segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Contradição
Na estrutura das coligações, e aí vai imensa contradição, o que se vê, em grande parte, são partidos desaparelhados de programas consistentes, confusos em suas propostas ideológicas e reduzidos a feudos, dominados por senhores sedentos de poderes negociados pelas cúpulas. Nos acertos políticos deste ano o fenômeno não esteve ausente. Dir-se-ia, na avaliação que se pretende correta, que a coligação se tornou um poderoso corporativismo, em cuja esteira apenas caminham projetos grupais ou pessoais; mas, de uma forma ou de outra, invariavelmente conflitantes com os interesses nacionais.
A discussão da reforma política nunca contemplou, objetivamente, a não ser em breves enunciados, a necessidade de novo conceito para esse tipo de associação de siglas com interesse eleitoral.
Pesquisas alinhadas
A DataTempo, que promove pesquisas nos principais colégios eleitorais de Minas, estendeu seu trabalho a Juiz de Fora. No domingo concluiu o levantamento de campo e deve divulgar seus números hoje ou amanhã.
Embora as pesquisas já realizadas tenham oferecido várias divergências, é importante levar em conta que, com ocorreu em anos passados, ao se aproximar o dia da eleição as agências e institutos que trabalham na aferição das preferências do eleitorado conseguem se ajustar, de tal forma que as discrepâncias desaparecem na reta final. Na véspera da votação os números estão perfeitamente ajustados. Não se conhece caso de grandes diferenças persistirem.
Erundina
A deputada Luíza Erundina,da bancada do PSB na Câmara, é esperada amanhã em Juiz de Fora, para fazer pronunciamento de apoio à candidatura de Margarida Salomão (PT) à prefeitura. Mas ontem à noite a agenda ainda dependia de confirmação. Ela viria acompanhada de seu colega de bancada Júlio Delgado.
Os petistas aguardavam, na quinta-feira passada, a visita de Lula, o que acabou não se confirmando. Nos últimos discursos, ele tem se mostrado ufanista em relação ao PT, do qual foi fundador e é sua principal expressão política. Este posicionamento pode ser uma defesa prévia frente ao que está por vir, após o julgamento do mensalão pelo STF.
Programa tucano
O PSDB deve anunciar, ainda hoje, o programa da visita, dia 29, do governador Anastasia e do presidente estadual do partido, deputado Marcus Pestana, para atuar na reta final da campanha de Custódio Mattos.
Telhado de vidro
Usar o tema mensalão em palanques da eleição municipal, como tem sido prometido para o segundo turno, pode não ser um bom tema para adversários do PT. Afinal, outros partidos padecem de vulnerabilidade. Telhado de vidro é que não falta nas experiências de poder no Brasil. A busca por apoio político no Congresso para garantir governabilidade, prorrogação de mandato e reeleição sujeitou muitos governantes a expedientes de persuasão pouco recomendáveis.
Homem do ano
Revistas de circulação nacional e as entidades mais poderosas, que promovem a eleição das personalidades de destaque social, político e empresarial, não terão como escapar. Desta vez, o Homem do Ano é o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal. Ele não apenas vem tornando possível a condenação dos agentes do mensalão, o grande escândalo político, como despertou nos brasileiros a esperança do fim da impunidade, principalmente quando o alvo são os poderosos.
Inimigos aliados
Nem sempre as conveniências políticas no interior podem respeitar a orientação do alto comando dos partidos, o que autoriza se associarem, ainda que apenas em época de eleição, as siglas que não se toleram no plano nacional, como PT e PSDB. Pois na atual campanha os dois estão unidos em vários municípios, sendo 30 deles em Minas. Na região, o caso mais próximo é Ubá, onde o candidato a prefeito é petista e o vice tucano.
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))
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