segunda-feira, 31 de agosto de 2015




TEMPO DE GREVE


Os movimentos grevistas tomaram conta da vida nacional. Alastraram-se por setores diversos, mas preponderam no serviço público federal, sendo que nesse campo há casos em que as paralisações já passam de um mês. Interessante é que o governo se dispõe a conviver com o problema como se problema não existe, cabendo neste ponto uma explicação que pode ser aceita sem maior dificuldade de raciocínio. É que a greve, ainda que em setores essenciais, acaba prestando um serviço indireto ao orçamento da administração, pois o custeio para sua manutenção cai a níveis compensadores. Reduzem-se os custos com energia, horas extras, viagens, diárias, material de expediente e manutenção. Tome-se como exemplo o caso da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde, pelo que se sabe, estão suspensas ou prejudicadas as atividades de 53 cursos, curriculares ou não. Que bela economia. 

Outro ponto a considerar, para se entender a cordial convivência do governo com seus grevistas é que também ele está paralisado. Cruzaram-se todos os braços oficiais, no aguardo de uma saída para a grave crise que ele criou, e dela a presidente e os ministros ainda não sabem como sair.

Outro detalhe escapa à sensibilidade dos líderes das greves. Eles não se dão conta de que há um momento certo, estratégico, a hora fatal para interromper o protesto, por mais justificáveis que sejam suas causas e mesmo que pouco ou nada tenham obtido. Porque quando a paralisação alonga-se imprudentemente torna-se difícil manter a oxigenação desejável do protesto nas ruas. Os argumentos e artifícios vão ficando cada vez mais pobres.

Ainda mais – convenhamos - que a qualidade dos serviços prestados à população degradou-se de tal forma, que, quando suspenso o atendimento, ocorrem algumas dificuldades, mas o povo continua vivendo quando as repartições e gabinetes estão fechados.





INSACIÁVEIS


É comum o espanto de pessoas do povo quando se trata de avaliar o volume fabuloso do dinheiro roubado à Petrobras em  nome dos faturamentos criminosos, as gorjetas, o “por fora”, o tráfico de influência e a corrupção nas licitações. Se se rouba, crime que sempre existiu, por que agora se rouba desmedidamente? Por que desviar R$ 150 milhões? se uma décima parte disso já permitiria uma vida nababesca a um executivo.

O avassalador avanço dos assaltantes que vem sendo revelado pelo Lava-Jato também foi a perplexidade da homilia do redentorista Brás, 86 anos, ao celebrar missa tridentina domingo no Instituto Santo Tomás de Aquino.

Essa gente que roubou na Petrobras, lembrou, fez da empresa uma espécie de cisterna, de onde quanto mais se tira água mais se quer tirar.






quinta-feira, 27 de agosto de 2015



SENSO COMUM


Então chegaram as lideranças à claríssima conclusão que o impeachment da presidente Dilma é um ato cirúrgico de alto risco que, se não é do interesse dela,  muito menos dos setores políticos e produtivos que temem como decorrência do remédio um impasse de graves consequências. Nesse caso, parecem acordados tanto os partidos da base parlamentar como alguns setores influentes da oposição, cindida de tal forma, que não teria como adotar a unidade mesmo diante de graves decisões. É o dado consensual que aflora dos posicionamentos desta semana.

O que prevalece é que melhor para o quadro político nacional no momento é que a presidente saia por suas próprias pernas, premida pela total impossibilidade de governar. Mas não empurrada pela oposição. Isto posto, os desafetos do Planalto continuam proprietários do discurso da oposição, sem entregá-lo de presente ao PT.  Os contrários preferem ver o governo sangrar aos poucos, desoxigenado pelas greves e escapelado pelas exigências da base palaciana no Congresso, cujo apetite cresce na mesma proporção das crises. O projeto de longo prazo dos que repudiam o impeachment é ver o governo morrer aos poucos, numa longa agonia, para ser sepultado de vez na próxima eleição presidencial.  





CIÊNCIA E FÉ


A Legião da Boa Vontade acaba de promover, em S.Paulo, um encontro de religiosos e cientistas como parte do Fórum Mundial de Espírito e Ciência, tendo como um dos expositores o psiquiatra André Stroppa, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora. A religiosidade, pelos diversos aspectos de que se reveste na vida humana, tem importância para uma sociedade, como a atual, que vê entre seus problemas mais sérios a violência. As pessoas, disse ele, precisam considerar, por exemplo, a importância do acolhimento entre os fatores marcantes da espiritualidade.





