 - ela não ser candidata à reeleição, deixando para Lula ocupar esse espaço político das eleições municipais; Hipótese 2 - ela será candidata à reeleição, mas acha desnecessária a participação nas disputas municipais, preservando sua bem avaliada administração.
Otimismo
Nas altas rodas tucanas o senador Aécio Neves vem se revelando dono de um otimismo ilimitado: “A minha convicção é que, a partir das alianças que foram feitas, o PSDB, somado aos partidos aliados, tem condições de vencer entre 85% e 90% de todas as prefeituras de Minas. Isso nos dá uma posição de muita força. Na verdade, é uma demonstração da confiança que a população mineira vem tendo em nosso projeto de governo”, afirmou. O PSDB é hoje o maior partido do estado, com a principal bancada, o maior número de prefeitos, de vice-prefeitos, o governador e um dos três senadores.
Passo seguinte
Ainda nesta quinzena a prefeitura dá como oficialmente concluídas as obras de reforma da Avenida Rio Branco. Da primeira grande reforma até hoje passaram-se quase trinta anos. Quando virá a próxima? Ninguém pode prever, a não ser que, com o crescimento da população e dos veículos circulantes, não será mais possível esperar três décadas. Hoje já se indaga: o que fazer com os passeios da Avenida, principalmente no trecho que vai do Largo Riachuelo à Rua do Sampaio? Os pedestres estão se acotovelando, atropelam-se e acabam sendo expulsos para o asfalto.
Desobediência
O Tribunal Regional Eleitoral adverte e ameaça com multas, mas desde já é sabido qual a proibição que vai ser mais desrespeitada na campanha que se aproxima: é vedado aos partidos e candidatos utilizar aparelhos de propagação de som a menos de 200 metros de hospitais, escolas e repartições públicas. O que significa: alto-falante só em bairros distantes e ruas desertas, porque no Centro, onde quer que se ligue haverá um impedimento. Só que a burla sempre aconteceu, por mais que os adversários contrários denunciem.
Lançamento
Ontem à noite, candidatos da aliança PT-PSB estavam conhecendo as peças de marketing da campanha que será comandada pela candidatura de Margarida Salomão à prefeitura. A campanha tem data para o lançamento: dia 21, na quadra da Escola de Samba Real Grandeza. A expectativa é que durante todo aquele sábado os candidatos sejam visitados por dirigentes estaduais e federais dos dois partidos. (( publicado na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 3 de julho de 2012

Raia própria

Faz um ano que, em conversa com jornalistas e políticos, o vereador José Figueirôa asseverou que não se poderia admitir o PMDB sem candidato a prefeito em 2012, porque, além de sua história, pesa o interesse dos candidatos a vereador, que precisam de alguém disputando na majoritária. Trata-se de uma observação que acabou prevalecendo.
Presentes
Até ontem à noite, faltando 48 horas para o registro das atas das convenções partidárias, não se conhecia qualquer mudança significativa em relação às decisões tomadas no domingo. Quem foi aprovado está confirmado. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral, as atas podem ser apresentadas até 19h de amanhã.
Prioridade
O PT tinha projeto de avaliar logo o quadro que se formou com seus candidatos no interior do estado, a começar por Juiz de Fora, mas teve de adiá-lo, por causa da crise que surgiu em Belo Horizonte em relação ao vice na chapa de Márcio Lacerda. O agravamento da situação levou o partido, em poucas horas, a desistir da aliança com o PSB de Lacerda e enfrentar disputa interna para a construção de uma alternativa.
Desolação
O ex-prefeito Tarcísio Delgado lamenta, em seu blog, constatar que os partidos vivem sem conteúdo programático. E assegura: “Na verdade, nem há mais partidos políticos com os objetivos que lhes eram impostos (…). São dezenas de partidos que nada representam, a não ser os interesses individuais de seus donos, que os usam para conquistar alguns empregos para os seus. As coligações eleitorais são as mais esdrúxulas”. E sobre um caso recente: “O inconcebível encontro de Lula com Maluf é só a expressão do acontecido entre duas figuras nacionalmente conhecidas, de fatos corriqueiros pelo País afora. É lamentável. Se tudo vale para alcançar o voto, a democracia deixa de ser o governo do povo, para o povo e pelo povo. Está definitivamente corrompida”.
Influentes
Faz parte das observações de lideranças da região: os deputados federais, para não fugir à tradição, têm enorme influência na eleição dos prefeitos; e essa influência é maior, quando o município figura entre os menores. Neste ano, contam-se entre os mais influentes Lael Varela, Marcus Pestana e Rodrigo de Castro.
Votação válida
Em disputas anteriores no município, os partidos não conseguiram sensibilizar em torno de 30% dos eleitores, contados entre eles os que anularam o voto, preferiram o branco ou optaram pelo quadro do abstencionismo. Para um colégio que congrega mais de 385 mil eleitores, a situação devia ser objeto de maior preocupação dos partidos, que, antes de proclamar a excelência de seus candidatos, deviam cuidar de sensibilizar a população para a importância do voto.
Água e critério
Discutiu-se na Câmara, em meados do ano passado, um projeto do vereador José Laerte que propunha as bases de um plano de consumo racional e reuso da água em Juiz de Fora, questão que, a despeito de sua importância, não conseguiu atrair a atenção dos políticos, muito menos dos consumidores. A água, exatamente por causa de sua importância vital e fundamental, só preocupa quando falta. E aqui ela nunca falta. O que houve com essa proposta?, que tratava do estímulo fiscal aos domicílios que adotassem a reutilização da água, como, por exemplo, pela via a tecnologia de membrana filtrante, além de recomendar estudo da capacidade dos lençóis do subsolo e o aproveitamento da água das chuvas. Não era e não é matéria para oferecer resultados imediatos, talvez nem mesmo para uma geração que desconhece a dor do racionamento da água. E, como é coisa para o futuro, talvez ideal é que o projeto tenha uma comissão técnico-comunitária permanente, para não deixar o assunto morrer.
(( publicado na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))
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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Escolhendo o inimigo

