Eleições municipais e
suas implicações
A partir do próximo dia 15 os partidos podem
fazer suas convenções municipais para a escolha dos futuros candidatos à Câmara
e à Prefeitura de Juiz de Fora. Com o afunilamento do prazo previsto no
cronograma do Tribunal Superior Eleitoral as agremiações partidárias
intensificam suas articulações internas para a finalização das chapas.
No caso dos candidatos à vereança o risco é
ter o nome cortado, pois devido ao excesso de candidaturas ou devido às
coligações proporcionais, alguns pré-candidatos são excluídos da lista. É um
momento traumático na vida partidária, que deixa sequelas. O que o candidato
preterido vai dizer aos correligionários? Outra situação difícil é a escolha do
vice na chapa do candidato a prefeito, pois é preciso alguns cuidados no
processo interno do partido que indicará o nome, de forma que ele não seja um
estorvo, mas, ao mesmo tempo, contribua para o bom desempenho da candidatura
majoritária.
Outro assunto importante nesse processo de
eleições municipais é o chamado programa de governo. Algumas candidaturas se
preocupam com esse instrumento, outras não. Um programa de governo é mais do
que um rol de propostas de ação do candidato a prefeito. O programa pressupõe
uma arquitetura de temas concernentes à administração pública, de tal forma que
seja exequível ao longo do quadriênio vindouro. Os candidatos à Prefeitura
encontram dificuldades na elaboração do programa, pois ele gera comprometimento
com o futuro próximo da cidade. A experiência histórica tem demonstrado que
alguns candidatos preferem a elaboração de um documento com o conjunto de
intenções para governar o município, mas sem a preocupação de que suas palavras
sejam apenas uma abstração.
Memória (XVI)
Se as
ditaduras sempre foram adversárias de eleições livres, não é menos verdade que
mesmo sem elas foram muitas as restrições. Graças às dificuldades de cada época
os colégios eleitorais sempre estiveram muito aquém da desejada representação a
que se destinavam, bastando lembrar um dos mais importantes pleitos da
República Velha, a de 1910, quando – parece – o Brasil começou a desistir de si
mesmo ao trocar Rui Barbosa por Hermes da Fonseca. Éramos 20 milhões de
habitantes e apenas 800 mil eleitores. A ampliação dos colégios eleitorais veio
ocorrendo ano após ano.
Tempos ainda
mais remotos nos levam ao colégio eleitoral mais restrito de todos, o de 1846,
quando só podia votar quem comprovasse renda mínima anual de 200 mil réis.
Estavam impedidos de votar os escravos, as mulheres, os menores de 25 anos, os
praças de pré e os agentes de polícia pagos.
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