AS ETNIAS


A Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage retomou a gravação de depoimentos que ajudam a compor a história social de Juiz de Fora. Na nova série, uma atenção especial para as etnias e sua contribuição no desenvolvimento da cidade. Na terça-feira, durante 90 minutos, o professor Roberto Dilly falou sobre famílias, hábitos, trabalhos, culinária e religiosidade dos alemães da Colônia de São Pedro. A memória germânica também é tema de um livro que ele está escrevendo.  




SALVOS DO SUFOCO


Em um novo esforço para conter crescentes dificuldades que vem enfrentando no Congresso. o governo acaba de acenar com R$ 500 milhões para honrar emendas parlamentares, muitas das quais longamente adormecidas nas gavetas dos ministérios. O primeiro critério para a liberação do dinheiro são as emendas que contemplam a área da saúde.

Quanto a Juiz de Fora, se somadas as que foram propostas pelos deputados, chegam a  R$ 700 mil. A deputada Margarida Salomão foi a mais generosa, destinando à cidade cerca de R$ 500 mil, mas logo contingenciados, caindo para R$ 250 mil.




segunda-feira, 24 de agosto de 2015




PREFEITURAS FECHADAS


Não todas, mas certamente muitas prefeituras da região cerram suas portas nesta segunda-feira para protestar contra o descaso do governo federal em transferir recursos financeiros que são devidos aos municípios. Em Juiz de Fora, decisão do prefeito Bruno é a paralisação apenas na sede, funcionando normalmente os demais órgãos. Em relação aos outros municípios, o protesto dos prefeitos gera a suspensão dos trabalhos de assistência à saúde na Acispes, que é mantida por eles em Juiz de Fora.

Em relação aos protestos contra o governo, um detalhe a considerar: a total ausência de duas grandes organizações da sociedade brasileira: a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a OAB. Em contrapartida, também surpreendendo, a Maçonaria, sempre discretíssima, está em campo amplamente mobilizada, criticando o governo e propondo projeto de lei de iniciativa popular para conter a corrupção.

O Palácio do Planalto ainda não disse, com clareza, como encara o protesto nas manifestações de rua. Não se sabe se vai continuar tolerando, em nome do direito da liberdade de manifestação, ou se criará algum plano de ações de resistência.



FOLCLORE


Ficou no esquecimento o Dia do Folclore, anualmente comemorado em 22 de agosto. O País se debate com tantos e tão graves problemas, que entidades culturais públicas e privadas preferiram deixar a data passar em branca nuvem.

Mas ficou algo: no bojo das celebrações do centenário de nascimento do professor Wilson de Lima Bastos foi proposta a reorganização do Centro de Estudos Sociológicos, que Lima Bastos criou exatamente para promover o estudo e a preservação da riqueza folclórica de Juiz de Fora e da região.



TÁTICA


Depois de anunciar a suspensão do pagamento antecipado de metade do 13º, o que gerou descontentamento entre os aposentados, o governo retificou a decisão, e promete que um pedaço da parcela virá em setembro. No Ajuste Fiscal, outro polo de protestos, a primeira proposta veio amarga e sinistra, mas logo depois foram consentidas emendas paliativas.


O governo vem agindo com a tática de anunciar o pior para depois ceder no menos ruim. Como um médico diante do paciente, quando pinta um quadro grave, para depois dizer que não é bem assim...



sexta-feira, 21 de agosto de 2015





PROTESTO MUNICIPAL



Sofrendo, como todos os prefeitos, pesados resíduos da crise financeira que se abate sobre o País, Bruno Siqueira vai dar, nesta sexta-feira, a palavra final sobre a suspensão das atividades da prefeitura na segunda-feira, como forma de protesto contra a não liberação dos recursos devidos aos municípios. Depois de alguns dias em férias, ele já retomou as atividades, e certamente aproveita o fim de semana para realizar consultas com outros prefeitos e avaliar o momento da crise; inclusive no domingo, quando estará comemorando o aniversário natalício.

Ainda na área política do prefeito, intensificam-se as especulações sobre qual o novo perfil que deve ganhar a aliança dos partidos que o apoiaram na eleição passada. E como o seu partido, PMDB, estará na base parlamentar do governo federal?

