As contas
Na correria em que se
encontram candidatos e partidos na busca de votos, ainda não houve tempo para
pensar no after day da campanha, isto é, o dia em que todos terão de bater à
porta da Justiça Eleitoral com a papelada da prestação de contas, as despesas,
comprovações e indicação de fontes de financiamento. As exigências agora são
maiores e o tempo mais curto para que se cumpram as exigências.
O dia seguinte torna-se particularmente
preocupante para os tesoureiros dos partidos e os contadores que assessoram os
candidatos. Quem se arriscar fora da lei poderá também correr o risco de ficar
sem o mandato, mesmo diante da tradição de tolerância da Justiça em relação aos
eleitos.
Motivação
Vinte dias antes da
eleição do novo prefeito e dos novos vereadores, temos um recorde a registrar:
nunca, em tempos passados, a cidade esteve tão distante e apática em relação às
urnas. Há quem avalie que, diferentemente de outras eleições, a deste ano é
curta, pobre de propaganda, além de desconhecer completamente as diferenças
programáticas dos partidos. Soma-se a tudo isso um desânimo geral em relação à
classe política.
Nabuco
“O favor das massas vai
do partido A ao partido B, e novamente do partido B ao partido A, recomeçando
sempre a mesma oscilação. E esse flutuar de esperanças, sempre decepcionadas,
dá lugar de longe em longe, às revoluções, que são a concentração do desespero.
O chamado “movimento de opiniões” é apenas o fluxo e refluxo do bem-estar
ou da miséria pública. Esta é a única verdadeira opinião pública; a outra, que
se deixa captar com escrutínios e plebiscitos, não é senão o efeito artificial
da velha arte política”. ( Joaquim Nabuco in Pensamentos Soltos)
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