quarta-feira, 21 de outubro de 2015





PARTIDOS FICTÍCIOS


As últimas horas vêm sendo tomadas por informações sobre encontros e consultas entre lideranças partidárias a propósito das próximas eleições municipais. Um fato confirmado, mesmo considerado que as urnas estão distantes. No último fim de semana, com tal objetivo, veio à cidade o secretário de Governo da prefeitura de Belo Horizonte, Vitor Valverde, antigo secretário na Administração Custódio Mattos, e que desde o ano passado vem galgando na capital posições que o inserem como voz e voto nessas reuniões.

É preciso, contudo, que se considere o fato de a referência aos partidos não quer dizer que estão entrando no jogo as ideias e suas propostas programáticas, algumas delas antigas de meio século. Quando se fala em partido, diante da realidade atual da cidade e do Brasil inteiro, a questão em tela é o tempo em rádio e televisão de que vão dispor durante a campanha de prefeito. E quem decide e determina são os dirigentes.

Os projetos de campanha visam a soma dos segundos e minutos que a representação parlamentar vai destinar a cada uma das legendas, onde as executivas estaduais e municipais cuidam do assunto a peso de ouro e de prestígio.

Considerando-se que os partidos se submetem a esse papel ideologicamente pobre, embora rico em influência política junto aos eleitos; sabendo-se que descuidam de suas bases e só se lembram dos filiados quando é preciso convocá-los ao voto em convenção, o que se dá é que as decisões no ano eleitoral continuam vindo de cima para baixo. Invariavelmente. Poucas pessoas decidem e são elas que determinam se haverá ou não apoio a determinado postulante. Depois que decidem, o partido entra figurativamente com suas letrinhas. Isto posto, constata-se facilmente que certos dirigentes, que na verdade são muitos, passam a vida negociando os minutos de propaganda gratuita que de dois em dois anos o TRE determina para seus partidos, e só para isso vivem e sobrevivem.


Um segundo em TV quanto valerá em campanha eleitoral no próximo ano? Certamente muito mais que a inserção comercial em qualquer telejornal de grande prestígio.



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