Disputando, se obtiver a reeleição, o prefeito já fica sabendo, com grande antecedência, que serão grandes os obstáculos em 2017. Os governos estadual e federal continuarão contingenciando as verbas. Os viadutos cada vez mais necessários e sem dinheiro. O hospital regional consumindo R$ 5 milhões por mês.

Na terça-feira, falando em Benfica, na reunião da Câmara Itinerante, o secretário de Governo, José Sóter Figueirôa, foi claro com as lideranças de bairros. Não há como esconder: as demandas são muitas e dinheiro não há.


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++ Um dos sindicalistas históricos de Juiz de Fora. Élzio Bruni, 92 anos, morreu de acidente rodoviário. Do grupo liderado por Clodesmidt Riani, ele teve grande influência no velho PTB.


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++ O superintendente da Funalfa, Toninho Dutra, tem boas notícias na área de preservação do patrimônio.

       1 – ficou o pronto e é de alto nível técnico o projeto de 
       restauração da Fazenda da Tapera, sede da antiga             alcaidemoria;
2 – o Exército realizou obras de sobrecobertura da sede do Ribeirão das Rosas, preservando o imóvel à espera de recursos para a restauração;

3 – estão disponíveis os primeiros materiais para a restauração da matriz de Sarandira. 





segunda-feira, 17 de agosto de 2015





SOBRE O 13º


Os aposentados foram surpreendidos, no fim de semana, com a notícia de que o governo não vai antecipar a primeira parcela do 13º, já que a Previdência está sem caixa para tanto e o Tesouro sem condições de socorrer. O que já era esperado, porque nesta altura dos acontecimentos vão se tornando raras as fontes de recursos para fechar o balanço da União.

Claro, a notícia foi recebida com desalento por milhões de brasileiros aposentados, que todo ano esperam essa antecipação dos 50% do benefício para honrar dívidas que ficam à espera de agosto. Mas fica uma dúvida ainda mais preocupante: se o governo não tem dinheiro para pagar agora metade do benefício, será que terá como pagá-lo integralmente em dezembro? Se o caixa periclita em setembro chegará são no final do ano?



EVIDÊNCIA 


Promovidas as manifestações populares de domingo,.os setores políticos mais influentes junto à presidente Dilma têm duas sugestões sobre como enfrentar o problema, agravado pelo clamor nacional do impeachment. Para uns o governo deve ignorar solenemente o que as ruas gritam, confiante em que dentro em pouco os brasileiros se sentirão entediados e não mais sairão de cada para se manifestar. Um segundo grupo, e deste participando o vice-presidente Michel Temer, considera temerário fazer ouvidos moucos. É preciso reagir e adotar medidas, mesmo sob o risco de as coisas acabarem se agravando. Mas pior é o nada fazer.



CENTENÁRIO


O Instituto Santo Tomás de Aquino e o Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio promoveram sessão conjunta para celebrar o centenário de nascimento de Wilson de Lima Bastos, que teve uma vida inteira dedicada ao saber, emprestando seus melhores anos a um cotidiano febril de pesquisas, histórias, culto do idioma, aprendendo e estudando no vasto campo das ciências humanas. Historiador, deve-se a ele uma parcela significativa do que hoje conhecemos do passado desta cidade, desde os primórdios dos que bateram as botas no Caminho Novo até a Borda do Campo; da vida dos pioneiros e suas roças; dos muitos desafios e das raras vitórias daqueles tempos pretéritos.

Em 1962, fundou e manteve o Centro de Estudos Sociológicos, onde se inspirou a política de preservação do folclore regional, e participou ativamente da Comissão Mineira do Folclore, da Academia de Letras, diretor da Faculdade de Educação, presidente da Associação Ítalo-Brasileira e um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico.







quarta-feira, 12 de agosto de 2015




SEM INDULGÊNCIA


A internet, para se falar apenas de um entre os recursos de comunicação de massa, vem sendo frequentada por lamúrias, arrependimentos e mea-culpas de veteranos petistas e lulistas, hoje frustrados com o acachapante fracasso de seus ídolos. Há os que vão mais longe e pedem perdão pelo voto que deram. Julgam-se em parte culpados pela crise que se abateu sobre o País; a crise de hoje que já conquistou lugar saliente na linha dos momentos mais dramáticos da história republicana.