É pouco provável que no primeiro turno eleitoral os candidatos a prefeito Bruno Siqueira e Custódio Mattos troquem farpas além do suficiente para mostrar à população que estão em campos opostos, pensam diferentemente sobre os problemas da cidade, e buscam a mesma vitória. Nesta primeira fase da disputa ambos devem perseguir um objetivo comum: disputar o segundo turno com a candidata do PT, Margarida Salomão. Por que? Porque ambos pensam que com ela o quadro político ganhará um forte conteúdo de radicalização, e se aproveitar disso. Eis o porquê. Se só um dos dois passará pelo crivo da primeira votação, aquele que não lograr a mesma sorte apoiará o outro. Portanto, não seria prudente que nesta fase inicial um fale tão mal do outro, que não possa falar bem nas horas seguintes ao 7 de outubro. Mas, resta um dado sutil. Por causa dessa preocupação, os candidatos do PSDB e do PMDB também terão de dosar os ataques ao PT e bater sob medida, de forma que não inviabilizem a subida da adversária comum ao segundo turno. Há mais uma razão para que Bruno e Custódio não desejem o enfrentamento no dia 28 de outubro: se o PT estiver ausente no segundo turno é certo que ficará muito reduzido o empenho das forças políticas do governo do estado em influir no resultado eleitoral de Juiz de Fora. Não se pode garantir que tais cuidados sejam parte do raciocínio de Custódio e Bruno, mas se for o caso poderemos ter um primeiro turno mais gentil e menos ácido.
Sem morder
O ex-presidente Fernando Henrique, nas entrevistas e palestras, continua exercendo a arte de combinar sua condição de sociólogo à política. Ele não gostou de uma recente declaração de Lula de que iria “morder as canelas” de seus adversários. Saiu-se com humor corrosivo: “Eu não sei morder canela. Não acho que seja apropriado ao ser humano”.
“Voluntários”
No PV, o presidente Sidnei Scalioni teve de gastar muita saliva para demover alguns candidatos a vereador que resistiam à convocação do partido para apoiar a candidatura de Custódio a um segundo mandato. Cederam, mas entram na campanha como os”voluntários” da Gerra do Paraguai: com as mãos amarradas e o fuzil na nuca. Os verdes vão disputar a vereança em coligação com o PR.
Aliança reeditada
O prefeito Custódio Mattos, que vai tentar o segundo mandato, reeditou o leque de alianças com que em 2008 ganhou a prefeitura, batendo o PMDB e o PT. Comandada pelo PSDB, vai apoiá-lo uma aliança de 11 legendas, que, em sua soma, lhe garante 15 minutos de propaganda no horário gratuito. Em Minas, tratando-se de aliança eleitoral, ele só perdeu para Márcio Lacerda, em BH, que ficou com 13.
Feriados
Continua sendo necessidade o governo estadual elaborar e divulgar lista dos feriados municipais de Minas, de forma que as pessoas não percam as viagens para fins bancários, industrias e comerciais. Hoje é feriado em Montes Claros, Ubá e Três Pontas. Muitos já estão na estrada para perder o dia.
Bons nomes
Uma avaliação das listas de candidatos a vereador revela alguns novos nomes que, elegendo-se, podem contribuir para uma excelente legislatura. Nelas certamente não faltam aventureiros e indesejáveis, mas o eleitor não poderá se queixar da falta de nomes competentes para renovar a Câmara, deixando lá apenas os bons, que não são muitos.
Três obras
Numa entrevista em que o jornal ”O Tempo”, edição de ontem, exalta Juiz de Fora por ter dado a volta por cima, o prefeito Custódio Mattos informou que sua administração está realizando o que considera as três maiores obras da história da cidade: o hospital regional, o conjunto de realizações no setor viário e o tratamento de esgotos, que vai passar de 9% para 80% .
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NIOTÍCIAS ))

