domingo, 23 de setembro de 2012

Bem comportados

Distante apenas 12 dias da votação, o eleitor vive a certeza de estar assistindo a uma das campanhas mais tranquilas de todos os tempos, com raros tumultos e brigas raríssimas. A impressão que se tem é que os candidatos chegaram à conclusão de que o clima de alta tensão não serve a ninguém. Pelo menos no primeiro turno. Já vão para o esquecimento antigas campanhas, meio século atrás, em que raro era o dia em que, à porta do Café Santa Helena, não trocava empurrões gente do PSD, da UDN e do velho PR.
Segunda via
Os eleitores que pretendem votar no dia 7 de outubro têm até a quinta-feira próxima para obter a segunda via do título. Mas terão de fazê-lo pessoalmente junto ao cartório da Justiça Eleitoral, sem o recurso da representação. O interessado apresenta documento de identidade e assina o requerimento da segunda via.
A tradição
Desde que o prefeito Saulo Moreira construiu o Calçadão da Rua Halfeld, na década de 70, o local passou a ser o ponto em que os candidatos a prefeito desfilam na penúltima semana de campanha. Acompanhados de correligionários entusiasmados, os que estão realmente na disputa cumprimentam, sorriem e abraçam. No sábado, Custódio, Margarida e Bruno confirmaram a tradição.
Pedágio
Discutível a boa intenção do deputado fluminense Filipe Pereira. Através de projeto que apresentou à Câmara, ele quer que em dia de eleição seja suspensa a cobrança de pedágio nas rodovias federais. Entende que seria uma forma de estimular o cidadão a praticar o voto, quando se sabe que o melhor estímulo quem o pratica é o próprio candidato que tem atitudes e ideias que o façam merecedor do voto; muito além dos R$ 8,00 do pedágio.
Ficha Limpa
O Movimento Tiradentes, que está completando cinco anos, responsável pelo projeto de iniciativa popular que levou à Lei da Ficha Limpa, será o tema da palestra que seu fundador, juiz Marco Aurélio, fará no dia 9, às 19h30m, no Instituto Cultural Santo Tomás de Aquino.
José Paulo
Recomenda-se a leitura da entrevista de José Paulo Netto ao site da Caros Amigos. O professor juiz-forano, que teve papel importante na projeção nacional do Serviço Social e das ideias marxistas, faz para o site importante reflexão sobre a trajetória das esquerdas no Brasil. Queixa-se em certo trecho: “... No quadro da esquerda, a unidade é sempre problemática, porque os enlaces se dão mais na prospecção do futuro do que na defesa de interesses materiais imediatos; é problemática, mas possível, como resultado de longos processos de debates, do conhecimento da experiência histórica, de combates prévios travados em comum e, sobretudo, do próprio nível de consciência das massas trabalhadoras, conquistado em suas experiências diretas. Frente a um inimigo comum – como era o caso da ditadura instaurada em 1964 e cujo caráter de classe se explicitou, sem deixar margem a dúvidas, em 1968, com o AI-5 – seria esperável a constituição de uma unidade entre as forças de esquerda. Sabemos que isto não ocorreu. Muitas foram as causas da dispersão de esforços e de combates. Penso que parte delas estava inscrita na análise que as diferentes forças fizeram (ou deixaram de fazer) da natureza do regime instaurado em 1964 e, ainda, das causas que permitiram a vitória das forças de direita”.
Sem quórum
Faltam poucos dias para a política mineira saber em que municípios a eleição do prefeito será definida no segundo turno. Com isso, a Assembleia Legislativa certamente terá de transferir para novembro a discussão e votação de projetos pendentes, porque todos os deputados (não apenas os que hoje disputam) estarão diretamente empenhados nos resultados. O que faz prever que raros serão os dias em que eles poderão estar em Belo Horizonte. A Assembleia vai tentar reduzir os efeitos do problema reeditando esforço concentrado para a votação de matérias inadiáveis.
Veterano
O ex-deputado Amílcar Padovani, que durante 27 anos esteve na Assembleia Legislativa, é o veterano entre os políticos que já tiveram mandato e que estão trabalhando na atual campanha. Padovani se empenha na eleição do advogado Francisco Ladeira para a Câmara Municipal.
Voto católico
Ontem, após a celebração das missas, foi lida a carta que o arcebispo, dom Gil Antônio, está enviando à comunidade católica sobre as eleições que se aproximam e a responsabilidade de cada um frente ao voto. O primeiro apelo é no sentido de que não se vote em branco nem se anule o voto, que também não pode ser trocado por dinheiro e bens materiais. O candidato, adverte a carta, precisa ter posição clara diante da dignidade humana, desde a concepção até o fim da vida. Não pode admitir violências como o aborto e a eutanásia. O eleitor católico, diz ainda a carta de dom Gil, nunca deve ser tolerante com a corrupção. É aconselhável que procure conhecer, através da propaganda, os méritos do candidato, mas sem confiar apenas na propaganda. É preciso identificar nele “projetos sociais abrangentes”. (( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS))

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