Pode ser que andam exagerando esses penitentes, a começar por se saber que sabiam exatamente em quem estavam votando. Não foram traídos. Nenhum desses mal-reconduzidos ao poder foi capaz de escamotear sua personalidade, seus defeitos, deficiências e descompromissos com a sociedade brasileira. Fazem lembrar a confissão de François Furot, que escreveu ”Passado de uma ilusão”, depois de viver o sonho comunista durante 57 anos: “Sem indulgência, porque a desculpa das intenções não serve de remissão para a ignorância e a presunção”.

Não de hoje, mas de há muito, os petistas perderam o direito de se surpreenderem. Há alguns anos o hoje ministro Mercadante, em quem jamais se negou lealdade ao PT, dizia, sem subterfúgio aos petistas que já estavam em viagem para a terra das desilusões: “Por que o nosso discurso não é o mesmo dos tempos de oposição? Porque não podemos. A história nos coloca a necessidade de assumir a responsabilidade de governo”.

Como diria Millôr Fernandes, venha de onde vier, quem ganha é da direita. O poder é sempre da direita. De Gaulle, mais enfático, parece que afagava os petistas, sem os conhecer, quando pregou que a responsabilidade pelas promessas de campanha eleitoral é apenas de quem as ouve...

Subindo ao poder, o PT seria, como foi, exatamente igual, talvez pior, aos partidos e políticos que tanto criticou. E se subiu, traiu expectativas, fez exatamente tudo que amaldiçoava, em nada inovou. Os lulistas e dilmistas teriam se poupado da decepção se tivessem lido a velha e jamais negada lição das identidades genéticas entre oposição e situação. Teriam ido aos 1842 do Império e ler em Joaquim Nabuco que nada é tão parecido com os saquaremas (conservadores) como os luzias (liberais) quando estão mandando.

  




terça-feira, 11 de agosto de 2015





VELHA MALDIÇÃO


A presidente Dilma atravessa agosto, mês dos desgostos e dos maus presságios, procurando recursos cirúrgicos capazes de salvar o pouco prestígio que resta em seu governo, onde a fartura de enfermidades se agrava diante de um ministério que não sabe o que fazer em meio a essa tempestade; e se soubesse, teria grandes dificuldades diante do desafio do como fazer. Há um clima de desesperança a caminho do desespero.

A situação se agrava diante de um fato singular: a Oposição, ainda que pretenda à beira do abismo contribuir para que a crise pelo menos preserve as instituições, pouco pode fazer, porque suas lideranças se dividem diante da iminência dos despojos. Uma ala, do grupo de Aécio Neves, quer que Dilma seja substituída logo, pela via de eleição presidencial ainda este ano. Outra ala, inspirada pelos paulistas, prefere ver o governo Dilma sangrando até o fim, na suposição de que dessa forma obterá a vitória de Geraldo Alckmin para o Planalto.

Tudo isso ajudando a alimentar uma velha conhecida nossa: a maldição do segundo mandato. Foi assim com Lincoln, assassinado; com Nixon, que sofreu impeachment; com George Pompidou, derrubado por um câncer quando governava a França pela segunda vez; Getúlio, que se suicidou; De Gaulle, vencido pelo plebiscito de 69.

A História é hábil em ciladas, e a presidente deve saber disso.



 CARNAVAL DUVIDOSO


O prefeito Bruno Siqueira está de volta à cidade, depois de dez dias de férias, para enfrentar um quadrimestre que não traz perspectiva de superação da crise financeira, crise que não é só de Juiz de Fora, mas das prefeituras do Brasil inteiro. O Brasil está falido e os municípios solidários compulsórios na indigência.


No sábado expira o prazo dado às escolas de samba para que informem se aceitam ou não a oferta de R$ 900 mil para o desfile de 2016. Graças à crise, nem um real a mais. 



sexta-feira, 7 de agosto de 2015




 O MENOR INFRATOR

O juiz José Armando da Silveira, que acaba de completar 40 anos de serviços prestados à magistratura, acredita que o Congresso não deixará de aprovar a redução da maioridade penal para 16 anos, cedendo a um clamor nacional, o que não o leva a acreditar que estaremos reduzindo ou eliminando a convivência de meninos e adolescentes com o crime. Os traficantes de drogas, por exemplo, que hoje empregam rapazes de 16 ou 17 anos para atuar no crime, simplesmente passarão a empregar os de 14 ou 15 anos...

