Novo tempo
O
ex-deputado Paulo Delgado, que cumpriu seis mandatos e hoje trabalha como
consultor da Federação das Indústrias, falando ao jornal O Globo sobre sua
visão da atualidade política, define o PT, partido a que pertenceu e liderou em
Juiz de Fora: “Não fui eu que saí do PT, foi o PT que saiu de mim”. E
acrescentou: “O partido mudou a visão da sociedade, a sua maneira de atuar. O
Brasil merece um tempo de silêncio do PT. Deveria dar ao Brasil um tempo de
silêncio, porque foi o PT que escreveu a esperança no catálogo das virtudes
políticas e fez as pessoas perderem a esperança com a política. É evidente que
não é uma crise do PT como um todo. Não é uma crise dos petistas, é uma crise
de parte dos petistas”.
Diálogo
A eleição do deputado Rodrigo Maia, do DEM, para a presidência
da Câmara pode não ter sido a solução ideal ou adequada para os interesses do
governo Temer, mas acaba servindo ao Planalto por via inversa, a começar por afastá-lo
de uma total dependência do PMDB e PSDB. Desloca-se um pouco a influência
partidária no Congresso, sem comprometer o diálogo entre os poderes.
Memória (XVIII)
Costuma-se
dizer que as relações políticas no passado eram mais civilizadas, pois seus
agentes primavam pelo entendimento e pelas boas maneiras. Os grandes embates
seriam coisa dos nossos dias. Mas não foi bem assim. As divergências tiveram
seus momentos de grande tensão no passado, e a principal delas colocou em
conflitos e ofensas pessoais entre Francisco Bernardino e João Penido Filho, no
período 1892-1895. Travaram uma verdadeira guerra pelos jornais que seguiam sua
orientação política. No cento das divergências estava o Plano Howian, de
saneamento da zona urbana. Um plano de grande envergadura que o
agente executivo Bernardino começou e Penido, seu sucessor,
interrompeu. Para tanto, preponderaram não apenas juízos de natureza técnica,
mas também políticos. Graças a tais divergências, a primeira obra de Howian só
seria inaugurada quase meio século depois.
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