domingo, 1 de julho de 2012

Divergentes fazem a história

Vai ser preciso esperar um pouco mais para se avaliar como se situarão as forças políticas da cidade, depois das eleições de outubro e após a posse dos novos eleitos. As mudanças podem se operar de forma menos intensa ou provocar grandes mudanças. Depende de muita coisa, a começar pelos números das urnas de outubro, embora não sejam eles fator único das novidades que certamente virão. Porque a disputa pelo poder municipal nem sempre dependeu de votos, mas do prestígio pessoal dos chefes políticos. A história da política de Juiz de Fora é uma longa história de rupturas, que já vai começar com a disputa entre Henrique Halfeld e Mariano Procópio, ambos suplentes de vereador e separados também por diferentes concepções sobre a estrada que nos ligaria à corte. Décadas depois, outra grave cisão colocaria em posições diferentes João Penido e Francisco Bernardino. E assim caminhou a história. Sílvio Abreu rompendo com Hildebrando Bisaglia, Tarcísio e Agostinho Pestana com Itamar, os tucanos com o PMDB e tarcisistas com o PMDB. Qual será a próxima ruptura?
Os bons amigos
Agora, já conhecido o painel aliancista deixado pelas convenções do fim de semana, o PSDB terá como expor ao governador Antônio Anastasia e ao senador Aécio Naves os pontos em que os dois terão de atuar menos ou mais intensamente durante a campanha. De modo geral, os tucanos vão conseguir manter na eleição o mesmo leque partidário que dá sustentação política ao governo do estado.
Legenda ajuda
Já foi objeto de estranheza o fato de políticos e partidos não concederem aos votos de legenda a devida importância, mais uma vez ignorados nos meses que antecederam as convenções. Dado relevante para mostrar a influência da legenda proporcional é que na atual composição da Câmara, entre os 19 vereadores, nada menos de sete foram eleitos com as sobras das coligações de que participaram. Só formaram bancada sem sobras o PSDB, com Rodrigo Mattos e José Laerte; o PMN coligado com PSDC, que elegeu Isauro Calais, e o DEM, que elegeu Joaninho.
Frouxidão
A semana chega com alívio para candidatos que andavam na corda bamba por causa de velhas contas de campanha não aprovadas. Generoso, por 4 x 3 o Tribunal Superior Eleitoral decidiu dispensar a aprovação de contas apresentadas em eleições passadas como condição para o registro de novas candidaturas. Generoso com os candidatos suspeitos, o TSE foi cruel consigo mesmo, pois revogou sua decisão de 1º de março, que condicionava a emissão da certidão de quitação eleitoral à aprovação das contas de campanha.
Alguma coisa pode mudar
Os partidos cumpriram a exigência da lei eleitoral, promovendo, até o dia 30, as convenções para a indicação dos candidatos, prazo que não comportaria prorrogação, sejam quais fossem as alegações eventualmente apresentadas. Contudo, a Justiça Eleitoral estabelece que as secretarias desses partidos têm prazo até o dia 5 para encaminhar as atas das decisões dos convencionais. O que significa que, por conta do secretário e da executiva, alguma coisa ainda pode ser alterada. Não seria novidade, por exemplo, substituição de candidatos à vereança desistentes ou mudanças na formação de alianças, sobretudo por causa de dúvidas que ficaram. Um exemplo neste ano foi o PRB: nos minutos finais das convenções de sábado esperavam sua definição o PSDB e o PMDB. Em eleições anteriores foram frequentes as reformas de última hora nas atas finais, das quais os secretários começam a se ocupar nesta segunda-feira.
Discrepância
Quando se esgotarem as paixões eleitorais, é possível que as atenções se voltem para o anteprojeto do Código Penal, que chegou ao Senado na semana passada, depois de uma longa elaboração, da qual se encarregou gente competente. A partir de agora, não mais os juristas, mas os senadores passam a dever explicações à sociedade sobre alguns itens que parecem discrepantes. Por exemplo: propõe-se pena de até cinco anos de prisão ao candidato que usar a máquina pública para obter votos. E pena de quatro anos para quem submeter animais domésticos a maus-tratos. Portanto, deixar o gatinho sem sua ração é quase tão grave como corromper uma estrutura do poder público.
Itamar Franco
Este dois de julho marca o primeiro ano da morte de Itamar Franco, que passou à história política como a personalidade mais influente em meio século na cidade, antes de se projetar em Minas e no Brasil. Hoje, em sua memória, o arcebispo, dom Gil Antônio, celebra missa na Catedral, às 19h. Pesquisada a crônica política, a partir de 1958, a campanha eleitoral que está começando é a primeira sem a participação dele. Vencendo ou perdendo, Itamar influiu em todas.
Mulheres
O PPS marcou festa em sua sede, no dia 9, às 19h, para a instalação do PPS Mulher, ideia da ex-vereadora Rose França. O objetivo é dar ao partido, às candidatas em particular, um instrumento de divulgação das proposta que falam diretamente aos direitos da população feminina de Juiz de Fora. Para a inauguração, virá a presidente do PPS estadual, Luzia Ferreira.
Honorário
O reitor da Universidade Federal, Henrique Duque, estará recebendo, na noite desta segunda-feira, o título de Cidadão Honorário de Governador Valadares, onde a UFJF acaba de instalar um campus avançado. (( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))