Crítico do Código Penal, que quer atuar indistintamente sobre populações jovens e diferentes, dispares, de níveis sociais os mais diversos, o juiz indaga como se pode pretender eficácia da mesma lei para um menor do agreste miserável e um menor de Copacabana?

Na abordagem da desejável recuperação do menor “infrator” (eufemismo que não o diferencia do preso adulto), em palestra no Instituto Santo Tomás de Aquino lembrou o expositor que o tratamento do delinquente pode se dar por três vias: a biológica, que trata do criminoso já antes de 18 anos, considerando que deve ter compreensão para distinguir o que é certo do que é errado; a psicológica, onde se procura avaliar as condições em que se praticou o crime e o dolo; e a linha biopsicológica, esta última, segundo entende, a mais apropriada, porque leva em conta fatores diversos que atuam sobre os conflitos da personalidade do agente, e inspira o julgador quando se vê, por exemplo, diante do caso do crime praticado por um louco.

A sociedade brasileira, afirma o juiz José Armando, tem que aprender muto antes de tomar decisões sobre o direito menorista.




INTOLERÂNCIA


Em recente programa de televisão, o deputado Wadson Ribeiro, que o PCdoB gostaria de lançar candidato a prefeito de Juiz de Fora, revela preocupação com os sinais de uma crescente intolerância religiosa, que, se ocorre em quase todas as partes do mundo, não surpreende que aqui também tenhamos de enfrentar o problema, ainda que em doses muito menos desconfortáveis. Wadson chega à conclusão que talvez a única solução esteja num grande esforço para a educação, sem se perder de vista que somos um estado laico. Pode ser que isso não seja uma solução total, mas já seria um bom começo.

A intolerância religiosa, sob alguns aspectos mais grave que a intolerância política, muitas vezes é sentimento coletivo latente, mas capaz de explodir por razões insuficientes. Em Juiz de Fora já ocorreram episódios deploráveis, sobretudo nas guerras mundiais. A Academia de Comércio apedrejada, ameaçada de invasão pelo fato de residirem ali padres alemães, nascidos em um país contra o qual fomos obrigados a declarar guerra.

Em 1894, os bispos metodistas Tarboux, Soper e Kennedy tiveram de se esconder, depois que ridicularizaram os católicos e viram suas casas apedrejadas.


É preciso cuidar a intolerância religiosa com cuidado, porque ela explore por causa de questões mínimas. 



sábado, 1 de agosto de 2015




MAIORIDADE PENAL  


Na terça-feira, às 19h30min, o Instituto Cultural Santo Tomás de Aquino inicia suas atividades no segundo semestre. Vai ouvir palestra do juiz José Armando da Silveira sobre maioridade penal, que hoje é um dos dos temas mais frequentes nos debates entre parlamentares, sociólogos e educadores. É, estranhamente, assunto que o Congresso procurou adiar, ainda que a redução da responsabilidade penal para 16 anos conte com a simpatia de 65% da população.

O juiz convidado é autoridade para ferir o tema, depois de ter servido ao Judiciário no Rio de Janeiro e em Minas.



TEMPO CURTO


Restam dois meses, nada mais que isso, para que se realize a filiação partidária de quem pretende disputar eleições no próximo ano, quer mudar de legenda ou, ainda, os que permanecem sem inscrição. Breve consulta a lideranças revela, contudo, que não ocorrerão grandes novidades. Os candidatos já estão em seus devidos lugares.



TESTEMUNHO


Informa a deputada Margarida Salomão que na segunda-feira será recebida em audiência pela presidente Dilma. Vai aproveitar a oportunidade para dizer que os recursos federais destinados a Juiz de Fora estão sendo seriamente aplicados, o que a autoriza a sugerir que a União continue a mandar dinheiro... Está se referindo às cinco unidades de assistência básica à saúde. Em uma delas, em Nova Era, assistiu, na sexta-feira, à inauguração de melhoramentos e ampliações.



QUEM AJUDA?



Naquela mesma solenidade em Nova Era, assistida por cerca de 100 lideranças e moradores do bairro, o prefeito Bruno Siqueira fez repetidos elogios à deputada Margarida Salomão e ao deputado Marcus Pestana, atribuindo a ambos permanente interesse em defender os interesses de Juiz de Fora junto ao governo federal, “diferentemente de outro, que em Brasília só quer saber de jogar futebol”. Estava se referindo ao deputado Júlio Delgado.